segunda-feira, dezembro 31, 2007

... E não desistam de sonhos!

No início de um novo ano, imaginemos... sonhemos...

Deixo só a canção...






Ah... pensando melhor, tem que ser também na voz de John Lennon, e aproveito para um vídeo de recordações...



quarta-feira, dezembro 19, 2007

BOAS FESTAS!

Um Natal com alegria e um 2008 feliz

para todos os amigos e colegas



E como eu festejo o Natal por causa dos sonhos das crianças...


Inté... Volto no próximo ano... ;)

domingo, dezembro 09, 2007

Sugestão de leitura

(Fonte: The Economist. Tradução e adaptação de Maria Helena Henriques Marques).

O meu destaque vai para a formação de professores nos países que o PISA indicia terem melhor qualidade de ensino, particularmente o que o artigo revela sob o subtítulo Formação prática, e para o apoio extra dado por esses países aos alunos que se encontram mais atrasados.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Educação para a sustentabilidade

Estava hoje vagueando pelo portal da UNESCO (opção em espanhol) - por acaso hoje, dia em que parece que houve interpelação ao governo sobre Educação. (Digo "parece que houve" porque, numa vista de olhos ao jornal Público, o que encontrei sobre o assunto foi um destaque para Paulo Portas como se este fosse a grande e única figura do dia no que respeita à dita interpelação, e, assim, não me dei ao trabalho de procurar noutros jornais).
Lembrei-me então de fazer uma pergunta, ao ler esta breve declaração:
"El objetivo del Decenio de las Naciones Unidas de la Educación con miras al Desarrollo Sostenible (2005-2014) consiste en integrar los principios, valores y prácticas del desarrollo sostenible en todas las facetas de la educación y el aprendizaje. Esta iniciativa educativa fomentará los cambios de comportamiento necesarios para preservar en el futuro la integridad del medio ambiente y la viabilidad de la economía, y para que las generaciones actuales y venideras gocen de justicia social." (Aqui)

A minha pergunta (porque eu sou muito distraída, às vezes não me dou conta de importantes iniciativas governamentais aqui pelo nosso país), é esta: Que medidas tomou Maria de Lurdes Rodrigues com vista ao objectivo acima referido, definido pelas Nações Unidas para o decénio de 2005 a 2014?

Hum... já estou a achar que é uma pergunta ingénua e também pouco importante já que os nossos políticos não a têm feito... Nem sei o que me deu para voltar a este meu cantinho, mas, pronto... já estou em retirada!

sábado, novembro 03, 2007

... (Poema *)

A hora do cansaço

As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

Carlos Drummond de Andrade


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* Foi-me facultado pela Amélia Pais

quinta-feira, novembro 01, 2007

Do Inimaginável... Um conselho de turma disciplinar

É o título de um post do JMA, ao qual acrescentou um comentário testemunho que lhe deixei. Como a esse post já se seguiram outros, destaco-o (ler aqui) porque a situação descrita pelo JMA não é tão pouco frequente como se possa pensar, e talvez o testemunho que dei possa ser sugestivo de actuações firmes e eficazes sobre comportamentos inadmissíveis de alguns alunos, embora saiba que ficam outros casos por resolver - casos que a escola nunca poderá resolver sozinha, nunca poderá resolver ou atenuar sem apoios especializados e vontade política dos governos de implementar medidas que conduzam de facto à integração social.

sexta-feira, outubro 26, 2007

A escola básica com os piores resultados nacionais em Português

ou

De acordo com a notícia, terá sido a escola básica com piores resultados na disciplina de Português. Mas, como também nos revela a mesma notícia (ler aqui), o trabalho por ela realizado é frutífero e exemplar.
Este é um pequeno exemplo do que as estatísticas não mostram. Mas o que interessa mostrar ao público, neste momento da febre de números que ameaça contagiar também professores, não parece ser a realidade que está por detrás das estatísticas, menos ainda o trabalho abnegado e persistente de muitos dos docentes que trabalham em contextos sociais altamente desfavorecidos. O que se impinge, em primeiras páginas, são os rankings a enaltecerem escolas para elites abastadas e seleccionadas - escolas privadas, claro.

terça-feira, outubro 23, 2007

Flores

Quando ando arredia da escrita, gosto de deixar o meu cantinho bonito.
Podem levar uma rosa ou uma anémona, elas não se gastam - estas são imortais ;)

Van Gogh (1890). Roses et Anémones

domingo, outubro 21, 2007

O Poder dos Professores

Esse é o título do Círculo Aberto, do JMA, no último número do Correio da Educação. Sugiro vivamente a leitura - pode ser lido aqui. (Sugiro não só a leitura, como também a participação na procura de caminhos face às questões colocadas)

terça-feira, outubro 16, 2007

Intervalando...


Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postas desta maneira.
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!


Alberto Caeiro

segunda-feira, outubro 15, 2007

Para lá do sistema educativo

O sistema educativo é o tema central para nós, professores. Mas há que estender para além dele uma consciência atenta e lúcida.

Sabemos que a política educativa entre nós não é mais do que a cópia subserviente dos ditames da globalização e, muito em particular, da União Europeia. Entretanto, as interrogações sobre o estado de saúde (ou de falta de saúde) da democracia são bem mais latas do que as questões específicas da Educação.

Eu até nem gostava muito dos artigos de António Barreto, mas ultimamente tenho gostado.
Deixo excertos do seu artigo de ontem, no Público, (destaques meus) podendo ser lido na íntegra aqui.

"(...) os governos da União preparam-se para aprovar, esta semana, em Lisboa, ou mais tarde em qualquer outra capital, a absurda Constituição, ora rebaptizada de Tratado. (...) O Tratado é tão diferente da Constituição derrotada como um ovo branco é diferente de um branco ovo. (...) A elaboração deste Tratado foi feita em circuito fechado. A discussão em segredo. A aprovação será furtiva. Para os dirigentes europeus, a União é mais importante do que a democracia. E a Europa mais importante do que os povos europeus.
Evitar os referendos, despachar a aprovação do Tratado e contornar o debate público são as prioridades de quase todos os dirigentes europeus. Que não se esquecerão, depois, de carpir sobre o "défice democrático europeu" e a "distância crescente entre dirigentes e cidadãos". (...)
Tarde ou cedo, haverá acordo e Tratado. E quase todos estão disponíveis para evitar os referendos e proceder, assim, sem a voz dos povos, à liquidação dos parlamentos nacionais. Estes serão, de futuro, tão importantes como uma Associação de Antigos Estudantes ou como a Confraria do Besugo. Os dias que aí vêm são o princípio da morte da democracia nacional. Sem que haja uma democracia europeia que a substitua e a melhore. É pena que a presidência portuguesa seja a agência funerária. Que o primeiro-ministro português seja o mestre-de-cerimónias. E que o cangalheiro, presidente da Comissão, seja também português. Triste vocação! "

quarta-feira, outubro 10, 2007

escola e cultura...

