segunda-feira, junho 30, 2008

Apenas o prazer de ler

Acabo de ler o último livro de Mia Couto. É sempre uma delícia e um fascínio. Sempre que leio um livro de Mia Couto, acontece-me com frequência ir parando, não sei bem se a repetir, se só a contemplar as palavras. Como se o seu sentido fosse mágico, ou me hipnotizasse. Como aqui:

A casa só é nossa quando é maior que o mundo.

E há as palavras que (re)inventa e parecem imprescindíveis, insubstituíveis.
E há também, por vezes, como que um brincar com os ditos da nossa língua, fazendo deliciosamente sorrir. Como aqui:

Depois, calou-se pelos cotovelos.

Não é a primeira vez que aqui refiro uma obra de Mia Couto, que, nos últimos anos, se tornou um escritor enorme. Mas trago-o ao meu cantinho não para falar dele - não é preciso -; trago só uma emoção que a sua leitura me causa.

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