terça-feira, julho 26, 2011

UAU!

Não há ninguém que não saiba que conceber um modelo de ADD simultaneamente, por um lado, fiável e justo, e, por outro lado, viável para já, é extraordinariamente difícil. E, conseguir isso em poucas semanas... isso então é um feito genial.
Estou indecisa entre a total incredulidade e a expectativa de que Nuno Crato descobriu (ou alguém descobriu e lhe apresentou) uma cabeça genial algures neste nosso Portugal.

terça-feira, julho 19, 2011

"Exames! - disse ele"

Exames! - disse ele". Exames para professores. Exames para alunos do 9º e do 12º ano.. Exames para alunos do 6º e, já agora, do 4º ano.
Não negamos as virtualidades dos exames. Mas se a receita se fica por aí, a educação rapidamente cederá à "explicacite" nacional. Será que é esta a nova taumaturgia educacional, nova pomada santa jibóia de aplicação universal?
Não é, por isso, com agrado, que aqui lembramos a Nuno Crato que "há mais vida para além do 'eduquês' ". (*pp 47-48)
(...) um capítulo-talismã, uma proposta-pérola: os exames, a obsessão central de toda a sua obra. Mas, aguerrrido na sua batalha, Nuno Crato seguramente dispõe de generais. Vejamos quais.
Convoca  (..., ...,...,..................)? Não. Etc., etc., etc.
Refere Nuno Crato algum outro investigador que, seriamente, se ocupe da problemática da avaliação? Das suas vantagens? Dos seus limites? Dos seus riscos? Das suas virtudes? Não refere um único. Nem uma só palavra sobre um único (insistimos) dos problematizadores da avaliação. É no mínimo paradoxal que o capítulo quarto, justamente sobre A polémica dos exames, tenha como bibliografia de fundamentação uns quantos textos de jornal. Não será escandaloso de mais para poder ser verdade?
(...) Mas essa é uma atitude própria da ciência ou da doxa? É uma busca ou é uma ? Ao não analisar um único teórico da avaliação, um único teórico da docimologia, um único analista dos testes e suas metamorfoses, Nuno Crato deixa na sombra toda a complexíssima problemática que subjaz à sua proposta.
Estas questões são estudadas, há décadas, por gente que não é nem menos séria, nem menos rigorosa, nem menos exigente que o Professor Crato. Não são questões fáceis, como pode parecer de algumas antinomias simplistas; nem são o restolho de ideologias. São conquistas civilizacionais. E são estudos longitudinais, reflectidos, cientificamente irrepreensíveis. (*pp 52-54)
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(*) Álvaro Gomes (2006). Blues pelo Humanismo Educacional? Edições Flumen.

sexta-feira, julho 15, 2011

quinta-feira, julho 14, 2011

Silêncio... não perturbar...

Meditation

Simone Martini (1312-1317), Meditation

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ADENDA POSTERIOR
Comentário do Professor Álvaro Gomes, que, com o meu agradecimento, trancrevo para aqui pois foi escrito, alusivo a este post, numa posterior (mais actualizada) postagem minha.

«Presenteou-nos, há dias, a I. C. com um belíssimo quadro de Simone Martini. A ausência de comentários a uma obra-prima como aquela dever-se-á, quero imaginar, à meditação profunda que esse quadro em nós provoca. Permita-me, no entanto, I. C., que rompa este silêncio e, mesmo se com algum atraso, aqui venha agradecer-lhe aquele precioso brinde.

Primeiro, pela representação. Martinho, personalidade escolhida pelo pintor, acaso por ser seu homónimo (Martini), é aquela figura popular que está na base dos nossos “S. Martinho, castanhas e vinho.”, “Em dia de S. Martinho, vai à adega e prova o vinho...” ou o “Verão de S. Martinho”, etc. Mas nele assenta também a ideia de solidariedade, pois é uma das primeiras representações deste conceito. Conta a lenda que, ao ver um pobre, não lhe deu uma esmola: rasgou o seu manto a meio e partilhou-o com ele. Impressiva lição esta! Quem há, entre nós, que consiga partilhar, 'a meias', o muito ou o pouco que possui?
Ora, ao contemplarmos este quadro, o que verdadeiramente surpreende é aquele olhar, fechado mas sereno, em meditação profunda, estático e quase extático, num recolhimento alheio ao contexto que o envolve. E surpreende-nos tanto mais, quanto uma das marcas mais impressivas deste pintor é, para quem conhece a sua obra, a força expressiva que ele imprime ao olhar das suas personagens, que exibem, genericamente, olhares vivos (directos, uns; oblíquos, outros), mas de uma força interior que marca e toca, vivamente, quem as contempla...