"Num tempo e num lugar de descasos sucessivos e clamorosos em relação à cultura (...)" - assim começa o artigo de Vasco Graça Moura no DN de hoje (foi-me enviado pela Amélia Pais, mas pode ler-se aqui , embora eu pretenda destacar as suas frases iniciais e finais). E, a propósito do Panteão Nacional e da recente trasladação de Aquilino Ribeiro, Graça Moura refere o "panteão da memória" como requerendo "menos pompas oficiais do que bons programas escolares", e termina: "O panteão da memória é uma pedra angular desse sistema em que todos somos responsáveis. A escola não pode ser transformada em panteão da... desmemória!".

Vem isto a propósito do rumo que cada vez mais os seguidismos político-ideológicos de governos, em particular do actual e da sua equipa do ME, vêm impondo à nossa escola pública. Que fazer (?) para contrariar esse rumo fazendo prevalecer a importante e decisiva prioridade da escola, prioridade que o Miguel Pinto tão bem define nesta sua crónica
aqui - "realizar a inserção dos sujeitos na cultura" .
Que fazer? Como fazer para contrariar o rumo para que estão empurrando a escola - o de uma escola essencialmente utilitária na perspectiva dos interesses do mercado (e, mesmo assim, de forma duvidosa)?

Mantendo-me hoje em citações, lembro-me do título
Pedagogia: o dever de resistir , de um post do JMA, que tem insistido em que os professores têm mais poder do que pensam ter, e deixo no ar também a pergunta: Como organizarem esse poder?

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Adenda
(13-10.2007)

Bom fim de semana!
Estou com pouca inspiração e, como ainda não tive resposta à pergunta acima, vou deixar o post uns dias a marinar ;)

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terça-feira, outubro 09, 2007

Breve aparte - Destaque de imprensa

Analfabetos... mas diplomados - de Santana Castilho, no Público de hoje.
Como só está acessível online para assinantes, copiei para aqui para quem não tenha lido.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Memórias do uso das TIC na sala de aula - III

A fase do computador como factor de motivação

A minha escola acabara de receber sete computadores devido a uma candidatura mediante projecto. Ficou, pois, com uma sala de Informática e foi logo incluída no currículo do 6º ano a disciplina de "Iniciação à Informática", a funcionar em desdobramento das turmas.


Essa disciplina deixava suficientes tempos livres na sala para que pudesse ser requisitada para outras aulas. Não tive dificuldade durante esse e os aninhos seguintes (até à minha aposentação), pois comecei por ser quase o único professor da escola que a requisitava e, mais tarde, quando outros (não muitos) o faziam para a Área de Projecto, tivemos mais uma sala apetrechada com computadores na sequência da introdução da disciplina TIC no currículo do 9º ano, do qual tínhamos só ora duas, ora três turmas. (Hoje essa situação de facilidade não se verificaria, é um tipo de situação própria de fases iniciais nas quais começa por haver apenas uns poucos pioneiros, mas agora há os portáteis - e quanto a ter o professor um só computador na sala de aula para seu uso poderá ser bastante útil noutras disciplinas, mas para a minha pouca utilidade teria, a meu ver)

Nessa minha primeira fase, eu não deixava de ter a perspectiva do uso dos computadores pelos alunos como meio propício à construção, produção, criação pelos próprios, mas eram poucas as unidades do programa da disciplina que se prestavam a isso, tanto mais que não tinha software específico para a matemática. Assim, comecei a deslocar de vez em quando a aula para a sala dos computadores também para meros exercícios que só diferiam de exercícios de rotina da aula pela interactividade, o ambiente visualmente atraente e por darem automaticamente a pontuação obtida pelos alunos, o que conferia algum carácter de jogo/desafio. Mas, nessa altura, eram raros os meus alunos que tinham computador em casa, este era novidade para a maioria, todos sem excepção ficavam contentes e entusiasmados quando eu anunciava que teríamos a aula na sala dos computadores.

Foi, pois, uma fase em que também usei o computador como quase mero elemento sedutor - como factor de maior gosto ou de motivação para os menos motivados. Tinha algum trabalho acrescido, até porque inicialmente ainda não tinha descoberto esse prático e fácil recurso que era (e é) o HotPotatoes, preparando as actividades com base no FrontPage mas com inclusão de códigos buscados na net. E os alunos gostavam muito, não se importavam de se sentarem incomodamente em grupos e organizavam-se muito bem para corresponderem à minha exigência de que todos participassem (o que controlava e verificava, claro).


Mas, como já disse, essa foi uma fase. Toda a vida considerei que os alunos não precisam de ser infantilizados, puxar/desafiar com o devido apoio e confiança sempre foi uma constante que me deu muitas oportunidades de constatar que não só correspondiam quase sempre às minhas expectativas, como as excediam bastantes vezes.

Assim, aquele tipo de actividades/exercícios passaria a ser reservado para aulas de final de período, para descontracção, bem como para o contributo do meu departamento para as actividades não curriculares de escola no último dia do período lectivo.

Deixo umas recordações (print screen)...




(O primeiro da Páscoa não era só para a Matemática, pedi perguntas a outros professores)


Da minha fase seguinte falarei noutro post.

domingo, outubro 07, 2007

Memórias... (?)

Memórias... Eu nem sou dada a deter-me muito em memórias, menos ainda a viver de recordações. Memórias do ensino eram também as da véspera, as das aulas e dos alunos que tinha, e isso faz-me falta para continuar a escrever.

Diziam-me amigas aposentadas antes de mim que, após o primeiro ano da aposentação, o interesse e o sentimento de envolvimento com as questões da escola iam desaparecendo, ficando apenas uma atenção à política educativa ao nível da atenção à política geral, não mais do que isso.

Ora, para mim esse ano já passou, e o "bichinho" da escola ainda não me fugiu. Talvez, em parte, porque tenho netos em idade escolar - o seu futuro não deixará de ser influenciado pela escola que temos -, motivo para esta me continuar a preocupar mesmo que outros motivos não tivesse, mesmo que desistisse de me preocupar com o futuro deste nosso país.
Sem dúvida que a blogosfera facilita muito que continue a acompanhar em pormenor as medidas da política educativa, a participar em debates, e também a sentir o estado de espírito dos professores. No entanto, faltando-me o principal, que são os alunos, não sei, não sei não até quando manterei este cantinho, mesmo com postagens espaçadas como assumi aqui que passaria a ser.

Mas não vale a pena antecipar conjecturas sobre isso - a seu tempo, logo verei. Entretanto, para já vou retomar o conjunto de três ou quatro memórias sobre o uso das TIC no ensino, que interrompi por outros motivos - motivos de saúde que são temporários, embora me mantenham ainda pouco disponível, mas sem, na verdade, haver propriamente razão para me alhear.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Intervalo forçado

Alguns percalços sucessivos levam-me a fazer um intervalo, desta vez um tanto involuntário. Voltarei a postar quando retomar o quotidiano normal.
Entretanto, irei espreitando os blogues amigos.
Bom trabalho para todos!
Aré já :)

terça-feira, setembro 04, 2007

Memórias do uso das TIC na sala de aula - II

Envolvimento dos alunos

Disse no post anterior que em meia dúzia de anos ou pouco mais ficam desactualizadas e toscas iniciativas tidas no âmbito das TIC no ensino. Mas são memórias, hoje vou deixar uma aqui guardada.

