segunda-feira, junho 13, 2011

Faria anos hoje...


NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fatuo encerra.

Ninguem sabe que coisa quere.
Ninguem conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ancia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro,
Tudo é disperso, nada é inteiro,
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

In Mensagem, 10-12-1928

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