Depois, pela substância. A meditação parece ser a força daquele olhar que se recolhe, se alheia, se interioriza... numa espécie de som do silêncio, de que, contraditando algumas tecnocracias da moda, nós falávamos em obra já longínqua. “Um educador – escrevíamos – é aquele que, por excelência, sabe criar momentos de silêncio profundo, nos seus alunos. [...] É nesses momentos de assombro que a sua acção vibra neles, em ressonâncias sentidas de uma comunicação ímpar, de uma comunicação única, de uma comunicação irrepetível.” [In Á. G. (2000). Do Som do Silêncio. Lisboa: Didáct. Editora, p. 97.]”
Ora, a palavra meditação tem muito a ver com a ideia de avaliação. Ambas são palavras oriundas da medicina. Ambas têm a ver com a saúde. Com efeito, se meditação (*i-e. med-) é cognata de medicação, médico, medicina, medicamento, mezinha..., a avaliação (*i-e. val-) é, por seu lado, cognata de valer, convalescer, válido, inválido, valência, validar, valimento, valioso, valor, valorizar...
É, pois, de saúde, de vigor, que falamos: saúde biológica, saúde institucional, saúde política.


Por fim, pela essência e pela fragrância. Este Martinho, de barba já grisalha, era um amadurecido bispo [em grego, [epi]scopein significa ver de cima, equivalendo ao latim [super]videre – com idêntico significado; cf. supervisor); paradoxalmente, neste quadro, se bem que ostentando os sinais exteriores, Martinho “não olha de cima”; alheio, absorto e como que distanciando-se da sua condição, ele “olha para dentro”, em profunda introspecção, buscando os sinais interiores da sua humanidade.
Num tempo em que tanto se fala da avaliação externa (dos professores e dos alunos, mas raramente dos sistemas e dos políticos – nesses confia-se ou fia-se!), Simone Martini (1284/1344) convida-nos, há 700 anos!, à ponderação, à meditação, ao recolhimento, à auto-análise, ao exame interior...
E é para a urgência desta meditação interior, deste repensar, que, num tempo de decisões imponderadas e imponderáveis, de enxurradas mediáticas, da banalização de cursos, concursos ou discursos, Isabel Campeão etereamente nos convida e nos convoca, através do subtil e sublime quadro que nos propõe. Gratos lhe deveríamos ficar, por isso. Eu estou. Porque ‘este’ Martini é um grande aperitivo...

Á. G.
27/7/11 10:46 AM »

domingo, julho 10, 2011

Pela Grécia...Pelo Património Cultural mundial

Brilhante... Imprescindível visualizar.
Com o agradecimento ao Professor Á.G. e salientando que começou por o colocar no YouTube em francês, mas... essa versão foi retirada!!!