Eu já aprendera a construir páginas web com o FrontPage e mais umas inclusões manuais no html, procuradas e achadas na net. Aprendera, com umas dicas de um amigo, criando uma página para o meu neto, que acabara de fazer cinco anos. Podia dizer que ainda nem passaram nove anos, mas é mais adequado dizer que passaram quase nove anos, pois, neste campo, isso é imenso em termos de novos recursos e técnicas.

A minha escola ainda não tinha recebido aqueles sete computadores que ganhara num concurso mediante projecto, mas havia de um a três no Centro de Recursos (variação consoante avarias à espera de reparação), herdados de "velharias" de outra escola com mais sorte no apetrechamento devido a ser a sede do nosso centro de formação. Lancei numa minha turma de nono ano (a da minha direcção de turma) a proposta de construirmos uma página de Matemática da nossa escola, a ser alojada após aprovação do presidente simultaneamente do CE e CP (a escola ainda não tinha site).

Não tínhamos horário para lhes ensinar a parte técnica(*), eles participariam (após a parte inicial de sugestões para a estrutura, componentes e 'visual') nos conteúdos - procura de curiosidades relacionadas com a Matemática para uma das secções, de passsatempos matemáticos para outra secção, e de problemas um pouco do tipo quebra-cabeças de níveis de dificuldade apropriados respectivamente para 2º e 3º ciclo e destinados a um concurso mensal a que qualquer aluno poderia responder por mail desde que se identificasse, incluindo turma e escola (o prémio era apenas ver o seu nome na net, na lista dos vencedores do mês, mas os miúdos gostavam - nessa altura, a net ainda era novidade para a maior parte deles).

O nome da página - RacioMat - foi proposto por um deles entre outras propostas e escolhido quase por unanimidade em votação nessa turma e na minha outra.

Numa fase logo a seguir, constituiu-se um grupo de alunos voluntários que assumiram dinamizar a página. Mas ninguém na turma podia concorrer ao referido concurso, pois era condição para que fosse integrado um problema por eles trazido que todo o grupo soubesse previamente não só a resposta, como também explicá-la à restante turma (eles não se importavam de não poderem concorrer, sentiam-se todos co-autores da página).

Esse grupo empenhou-se nas suas responsabilidades até ao final do ano lectivo (em que partiram por terem terminado o 3º Ciclo). A página, que prosseguiu depois deles partirem, já está desactivada, mas guardo os ficheiros, pelo que posso deixar aqui a recordação desse grupo - recordação e saudades :)

(Filipe, Gonçalo, Luís, Nuno, Renato, Rudi e Sérgio - os nomes viam-se à passagem do rato)

Bem... agora viria o relato das decepções que eles teriam se eu não tivesse outra turma - só nesta havia concorrentes, mas ao menos o concurso funcionou com vencedores todos os meses, e até houve envio de uma ou duas curiosidades, por iniciativa de alunos da mesma. E não foi porque a página não estivesse divulgada, mas até na minha escola os colegas de disciplina se limitaram a manifestar contentamento porque "já temos uma página de Matemática", e depois, quanto aos alunos... ponto final. :(

Mas não entro por esse relato. Digo apenas que até havia uma dificuldade, que era o facto de os alunos nas escolas não terem acesso a mail, a menos que o professor os levasse a criar um hotmail - o que era moroso e não se justificava só por aquele concurso. (Contudo, havia outros meios - eu própria não gastava tempo com essa dificuldade, recolhia as respostas em papelinhos identificados, e o carácter de concurso tinha um efeito desafiante para os miúdos)
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(*) Cheguei a fazer uma sessão de FrontPage numa hora fora dos nossos horários para o grupo referido, apenas para terem uma ideia. Um dos alunos foi para casa decidido a construir e alojar uma página pessoal, o que fez com a minha ajuda por emails que andaram para cá e para lá - levou pouco tempo e a sua página ficou interessante e útil para colegas e amigos dele.
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Adenda

Mais tarde, o concurso deixaria de ter problemas exigindo alguns conhecimentos de matemática, para passar a requerer só raciocínio, designando-se Lógica para Todos, e passou a funcionar também no placard da nossa sala de mat. Tornou-se popular nas turmas das colegas que passaram a "alinhar" e me deixavam as respostas no armário da sala.

Acrescentei esta referência porque passou então a ser frequente alunos fraquitos acertarem e tornarem-se muito assíduos a concorrer, enquanto acontecia bons alunos errarem. E, no último ano em que funcionou, o primeiro dos três vencedores do ano (também havia esse apuramento) foi um dos meus alunos mais fraquitos, que teve um sorriso de orelha a orelha quando recebeu as palmas da turma.

(Mas não vou "dissertar" sobre nada disto...)

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Adenda 2

A propósito da nota de rodapé (alusiva à construção de uma página pessoal por um dos alunos), lembrei-me de que o meu neto, agora também a iniciar o 9º ano, criou um blogue há uns meses atrás sem precisar de ajuda, pois agora basta seguir os passos indicados e ele surge quase automaticamente. Mas disse-me, passado pouco tempo, que o abandonara porque não sabia o que escrever nele. Decerto não dirão o mesmo os adolescentes e jovens que tenham passado por experiências tais como as conduzidas pela 3za - como se pode ver aqui e aqui -, ou pelo Pedro - referidas aqui e aqui.

domingo, setembro 02, 2007

Memórias do uso das TIC na sala de aula - I

Uma questão de perspectiva

Passada meia dúzia de anos ou pouco mais, as minhas modestas memórias tornaram-se desactualizadas e toscas face à recente quantidade de novos recursos de fácil acesso e utilização. No entanto, não mudaram as diferentes perspectivas em que podem ser encaradas e utilizadas as TIC no ensino. Não mudaram porque não são as novas tecnologias que trazem em si as perspectivas e os objectivos com que podem ser usadas - isso está em cada um que as use.

Dispenso-me de citar autores que mais recentemente e com bem maior desenvolvimento colocam essa questão (colegas os têm citado na blogosfera), limitando-me a recordar a ideia essencial de um dos primeiros artigos que li sobre a mesma questão, ainda a minha escola não tinha quaisquer computadores a serem usados por professor com alunos. Perdi o artigo, também o nome do autor, mas a ideia não esqueci por ser uma das primeiras abordagens ao assunto que li. Alertava o autor para que "a introdução dos computadores na sala de aula" tanto poderia significar inovação, como poderia simplesmente perpetuar métodos tradicionais e estagnados introduzindo nestes apenas 'ambientes' e 'visuais' mais vistosos e modernos.

De facto, o envolvimento dos alunos na aprendizagem construindo-a de forma activa, a promoção da reflexão e o desenvolvimento de competências tão importantes como o espírito crítico não vêm embalados nas novas ferramentas. São, sim, objectivos que professores perseguiam sem essas novas ferramentas e continuarão a perseguir com elas, explorando as maiores potencialidades que, sem dúvida, as mesmas oferecem - e aqueles que eventualmente se contentem com ser meros transmissores de conhecimentos a turmas algo passivas continuarão iguais, ainda que com ferramentas actuais.

Ora, da parte do actual ME, vieram anúncios de investimentos (ou intenções de investimentos) na formação dos professores no âmbito das TIC. Claro que, antes de mais, os professores precisam de aprender a manejar as novas ferramentas. Mas isso, a meu ver, não basta. E, se é verdade que o professor reflecte, repensa, evolue e assume a sua formação contínua, também é verdade que tem direito a uma formação inicial e à existência de acções de formação posteriores que, no domínio das TIC, lhes abram perspectivas do uso das mesmas no sentido de elas contribuirem para maior e melhor alcance dos objectivos acima referidos. E, pelo que conheci das ditas acções de formação, já existentes, (conheci pouco diretamente, mas vi guiões e ouvi relatos), a maioria tem-se destinado a que os formandos aprendam a manejar programas e outros recursos de modo alheado a (ou independente de) perspectivas da sua aplicação no processo de ensino-aprendizagem de forma efectivamente inovadora - a aprendizagem 'técnica' já é alguma coisa, poupam muitas horas a deslindar por si, só com umas dicas de amigos, mas é pouco.

(Não haverá que inovar também no que respeita a certos promotores de acções de formação cujos pelouros parecem intocáveis, bem como a alguns "eternos" formadores?)

sábado, setembro 01, 2007

Blogue regressando de férias

O meu blogue termina as férias pois não deixa de me fazer falta um cantinho onde me sentar de vez em quando para escrever ou simplesmente deixar... enfim, nem que seja uma canção (ainda que depois me esqueça de vir mudar o "disco").

Eu sei que se quiser um blogue não apenas para recanto comigo mesma, mas para alguma partilha, intervenção ou combate (ainda que de visualidade muito limitada), ele terá que ter uma postagem regular e frequente. Mas não penso nisso e decidi assumir de uma vez por todas este cantinho como de escrita espaçada, incluindo a retoma de uma ou outra memória de prof, sem compromisso comigo mesma sobre maior ou menor frequência - esta será a que acontecer, e pronto.

Já terei dito mais do que uma vez que a política de Maria de Lurdes Rodrigues e Compª me afastou de memórias de professora pouco depois de iniciar o blogue porque o clima provocado nas escolas tornou aquelas, a meu ver, pouco oportunas. Também, posteriormente, deixei de ter alunos, os quais sempre nos dão motivo para escrever 'memórias' não de ontem, mas de hoje. Mas não seria honesta se omitisse que, juntamente com as medidas da actual ministra, também me desmotivaram, no meu último ano de ensino, o conformismo, seguidismo ou extremo zelo de muitos professores e presidentes de ce, aumentando nomeadamente a burocracia que já de si algumas medidas comportavam, em vez de, com iniciativa, criatividade e ausência de excessivos medos, a simplificarem tanto quanto possível.

Agora, passado um ano lectivo da "ressaca" de tudo isso, já penso retomar algumas memórias. Mas de vez em quando, consoante me venha vontade ou não.

Em suma, este passará a ser um blogue assumido como de postagem espaçada - se se tornar ao menos semanal (após uns escritos de arranque agora), tanto melhor, já será uma boa meta para mim -, mas sem obrigações comigo mesma, ao sabor de motivação que me venha ou não venha.

terça-feira, agosto 21, 2007

The Power of Schmooze Award

Estava a sentir problemas de consciência em interromper as férias que dei ao meu blogue até início de Setembro - isso é coisa feia que me faz lembrar certa entidade a propósito de concursos. Mas depois pensei que ele está aqui tão perto de mim, que uma interrupção só por uns minutos... ele quase que nem vai dar por ela. ;)


O motivo é este:

«Este prémio é uma tentativa de reunir os blogs que são adeptos aos relacionamentos "inter-blogs" fazendo um esforço para ser parte de uma conversação e não apenas de um monólogo. Foi criado pelo Mike do Ordinary Folk.
"Regras:
1. Se, e somente SE, você receber o "Thinking Blogger Award" ou "The Power of Schmooze Award", escreva um post indicando 5 (cinco) blogs que tem esse perfil "schmoozed" ou que tenha te "acolhido" nesta filosofia. (se não entendeu, leia a explicação no parágrafo anterior de novo).
2. Acrescente um link para quem te indicou .
3. Opcional: Exiba orgulhosamente o "Thinking Blogger Award" ou o "The Power of Schmooze Award" com um link para este post que você escreveu."»



Agradeço a indicação deste meu cantinho ao
Miguel e à Teresa.


E, como sou (fui) professora dessas "coisas terríveis" lá das matemáticas, ia ficar-me muito mal confundir 5 com 5+5 (mas gostava mais de indicar 5+5), pelo que facilitei um nadinha a questão do reduzido número optando por um único critério: Blogues que eu gostaria que fizessem "parte de uma conversação" alargada a muitos mais professores (serão numericamente bastantes os que frequentam a blogosfera, mas a percentagem no total é ainda muito pequena) porque considero que são blogues que, cada um no seu estilo (todos diferentes), 'abanariam' acomodações, estagnações e/ou conformismos.


Aqui ficam as minhas cinco indicações:







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E agora volto a deixar o meu bloguezito repousar...

quarta-feira, julho 25, 2007

Boas férias!

Que todos as possam aproveitar para descansar, descontrair e renovar o espírito (ou o estado de espírito).

Eu sairei só por uma semana, depois estarei mais ou menos por aqui, mas vou dar férias ao meu blogue. Não é que ele mereça, passou o ano em pausas e intervalos e o resto do tempo a queixar-se de enjoos que atribui a remessas de alimentos estragados que chegam a uns sítios onde continua a meter o nariz e a que chama Escola Pública e Sistema Educativo, mas o coitado até anda mesmo com evidentes sintomas de desmotivite aguda, não vou regatear-lhe as férias, não seja por falta delas que não cura a desmotivite e os enjoos, que são maleitas muito indesejáveis!

Até logo. Boas férias!

sábado, julho 21, 2007

Para o fim de semana deixo...

... deixo a beleza dos quadros de Van Gogh - e não só os quadros.
(Em qualidade da imagem, não é o melhor vídeo com essa canção de homenagem, mas optei pela versão legendada)

(...)
Agora eu entendo
O que você tentou dizer-me
E o quanto sofreu pela sua lucidez
E como você tentou libertá-los
Eles não ouviriam
Não sabiam como
Talvez agora ouçam
(...)
Agora acho que entendo
O que você tentou dizer-me
E o quanto você sofreu pala sua lucidez
E como você tentou libertá-los
Eles não ouviriam
Ainda não ouvem
Talvez nunca ouvirão

__________________

P.S.:

Já tinha entrado em fim de semana, mas o artigo de Carlos Ceia no Público de hoje (só acessível online a assinantes) relativo ao regime jurídico da habilitação profissional para a docência faz-me transcrever um excerto, no qual consta o endereço para documento mais completo do mesmo autor.

«(...)Já expliquei em longo documento técnico os vários problemas que o decreto-lei levanta (ver www.fcsh.unl.pt/docentes/cceia/Educacao/que_profs_formar.pdf). Este parecer, o do Conselho Nacional de Educação, e todos os que as universidades e politécnicos enviaram foram ignorados até à data. Este decreto-lei não tem uma filosofia, uma literatura, uma bibliografia ou uma ciência a apoiá-lo ou a justificar as suas opções, logo o debate parece ser inútil. Mas as consequências graves que transporta para o futuro da formação inicial de professores, hipotecando a qualidade da formação das próximas gerações e afastando-se de todas as tendências internacionais nesta área, obrigam-nos a continuar o protesto. (...)»

quinta-feira, julho 19, 2007

De como um(a) aposentado(a) também precisa de férias

Eu não sei que 'diabo' de escola de vida tive (saber, sei - sei até muito bem, é só maneira de falar), que não consigo alhear-me quer das questões a que a minha profissão esteve ligada, quer do mais que se passa neste país (e não só nele). Não é porque me falte em que me ocupar.