sábado, julho 09, 2011

Do estado de graça ao 'nim' foi um passo, mas falta o salto de grande altura

Com todo o respeito e solidariedade que tenho pela "classe docente", da qual me sentirei sempre a fazer parte, apesar de aposentada, é inegável e os próprios professores reconhecem em si um defeito que desde sempre foi uma característica da maioria: só se informam devidamente, só lêem legislação (e, agora, programas eleitorais), só começam a prestar atenção pelas suas próprias cabeças ao que lhes diz respeito quando males já estão a cair em cima da sua. Os professores não têm que ser muito politizados, mas deveriam assumir aquilo que se espera deles: serem intelectualmente informados, pesquisadores, se necessário, das ideias daqueles em quem vão votar e daqueles que andam "na berra" como possíveis ministros, especialmente da Educação; e também participarem activamente nos seus sindicatos em vez de se limitarem a atirar culpas aos dirigentes, como se os sindicatos fossem apenas as direcções e não tb os próprios sindicalizados.
 Eu e bastantes outros, se conhecemos bem Nuno Crato há que tempos não foi por que tenhamos feito algum curso para identificar ideias e ignorâncias!
Além disto, a obcessão com a ADD (embora havendo toda a razão para contestar fortemente modelos de avaliação injustos, não formativos mas sim penalizadores por motivos economicistas, carregados de burocracia e desestabilizadores das relações de trabalho e da cooperação) cegou muitos quanto ao resto, nomeadamente quanto ao perigo de destruição da Escola Pública de qualidade para todos.
O povo português foi iludido, mas depressa o percebeu, o que se observa nos comentários "de rua" de pessoas com pouca instrução mas que já descortinaram esse "programa oculto" sob o chamado "programa do governo", que se irá revelando a pouco e pouco. Por isso, custa-me dizer, mas é preciso dizer aos caros colegas professores que têm obrigação de descortinar mais depressa o programa do governo, ao menos no que respeita à Educação-Ensino (embora esta parte não se possa desligar do todo). Além de que não se pode ser bom professor quando a cabeça se descentra (e é empurrada por bastante "blogosfera" a desviar-se) da sala de aula, dessa sala onde pais e mães desde a classe média até à mais desfavorecida deverão poder ter os seus filhos, confiantes de que serão instruídos e bem formados.

quinta-feira, julho 07, 2011

Carta Aberta de Á.G. à Moody's

Nota prévia:
Agradeço ao Professor Álvaro Gomes a simpatia com que respondeu ao meu pedido de autorização para trazer para aqui a brilhante e reconfortante Carta Aberta à Moody's que deixou na caixa de comentários deste post do fsantos.
Foi ontem e, inesperadamente, o "augúrio", o "vaticínio" e o "oráculo" expressados nessa Carta começaram a indiciar-se já hoje. Que essa pequenininha luz hoje vislumbrada lá no fundo do túnel não se extinga e anime os povos da Europa a exigirem "ratings" criteriosos e isentos.

Carta Aberta à
Moody’s

Caros sábios da sábia Moody’s.
Eu já tinha muita consideração pelo vosso centenário crânio (tendes, sensivelmente, a mesma idade do nosso Manoel de Oliveira – em rigor, ele tem um aninho mais). Mas, enquanto este cineasta é mestre e antigo, vossências são discípulos velhos e caducos. Sem engenho e sem arte, vosselências (perdoar-me-ão, mas) vão de tombo em tombo. E é meu pio dever em vosso socorro vir.
Ainda há pouco garantiam ser investimento de primeira água um banco que, dias depois, mergulhava na (des)dita e os banqueiros Irmãos Lehman afogaram-se nas bóias da vossa segura garantia… Vossas insolências garantiam ser investimento do mais alto quilate o país de ouro que a Islândia é e quase em bancarrota entrou, logo a seguir.
Com tais acertos e tais rigores, é uma bênção para nós vê-los fal(h)ar assim, pois que melhor garantia do nosso vigor poderíamos nós buscar?
Apesar de tantos e tão sábios oráculos, estão vosselências mui prudentes. É sabido que não conhecem Portugal, nem este piccolo país lhes diz seja o que for. Mas, justamente por isso, sentem-se legitimados para oracular, augurar, vaticinar, pitonisar…
Só que eu, generoso que sou, graciosamente os informo: Portugal é um rectângulo quase (im)perfeito; mas daí a vossas insolências o tomarem por “bola” de trapo, vai um abismo lógico. Têm-na pontapeado a vosso bel-prazer e acabam, agora, de a chutar para lixo. Por nós, ficámos muito gratos ao vosso augúrio, pois, ao entrarmos na lixeira, fomos lá encontrar, justamente, não apenas a vossa bela terra (sim, os states e os united ), mas também os nipões e, paradoxo dos paradoxos!, a sábia Moody’s… Conhecem?
Este meu país, sabem?, vive há quase mil anos. Eu sei que não sabiam, mas eu informo-os de bom grado. Nós, lusos, veremos passar muitas moddy’s, muitas fitch’s… e muitas poor’s… nas passerelles da rapina! Vossências passarão, nós fi(n)caremos.
Numa irrepreensível lógica, vossências vaticinam e pitonisam segundo elementares forças, pois tudo delas depende. Se não, vejamos:

Sol e Chuva
Vai chover? Descem o ranking, pois inundações haver pode. E, se houver míngua, podem secar as albufeiras.
Vai fazer sol? Descem o ranking, não vá haver fogos. Há nuvens? Baixam o ranking, pois a atmosfera será sombria. Não há nuvens? Baixam o ranking, por haver luz em excesso, o que exige óculos da mafia…

Eclipses
Vai haver eclipse? Descem o ranking, porque é sinal de mau agoiro. Não vai haver eclipse? Descem o ranking, porque, não havendo astral, haverá eclipse financeiro.