[Não só não me falta em que me ocupar, como continuo com coisas pendentes, à espera de tempo. Aliás, é espantoso como aquela grande organização que o trabalho profissional exige para que se consiga que o tempo chegue para todas as prioridades da nossa vida faz que se encaixe tudo nas horas de cada dia ou semana e depois, quando deixa de haver horários e obrigações a cumprir (pelo menos em boa parte do tempo, pois continua a ter-se responsabilidades e obrigações - na vida elas não são só as profissionais), parece que cada dia não chega para quase nada.]

Mas, dizia eu, não consigo alhear-me especificamente das questões da educação, e pergunto-me porquê (ou para quê), dado que já não tenho que - nem posso - lidar com elas. Poder, até podia ainda escrever - não importava que fosse lida só por dois ou três, cada um dá o seu minúsculo grãozinho de contributo e, se todos dessem, já fazia um saco cheio. Mas, a verdade é que a experiência dos 'velhos' fica ultrapassada nestes tempos de mudanças vertiginosas e não faz muito sentido que os velhos continuem a ler-estudar tudo o que é necessário só para actualizarem a sua experiência quando já não a podem aplicar no terreno próprio.
Além disso, há também aquele sentimento de inutilidade/impotência que não anda só a atingir os mais velhos, também os menos velhos o têm perante tantas medidas impostas prepotentemente - mas esses têm um tempo de actividade pela frente, é questão de esperar um pouco, que as cegueiras e arbitrariedades de quem está a atolar o ensino público hão-de ter o tempo contado, as consequências hão-de tornar-se tão evidentes que até a tanta gente que anda "distraída" e tinha a obrigação/responsabilidade de não andar vai dar-se conta.

E todo este palavreado só para dizer que também estou a precisar de umas férias - férias de observar todos os dias esta política (des)educativa em curso, escape desse clima de mediocridade e de obsessões a resvalarem para doença maníaca que sinto emanar dos gabinetes que decidem, regulamentam e despacham essa "política" quer nas suas linhas de fundo, quer em múltiplos pormenores absurdos, contraditórios e impositivos de uma burocracia insana. Não sei é se consigo fazer essas férias antes da semaninha em que vou mudar de ambiente, e sem net fico sem informação, que pela tv mal chego a ela - mas falta pouco, é já de hoje a oito dias, e depois, quando voltar, apesar do Agosto no calor de Lisboa, sempre respiro ar menos poluído durante mais um mês, pois estarão os senhores governantes em férias, e os senhores deputados também (mas certos silêncios destes últimos nem se vão notar - serão só uma continuação).

terça-feira, julho 17, 2007

Compartimentos

Quando falo com algum amigo (ou amiga) que ainda está no activo e lecciona no ensino superior, fico com maior percepção de quanto as questões de educação-ensino andam compartimentadas.
Como não vou descrever em público conversas particulares, deixo apenas um ou dois exemplos vagos e não situados:

1 - Se eu abordar a questão do novo regime jurídico da habilitação profissional para a docência no ensino não superior e, nomeadamente, a do professor generalista, já sei que é melhor preparar-me para ouvir alguma resposta no género de 'já é assim em muitos países da Europa'. E cá temos a ideia falaciosa instilada pela "política global" de que o que é é o que deve ser ou o que tem que ser.

2- E se eu for mais longe e lembrar a ideia (que ainda não é uma proposta, mas que já apareceu publicamente como hipótese a considerar) de fusão dos 1º e 2º ciclos do Ensino Básico num só, a resposta então é certa: "Isso não é possível, é claramente contra a Lei de Bases do Sistema Educativo". E cá fico eu com a sensação de que o meu interlocutor do ensino superior se anda a dar pouco conta do que, dizendo mais respeito ao ensino não superior, tem vingado com atropelos de direitos adquiridos e ambiguidades em termos constituicionais, ultrapassando-se rapidamente ilegalidades mediante revogação de decretos e aprovação de novos. (Alterações profundas a uma lei são mais difíceis? Ora! Vamos ver o (pouco) tempo que vão demorar alterações à Lei Sindical...)

Podia dar outros exemplos mais elucidativos dessa percepção de compartimentação das preocupações de professores de graus diferentes de ensino, mas já teria que descrever conversas tidas - não que elas tenham algo que não se possa contar (apenas significam que cada um está envolvido no seu 'terreno', e isso até é natural, ainda que, a meu ver, não deva bastar).
Quis apenas deixar esta breve nota sobre compartimentos - estes e muitos outros compartimentos se verificam nas questões do ensino.
_______________

P.S.:
Ao escrever as linhas acima, eu estava a pensar mais nas grandes questões do ensino em si e nas opções das políticas educativas que marcam o rumo da educação no nosso país. Por isso, estava também a pensar em alheamentos que se andam a verificar entre aqueles que nelas podem e devem intervir com independência face a interesses meramente políticos, necessitando, para isso, de se manterem atentos e detentores de uma visão global - globalidade em que as diversas medidas se vão encaixando e vão tendo consequências interferentes umas com as outras.
Mas, depois voltei aqui ao lembrar-me de que, não havendo nada que valha ao sistema educativo sem professores mobilizados e com estatuto de carreira que os motive e dignifique, também os ataques e as medidas prepotentes relativas às carreiras docentes (e que a mais não obedecem do que a prioridades economicistas) não deviam ser consideradas "questões deles" (dos que as sofrem) - não deviam ficar em compartimentos. Não deviam, porque vão ter reflexos no próprio ensino, e ensino em qualquer grau ou nível devia ser objecto da preocupação de todos. (Além de que não deviam ser deixados para compartimentos dos directamente interessados ou lesados também para que, quando chegar a vez a outros, não seja tarde - Brecht bem deixou o aviso)

sexta-feira, julho 13, 2007

A minha estranha rejeição de escrever

Abro o blogger a perguntar-me: Vou escrever o quê? Vou escrever para dizer que não quero escrever?!
Mas talvez me faça bem pensar nisso em voz alta - não que esteja à espera que ainda alguém me leia, mas isto é público, não deixa de dar a sensação de que se está a pensar em voz alta.

De náusea, ou enjoo, já falei aqui. É uma náusea espantada, também um tédio que não consegue limitar-se a tédio porque a situação não me é indiferente - a escola foi parte da minha vida e o sistema educativo foi parte das lutas em que participei, não me é possível ficar agora indiferente. Mas tanto disparate, tanta estreiteza de vista na catadupa de medidas legislativas (agora mais uma série de regulamentações que mais uma vez nenhuma negociação concreta vão aceitar), tanta avaliação que não deixa tempo para mais nada (mais parecendo doença maníaca), tanta incapacidade para perceber que todo o clima de sufoco que é gerado nas escolas (sufoco em papelada/burocracia e sufoco sob múltiplas pressões externas) só contribuirá para as afundar esvaziando-as dos objectivos e preocupações essenciais... Está a ser demais!


Talvez eu ande com uma rejeição a escrever, apesar de tanta coisa que me vem à mente, para proteger as minhas memórias. No entanto, também sei que ando como uma balança a que falta um prato - tenho só o prato, e pesado, da actual política educativa, faltando-me o outro, o das aulas, o dos alunos. Falta-me porque não o posso ter não estando já na escola, falta-me também porque dos alunos não ouço falar - a não ser por números estatísticos - nas intervenções da ministra da educação e seus colaboradores (incluido-se nestes muitas vozes "sonantes" deste país), que nem pejo têm de fazer dos alunos cobaias.

Enfim, eu, que nunca fui pessoa para ficar calada (bem o sabem todos os que me conhecem de perto), ando cada vez mais a encarar com estranha recusa este cantinho onde tenho oportunidade de falar se quiser. Talvez porque, como já tenho dito, faço questão de persistir na esperança e, estando a ficar sem ela em termos de curto prazo, prefiro não mostrar o pessimismo (ou descrença) que começa a ser inevitável. Entretanto, estou a dizer isto porque tenho a acrescentar que acredito que este meu estado de espírito seria diferente se tivesse ainda o tal outro prato da balança que agora me falta - os alunos. Porque o trabalho com estes e para estes tem que continuar, é por isso que se escolheu a profissão de professor, e essa razão maior há-de prevalecer como motivação.

É uma razão que já não me pertence concretizar, essa falta é propícia a que se me instale a náusea que me causa o que anda a encher o referido prato da minha balança, a que falta o outro prato para equilibrar e manter o espírito positivo que gosto de ter. Mas... aos professores no activo esse outro prato não falta, com ele hão-de manter/recuperar serenidade, lucidez e firmeza - firmeza sobretudo, ela anda fugida de muitos (de demasiados, incluindo presidentes de CEs), mas a sua necessidade há-de acabar por se impor. (Marx disse que a liberdade é a consciência da necessidade, e eu atrevo-me a dizer, a propósito ou a despropósito - acho que a despropósito, mas não faz mal, serve para o que quero dizer - que a maioria dos professores anda a precisar de ganhar consciência da necessidade de firmeza, em vez de conformismo. Mas as tomadas de consciência levam o seu tempo, há que ter um bocadinho de paciência para aguardar - eu é que já estou fora do meu tempo de ter paciência).

quarta-feira, julho 11, 2007

Resultados em Matemática - Acusar e pressionar professores não resultou

Não posso emitir opinião sobre as causas de terem piorado e sido tão negativos os resultados dos exames do 9º ano - só uma análise das provas feitas pelos alunos permitirá avançar com algumas explicações sobre o sucedido.
Não me pronunciei aqui sobre o grau de dificuldade da prova (ou grau de facilidade - como preferirem), mas comentei em mais do que um post publicado sobre o assunto noutros blogues que não estava tão certa como muitos acharam da facilidade dela para os nossos alunos, quer porque conheço o tipo de dificuldades que têm 'à primeira vista' de um teste (e, num exame, não pode haver quem os faça ler com uma 'segunda vista'), quer porque as notícias que tive na altura iam bastante no sentido de os alunos terem saído do exame considerando-o difícil. E, embora a prova não tivesse itens que ultrapassassem os conhecimentos e o nível de desempenho que é de exigir, a verdade é que a facilidade que parece haver aos olhos dos adultos não é confirmada pelos alunos que temos.

Mas, como comecei por dizer, não posso analisar as causas destes resultados - e não penso, de modo nenhum, que seja ao conteúdo da prova que elas se podem atribuir.
O que me parece óbvio (aliás, sempre me pareceu - não é apenas hoje que o digo) é que acusar professores, intimidá-los e pressioná-los para trabalharem para um exame treinando e treinando os alunos para ele não resulta. A educação matemática das nossas crianças está cada vez mais difícil (e, claro, os professores têm responsabilidade pelo facto, mas também a têm os ministérios da educação, as famílias e a sociedade em geral), mas não é a trabalhar com os olhos postos nas estatísticas a obter que alguma vez se irá longe numa verdadeira educação matemática (a qual, aliás, começa incutindo-se nas crianças o gosto por ela).
E, como a paciência me anda a faltar, fico por aqui.
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P.S.:
Ah! Deveria comentar também a ida de Maria de Lurdes Rodrigues à AR? Peço desculpa, mas...

sábado, julho 07, 2007

E para fim de semana deixo...

(Prevejo fim de semana prolongado para serenar)

... deixo um quadro de Chagall (1887-1985), pois hoje seria seu aniversário - agradeço à Amélia Pais ter lembrado.


Marc Chagall (1974). L’Ange du Jugement.

Mas o que é isto??

Só hoje dei conta (distracção imperdoável) - alteração à Lei Sindical, ainda por cima com atropelos ao direito constitucional à negociação!

Por agora, deixo dois destaques elucidativos:

E faço também as perguntas que faz a FENPROF:


«Surpreendente é que, apesar dos sucessivos ataques movidos pelo Governo aos Sindicatos, à liberdade de exercício da actividade sindical, às regras da negociação e, de uma forma geral, às mais elementares normas do Estado de Direito Democrático, se tenham deixado de ouvir os verdadeiros socialistas que é suposto existirem no Grupo Parlamentar do PS. Por onde andarão?! Por que continuam a assumir este insuportável silêncio?!»

sexta-feira, julho 06, 2007

Gerações...

Termino neste post a transcrição de alguns excertos de uma conferência* proferida por Bento de Jesus Caraça em 1933 - termino com as palavras finais dessa conferência que não perdeu actualidade, como se pode verificar aqui e aqui.

«Houve quem dissesse um dia que as gerações dos homens são como as das folhas, passam umas e vêm outras.
Está na nossa mão o desmentir o significado pessimista desta frase.
Só figuram de folhas caídas, para uma geração, aquelas gerações anteriores cujo ideal de vida se concentrou egoisticamente em si e que não cuidaram de construir para o futuro, pela resolução, em bases largas, dos problemas que lhes estavam postos, numa elevada compreensão do seu significado humano.
Essa concentração egoísta tem um nome - traição, e, se hoje trairmos, será esse o nosso destino - ser arredados com o pé, como se arreda um montão de folhas mortas.
E não queiramos que amanhã tenham de praticar para connosco esse gesto, impiedoso mas justiceiro, exactamente o mesmo que hoje nos vemos obrigados a fazer para com aquilo que, do passado, é obstáculo no nosso caminho.»
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* Bento de Jesus Caraça. A Cultura Integral do Indivíduo-Problema Central do Nosso Tempo. Conferência proferida em 1933.
In Cultura e Emancipação (seguir link)

quinta-feira, julho 05, 2007

...