Vento
Não há vento? Baixam o ranking, que as eólicas não produzem. Há vento? Baixam o ranking, não venha aí algum tornado.

Mar
O mar está encapelado? Baixam o ranking, não vá naufragar algum petroleiro. Está calmo, baixam o ranking, pois não haverá campeonato de windsurf.

Petróleo
Sobe o preço do petróleo? Descem o ranking, porque isso agravará a nossa balança. Desce o petróleo? Descem o ranking, porque isso afectará o vosso balanço.

Europa
A Europa diz que acredita em nós? Descem o ranking, porque suspeitam de mentirola diplomática. A Europa diz que não acredita em nós? Descem o ranking, porque a Europa é credível.

Ouro
Sobe o ouro? Descem o ranking, pois desce o euro. Sobe o euro? Descem o ranking, pois baixa o ouro…

Espirro
Espirra a Grécia? Baixam o ranking, não venha aí o H5N1. Aprova o parlamento o programa da troika? Baixam o ranking, pois “quem mais jura mais mente”. Portugal elegeu novo governo? Baixam o ranking, porque é inexperiente. No governo anterior baixavam o ranking, porque eram experientes de mais.

Ora, com critérios tão lineares e tão cientóides como os vossos, doer, só me dói que os terreiros dos passos (perdão, dos paços) ou os presépios de belém, perante vossências, andem a imodium e se ponham de giolhos. Mas eu, que nutro profundérrima simpatia por tudo quanto me cheire a moddy’s e a blues, há um augúrio, um vaticínio, um oráculo que quero, em português suave, reservar para vossências: “Vão… passear (à Lua. Far-lhes-á bem uma mudança “d’ares”… E por lá fiquem, sem oxigénio, que nós ficaremos bem, graças a vós!)”!
Á. G.

Quando tenho a sensação de ausência de flores...

... vou olhar as que cultivo na minha varanda feita jardim


quarta-feira, julho 06, 2011

Tocata e Fuga

TOCATA E FUGA
É tudo aquilo que só existe no ar,        
0 que de nós, além de nós, se expande.
É a vertigem para o alto, igual à grande          
Tocata e fuga em ré menor de Bach.
É o delírio de um bêbedo num bar       
É um não sair do chão por mais que se ande
Tudo que em mim, somente em mim existe,
Me transporta, me absorve, me suspende,
Me faz sorrir embora eu esteja triste,   
Triste naquele universal sentido          
Que a música interpreta e se compreende       
Dante Milano (Brasil,1899-1991)
(via Amélia Pais)


Também detesto Sócrates, mas detestemos com isenção e justiça...

...Detesto Sócrates e nunca votei no seu partido (nem em nenhum à sua direita!)

Jornal i de 5 de Julho de 2011 :  ....77 escolas em obras mas só dinheiro até Janeiro
(...) O actual programa de requalificação foi da iniciativa do executivo de José Sócrates, que criou a Parque Escolar, em 2008, para garantir a requalificação de 213 escolas a nível nacional.
(...)Chegou-se também à conclusão que na maioria dos casos, e à medida que os estabelecimentos eram renovados, o nível de absentismo e de violência baixou. Para comprovar esses dados foram encomendados alguns estudos.
(...)