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In Albano Martins (1995). Com as Flores do Salgueiro. Homenagem a Bashô. Ed. Universidade Fernando Pessoa.

quarta-feira, julho 04, 2007

Excertos de uma Conferência* (1933). II - E aqui reside o grande drama

(Como disse em I, há textos que parecem não ter data - lê-los ou recordá-los é sempre oportuno)

«(...)
E aqui reside o grande drama em que, de todos os tempos, se tem debatido a humanidade - condenada a só poder evolucionar e progredir sob a acção vivificadora e fecunda de alguns dos seus indivíduos, ela vê-se ao mesmo tempo impotente para impedir que esses indivíduos se tranformem em seus verdugos. Ela assiste, incapaz de o evitar, à criação das castas que são como outras tantas sanguessugas sobre o seu corpo, sem, ao menos, lhe restar a solução de as eliminar, porque isso equivaleria à sua morte no pântano estéril da incapacidade.

Encarada sob este ângulo, a História da Humanidade aparece-nos como uma gigantesca luta, gigantesca no espaço e no tempo, entre o indivídual e o colectivo. Luta gigantesca, e trágica, e sangrenta, em que transparece um domínio quase permanente do individual sobre o colectivo e, de longe em longe, um estremecimento do grande corpo mortificado, um movimento de revolta, um triunfo efémero do colectivo, que logo cai sob outro ou o mesmo jogo pela sua incapacidade de se reconhecer e dirigir.

E esse grande corpo, curvado ao peso dos seus donos, segue o seu caminho sem parar, cai aqui, levanta-se além e aspira, aspira sempre a qualquer coisa de melhor. Mas esse «qualquer coisa» é vago e impreciso e, por isso mesmo que o é, leva a todos os desvios e todos os erros, pressurosamente amparados e com cuidado mantidos, precisamente por aqueles - o princípio individual em acção - a quem uma consciência colectiva forte ameaçaria no seu poderio egoísta.

(...)

A vitória duma ideia revolucionária significa, na época em que se dá, um acontecimento momentaneamente estável, mais perfeito que o anterior, entre as forças em presença; significa que se deu um novo passo no sentido de subtrair o colectivo à tirania do individual; sentem-no bem as massas, que, nessas épocas de comoção dos fundamentos da sociedade, se lançam, num explosão de entusiasmo, ao assalto do corpo decrépito e parasitário que sobre elas vive.

Mas a sua falta de preparação cultural, o não reconhecimento de si mesmas como um vasto organismo vivo e uno, torna-as incapazes de levar a sua obra mais além da destruição do passado; impossibilita-as de proceder à construção da ordem nova que a sua revolta preparou.

(...)

Passa algum tempo e começa nova diferenciação - os interesses egoístas dos dirigentes sobrepõem-se aos interesses gerais, são novos elementos individuais que começam a exercer opressão sobre a colectividade (...)

Tudo recomeça, disse acima, mas seria vão pretender-se que recomeça exactamente nas mesmas bases. Não; da etapa anterior, alguma coisa, às vezes muito, ficou definitivamente adquirido.
(...)»


(Escolho esse último parágrafo para terminar este post com um pensamento de algum conforto. Haverá um terceiro post com excertos da parte final da mesma conferência.)

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* Bento de Jesus Caraça. A Cultura Integral do Indivíduo-Problema Central do Nosso Tempo. Conferência proferida em 1933.
In Cultura e Emancipação (seguir link)

domingo, julho 01, 2007

Excertos de uma Conferência (1933). I - As ilusões nunca são perdidas

(Há textos que parecem não ter data - lê-los ou recordá-los é sempre oportuno)

«Tudo isto (estava-se em 1933) fez que se amortecessem alguns entusiasmos das primeiras horas. Que importa? É essencial que tenham existido! Mas foram algumas ilusões perdidas, dir-se-à. Não. As ilusões nunca são perdidas. Elas significam o que há de melhor na vida dos homens e dos povos. Perdidos são os cépticos que escondem sob uma ironia fácil a sua impotência para compreender e agir, perdidos são aqueles períodos da história em que os melhores, gastos e cansados, se retiram da luta, sem enxergarem no horizonte nada a que se entreguem, caída uma sombra uniforme sobre o pântano estéril da vida sem formas.
(...)
Não é fácil tarefa o alguém abalançar-se hoje a emitir juízo, por mais despretencioso que ele deseje ser, sobre o tempo que vivemos. Mas não há também tarefa mais importante nem mais urgente. O que o mundo for amanhã, é o esforço de todos nós que o determinará. Há que resolver os problemas que estão postos à nossa geração e essa resolução não a poderemos fazer sem que, por um prévio esforço do pensamento, procuremos saber, por uma análise fria e raciocinada, quais são esses problemas, quais as soluções que importa dar-lhes - saber donde vimos, onde estamos, para onde vamos.
E pensemos, agora que ainda o podemos fazer. Amanhã pode ser tarde, porque a tempestade que tem vindo a acumular-se sobre as nossas cabeças pode desencadear-se e arrastar-nos nos seus turbilhões brutais. A violência da borrasca não nos permitirá que façamos mais do que gestos elementares e instintivos que só não nos trairão se forem, a todo o momento, orientados e dominados por uma personalidade de uma só peça, aquela personalidade que temos de forjar - enquanto é tempo.
(...)»

Bento de Jesus Caraça. A Cultura Integral do Indivíduo-Problema Central do Nosso Tempo. Conferência proferida em 1933.
In Cultura e Emancipação (seguir link)

[A continuar (mais excertos da mesma conferência): Sobre a luta entre o indivíduo e a colectividade e sobre a aquisição da cultura]

Selecção difícil...




A Maria Lisboa nomeou-me e já lhe agradeci. Não acho nada que este cantinho mereça tal voto, mas tomo-o como um carinho.
Para verem a origem desta ideia e o respectivo regulamento, cliquem na imagem.


É difícil escolher, entre muitas maravilhas, um número tão reduzido - mesmo para mim que alargo pouco as minhas visitas na blogosfera por condicionamentos de tempo. Mas não quero deixar de corresponder ao desafio, pelo que aqui vão as minhas nomeações, por ordem alfabética.

Ao Longe os Barcos de Flores

Da crítica da Educação à Educação Crítica

outrÒÓlhar

Página em Branco *


**
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* Nomeio apenas esse blogue da Maria Lisboa, entre os vários dela ou em que ela colabora, porque o regulamento exige o nome de um blogue. Mas o que me leva a essa nomeação não é só esse blogue, é todo o conjunto de posts e de intervenções combativas dela na blogosfera, incluindo informações/alertas que têm contribuido para que eu, afastada do "terreno", me mantenha também alertada.

** O difícil não foi nomear, mas sim deixar alguns mais por nomear - nesta iniciativa há um regulamento, as nomeações são para enviar por mail, tive que cumprir. Mas deixo aqui ao menos a referência a mais cinco das minhas maravilhas, assim faz a dúzia, que é conta mais a meu gosto (e ainda mais seria se fosse para as duas dúzias, uma nem sequer vai dar para referir as maravilhas todas que são minhas companhias no Aragem). Também por ordem alfabética:
Madalena, Marina, Miguel, Tit, Tsiwari.

sábado, junho 30, 2007

Divulgando uma iniciativa de alunos




Foram alunos da
Teresa. Através da blogosfera, vi desenvolver-se a sua Sala 16. Esta continua activa e lançou agora a iniciativa Concurso Verão&Poesia. Deixo o meu pequeno contributo para a sua divulgação. Ver aqui.

quarta-feira, junho 27, 2007

Eles...