Etc., etc. 
Fui para a minha última escola quando foi inaugurada como escola autónoma, há muitos anos mas constituída por  já velhos pavilhões prefabricados e "provisórios", antes anexos da escola secundária ao lado. E lá se ia fazendo remendos quando chovia nesta ou naquela sala de aula, graças ao engenho e dedicação de um dos nossos funcionários, enquanto os alunos fugiam para a pequena sala de convívio quando chovia nos páteos. O ambiente físico era propício às agressividades nos recreios pois era difícil a vigilância de tantos espaços entre os ditos pavilhões. Só há dois anos tive o prazer de ver, ao ir à escola pela primeira vez depois de aposentada, uma nova construção com condições e apetrechamento incomparáveis com aqueles em que trabalhei tantos anos. (Trata-se da EB 2.3 Professor Lindley Cintra, sede de agrupamento e, há um ano, integrada em mega-agrupamento)

sexta-feira, julho 01, 2011

Já cumpri o primeiro dever face ao novo Governo

Antes de me referir a DEVER, devo salientar o DIREITO de todos os portugueses sem excepção poderem ter acesso às intenções programáticas do novo Governo. Só não vale a pena lembrar factos irreversíveis tais como as omissões na campanha eleitoral (aliás habituais, infelizmente, em campanhas anteriores dos partidos do chamado arco governativo) porque o povo português legitimou a actual maioria e o actual governo e, portanto, agora é momento de olhar para a frente, não para trás. 

Entretanto, sem deixar de afirmar que o povo português não é nada estúpido ou parvo, há todos aqueles que emitem opiniões (quer com grande visibilidade/audição, quer apenas no seu pequeno círculo de convívio, ou nos seus escritos lidos por raros) que são mais "alfabetizados politicamente" (deixem-me usar esta expressão para simplificar). E são estes que, primordialmente, têm o DEVER (ou deveriam sentir esse DEVER) de começar por fazer o que eu hoje já cumpri.

Por uma questão de honestidade intelectual, esvaziei a minha cabeça das ideias ou juízos que já tinha pré-concebidos para assim ler o programa apresentado pelo Governo e ouvir com atenção quer as respostas principalmente do Primeiro Ministro e do Ministro das Finanças na Assembleia da República, quer as dúvidas, críticas e discordâncias das Oposições (tendo em consideração que o Partido Socialista está vinculado ao acordo com a troika, mas não deixa, por isso, de poder ser oposição quanto a medidas não explícitas nesse acordo).
Li e ouvi sinceramente com a minha cabeça como disse acima, pois este é o governo que foi eleito para enfrentar e gerir o Levantar do meu país, humilhado e quase afundado. 

Cumprido o que considerei ser meu DEVER conseguir  começar por cumprir, passo agora à questão de dar (ou não dar) a este Governo o benefício da dúvida.
E não, não me é possível dar mais do que o benefício da espera - uma espera de que o 1º Ministro cumpra uma coisa que afirmou: que estará aberto a obter consensos mais alargados pela atenção a todos os partidos da oposição. É o benefício da espera para ver se essa sua afirmação corresponderá a uma reflexão da sua parte sobre, ao menos, políticas parcelares ainda vagas, que atenuem um pouco a injustiça de fazer o povo pagar mais e mais a dívida que não é sua poupando os responsáveis por ela (que não são só o Estado), e também sobre as opções que muitos economistas consideram invertidas em termos de prioridade no sentido de gerar investimento na produtividade e desenvolvimento (aqui sou leiga, só posso dar o tal benefício da espera em termos de desejar reflexões correctas)

Propriamente o benefício da dúvida não dou. Porque, com este exercício honesto que me obriguei a fazer, eu não deixei de ser a mesma que colocou o post anterior com o título "Mensagem que urge gritar aos povos: Este não é o único mundo possível".

Um mundo conformado com o neoliberalismo (acerbado) não é o único mundo possível. E uma Europa a subjugar-se e a desistir de si mesma nos valores que já teve não tem que ser inevitável. E há um país que, apesar de ser nela dos "pequenos", tem os olhos dessa Europa postos nele, em primeiro lugar a seguir à Grécia. Esse país é o nosso, merecia, por isso,  ter um governo menos conivente, um governo que pugnasse por manter ao menos o Estado Social mínimo que ainda seria possível manter, em vez de, muito provavelmente, o reduzir a Zero.

Nota: Este meu cantinho é um blogue sobre Educação. Mas, neste momento, considero que o programa governamental para a Educação está inserido numa ideologia global que abrangerá toda a política concernente ao que deveria ser - e não será - uma das prioridades: Uma Educação e um Ensino de qualidade para todos. Por isso, de pouco valeria centrar a atenção no programa específico para a Educação (intitulado, como que por ironia, "O desafio do futuro") desinserido do programa geral.