Há bastante tempo que este cantinho anda com pausas e intermitências, pelo que será natural que a semana do dizer bem fique com um número de postagens muito escasso - o contrário seria forçar a escrita quando ainda não recuperei mais disponibilidade (seja esta de tempo ou mental).
No entanto, eles vieram-me ao pensamento - eles, os alunos que já não tenho, mas que foram tanto, tanto na minha vida. Vieram ao pensamento alunos individualmente, logo a seguir turmas, acabando por virem todos mesmo que a memória já os não distinga. Mas eu sei que em cada leva os distinguia todos, todos - todos diferentes, todos particulares, todos únicos. Alguns, é certo, a ocuparem mais o pensamento da professora/directora de turma, a precisarem de maior atenção por este ou aquele motivo ou circunstância, até mesmo o excelente aluno que não dá qualquer preocupação mas que acontece estar numa turma daquelas assim medianas - quase todos a andarem pelos mínimos -, para quem é preciso também diferenciar estratégias para que não deixe de ir tão longe como pode e deseja ir.

Vezes sem conta tive momentos em que me encantei, uma vez mais a ultrapassarem as minhas expectativas naqueles desafios que lhes fazia, naquelas iniciativas em que os metia, como se isso fosse novo, como se não estivesse já habituada a isso (mas estava). E como era também linda a cooperação que se estabelecia entre eles, uma vez adquirida aquela dinâmica do trabalho em grupo!
Algumas turmas, sobretudo nos últimos anos, mais difíceis? Sim, é verdade, mas agora era 3º Ciclo e não 2º, e acho que foi também nos últimos anos que eles próprios aprenderam a dizer "stôra, estamos na adolescência..." :-)

Gostava de saber escrever-lhes um poema. Como não sei escrever poemas, deixo apenas as minhas saudades. E este recordar, nesta semana do dizer bem.

segunda-feira, junho 25, 2007

Do bem que não é falado...

«No terreno, ao percorrermos, durante décadas, centenas de escolas de Portugal, encontrámos incógnitos heróis, espalhados por essas salas de aula; falámos com educadores que nada pedem e tudo dão. E, a par de alguma (inevitável) poluição (Onde está a "Etar"?), encontrámos oceanos povoados de humanismo e de fascínio.»

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In Álvaro Gomes (2006). Blues pelo Humanismo Educacional?. Edições Flumen.

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P.S.:

A variação de estado de espírito entre os meus três posts de hoje tem a ver com a dificuldade em corresponder (mas eu até queria alinhar) à proposta da Idalina Jorge, que pode ser recordada aqui (A semana do dizer bem), e que é uma proposta muito saudável mas, nas presentes circunstâncias, deveras difícil de concretizar!


Desculpem lá, mas não sou capaz de passar a semana só a dizer bem!!! Ora vejam isto...

Pensava eu que tinha conseguido mandar embora o mau humor, como se prova no meu post anterior. Mas logo uma horinha depois vou ao blogue do Paulo Guinote e leio estas notícias!
Se há assunto que me põe a ferver é isso do professor generalista para o 2º Ciclo, e cada vez o panorama parece pior.

Sim, há muita iniciativa positiva, e há muitos professores maravilhosos, mas a verdade é que isso tudo junto não tem força contra as confusões e descalabros a que estamos assistindo.

Pronto, vou mas é tentar, durante esta semana, ler só as coisas boas. Prometo que, depois, tentarei fazer uma lista para publicar.

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Adenda

Desculpem os meus impulsos.

Já passou...

Uma opção que admirei

Neste ano lectivo que agora finda, aposentada, o meu contacto com as coisas da escola confinou-se muito à blogosfera. Mas nela, incluindo divulgação e links para iniciativas, li muita coisa que vai fazendo manter a esperança na acção educativa. O meu post anterior reflecte o tal olhar que não gosto de ter reparando na garrafa meia vazia, mas, na realidade, também não faltam recheios para uma semana do "dizer bem".

E, embora não seja muito o meu género personalizar o que admiro, vou fazer uma referência especial à decisão da
3za (por acaso do meu grupo disciplinar) cujo amor, entusiasmo e dedicação pelo ensino e pelos alunos se sente em cada post que publica. A decisão que refiro foi a de não concorrer a titular, e as razões para tal encontram-se em vários dos seus posts, nomeadamente aqui e aqui. (Desculpa, Teresa, se achares que esses dois posts não são os mais significativos - eu achei que dizem tudo...)
Não interessa se eu me interrogo se não seria possível, em vez dessa decisão sem efeito nas actuais normas e apenas prejudicando pessoalmente, lutar depois, quando titular, pelo direito a continuar a trabalhar principalmente com os alunos. Também não interessa o que eu decidiria se me tivesse confrontado com a situação. (Aliás, não sei dizer o que faria, não tive que reflectir sobre isso) A verdade é que a Teresa optou de acordo com a sua vocação e com o que pensa da "carreira" de titular, mas essa opção não deixa de a afectar em dois aspectos: Um, o material, em termos de remuneração; outro, o impedimento de continuar com uma vertente de trabalho que, embora não sendo sentida como primordial, não deixava de complementar uma realização profissional através da formação de professores, para a qual sempre foi solicitada ou eleita e para a qual se conhece bem a sua aptidão e o seu contributo.

Há pessoas que contribuem fortemente para que consigamos manter as nossas melhores crenças, nomeadamente na educação das nossas crianças. A Teresa Marques é uma delas.

Um graaaande beijinho, Teresa!

domingo, junho 24, 2007

...

Ando farta, enjoada. Este país parece uma farsa (mas um tanto trágica).
Agora nem é por precisar de pausa que não me apetece escrever. É porque a política educativa me põe de mau humor, lembrar-me de certas mazelas das escolas também. E escrever de mau humor é negativo, não gosto.
2ª feira começa a semana do dizer bem, como propôs a Idalina Jorge. Estou desejosa de ler posts a dizerem bem de coisas relacionadas com o sistema de educação-ensino, pode ser que me inspirem...

Desculpem-me, colegas que leiam estas linhas. Eu sou muito persistente na esperança (nem que seja só a médio ou mesmo a longo prazo), defendo o pensamento positivo e isso de ver a garrafa meia cheia e não meia vazia, mas de vez em quando também sofro de enjoos e preciso de deitar umas coisas para fora... Mas pronto, venha depressa essa semana do dizer bem!

quarta-feira, junho 20, 2007

Afinal o plano para a Matemática era só para o 3º Ciclo, ou MLR está baralhada??

Comecei por pensar que a minha memória estava equivocada e até fui pesquisar notícias antigas. Mas não, não estou enganada, o plano de acção para a Matemática foi mesmo previsto para 2º e 3º ciclos.
Então, o que aconteceu entretanto? Será que esqueceram todos o 2º Ciclo porque no 3º é que havia a "grande prova", o exame? Isto está a fazer-me cócegas na mente, mas devo ser eu que me prendo a "pormenores". É melhor esquecer o assunto e deixar votos para que, no próximo ano lectivo, a aprovação de novos planos (novos, pelos vistos) e o respectivo financiamento venham mais atempadamente do que aconteceu no corrente ano.