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terça-feira, julho 01, 2008

Recordando uma canção

Há dias, como agora, em que preciso de me lembrar das flores, de falar delas, de acreditar nelas. Assim neste cantinho quieto, que não é só para pensar na Educação, é também um lugarzinho só meu.

Gosto muito desta canção. Tinha-a em vinil; depois vieram os cds, procurei-a, mas nunca encontrei nova gravação à venda. Até que, um dia, um amigo ma enviou em mp3 (eu ainda não conhecia o Emule e outros meios de obter músicas na net).
Já a deixei algures neste cantinho, mas agora, com o YouTube, (quase) tudo se encontra em vídeo.

É uma canção datada? Pois é, mas nunca há data para acreditar nas flores.
Como também nunca há data para dizer:

Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Vem, vamos embora que esperar não é saber


Geraldo Vandré: Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores...


quarta-feira, maio 14, 2008

sábado, abril 26, 2008

Canções para a minha neta Inês

Ontem a minha Inês fez-me novas perguntas sobre o 25 de Abril. Ao falar-lhe das duas canções que foram senhas naquela noite, dei-me conta de que ela não conhecia a Grândola - imperdoável da nossa parte. Ouviu-a e falei-lhe então do Zeca, e do Adriano também. Fiquei comovida com a sua especial atenção e com os seus olhos emocionados ao ouvir o Adriano na Trova do Vento que Passa. Por isso aqui deixo para ela essa canção, e também uma canção especial do Zeca.


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Adriano Correia de Oliveira - Trova do vento que passa


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José Afonso - Canção de embalar


quinta-feira, abril 17, 2008

Não cresças tão depressa...

Porque hoje é 5ª feira, dia em que a vou sempre buscar à escola, dia em que jantamos sempre só as duas, dia nosso...

Menininha do meu coração
Eu só quero você
A três palmos do chão
Menininha, não cresça mais não
Fique pequenininha na minha canção
Senhorinha levada
Batendo palminha
Fingindo assustada
Do bicho-papão

Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim
E você vai sofrer de repente
Uma desilusão
Porque a vida é somente
Seu bicho-papão

Fique assim, fique assim
Sempre assim
E se lembre de mim
Pelas coisas que eu dei
E também não se esqueça de mim
Quando você souber enfim
De tudo o que eu amei

Vinicius de Moraes

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Voz: Toquinho

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Ei!

(…)
Ei você,
Não os ajude a enterrar a luz
Não se entregue sem lutar
(…)
Ei você,
Não me diga que não há nenhuma esperança
Juntos nós resistimos, separados nós caímos




(Sou do tempo dos discos de vinil. Se calhar estou desfasada nisto dos 'tempos' ao deixar essa tradução acima. Mas... pronto, apetece-me deixar a canção.)




In YouTube: "Hey You - Pink Floyd (Vinyl Recorded)"

segunda-feira, dezembro 31, 2007

... E não desistam de sonhos!

No início de um novo ano, imaginemos... sonhemos...

Deixo só a canção...






Ah... pensando melhor, tem que ser também na voz de John Lennon, e aproveito para um vídeo de recordações...



sábado, julho 21, 2007

Para o fim de semana deixo...

... deixo a beleza dos quadros de Van Gogh - e não só os quadros.
(Em qualidade da imagem, não é o melhor vídeo com essa canção de homenagem, mas optei pela versão legendada)

(...)
Agora eu entendo
O que você tentou dizer-me
E o quanto sofreu pela sua lucidez
E como você tentou libertá-los
Eles não ouviriam
Não sabiam como
Talvez agora ouçam
(...)
Agora acho que entendo
O que você tentou dizer-me
E o quanto você sofreu pala sua lucidez
E como você tentou libertá-los
Eles não ouviriam
Ainda não ouvem
Talvez nunca ouvirão

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P.S.:

Já tinha entrado em fim de semana, mas o artigo de Carlos Ceia no Público de hoje (só acessível online a assinantes) relativo ao regime jurídico da habilitação profissional para a docência faz-me transcrever um excerto, no qual consta o endereço para documento mais completo do mesmo autor.

«(...)Já expliquei em longo documento técnico os vários problemas que o decreto-lei levanta (ver www.fcsh.unl.pt/docentes/cceia/Educacao/que_profs_formar.pdf). Este parecer, o do Conselho Nacional de Educação, e todos os que as universidades e politécnicos enviaram foram ignorados até à data. Este decreto-lei não tem uma filosofia, uma literatura, uma bibliografia ou uma ciência a apoiá-lo ou a justificar as suas opções, logo o debate parece ser inútil. Mas as consequências graves que transporta para o futuro da formação inicial de professores, hipotecando a qualidade da formação das próximas gerações e afastando-se de todas as tendências internacionais nesta área, obrigam-nos a continuar o protesto. (...)»

quinta-feira, março 08, 2007

Uma memória remota a propósito dos festivais da canção

Já na noite do sábado passado me dera conta da emissão, pela RTP1, de um espectáculo em que teriam sido recordadas vozes do Festival da Canção. Vendo-o já mesmo no final, nem sei que vozes foram recordadas, nem isso importa, pois foi apenas o tema que me trouxe subitamente uma memória já quase esquecida - a do Festival Eurovisão de 1973. E agora, que também os festivais da canção foram lembrados na comemoração dos 50 anos da RTP, incluindo a canção de que me lembrara no sábado, não resisti a uma breve busca para a deixar aqui.

Naquela época, o concurso ao festival era acarinhado pelo regime, pelo que os nossos cantores de intervenção tendiam a não concorrer para não alinharem com essa conotação. Mas nem sempre assim decidiam e em 1973 Fernando Tordo concorreu com a Tourada (letra de Ary dos Santos), lembrança que agora me fez sorrir, divertida, porque a censura por vezes distraía-se, talvez por compreensão lenta, e quando se deu conta de que a canção não era nada "inocente" era tarde demais, pelo que esta foi mesmo representar a canção portuguesa ao festival da Eurovisão em Abril de 1973 (já só faltava um ano...)


Foi mais por a lembrança me ter feito sorrir que a vim deixar aqui. Se foi só por isso... bem, não o consigo garantir, mas também escusam de vislumbrar na minha cabeça outras associações de ideias quando trago tão "inocentemente" uma memória surgida por mero acaso ;)
Assim, eis a...


Tourada

Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.
Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.

Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.

Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.

Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.

Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.

Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.

Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficcionada e a caduca
mais o snobismo...
e cismo!

Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro aos milhões.

E diz o inteligente
que acabaram as canções.


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(Fotos: Podem encontrar-se facilmente por pesquisa em sites portugueses)

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Adenda
E... com a Tourada me estreio no vídeo aqui no meu cantinho...

sábado, novembro 04, 2006

Um serão com Chico Buarque


Chico Buarque não actuava em Portugal há 13 anos.
(Não, não levei a máquina digital escondida, a foto é de há dias, no Porto - roubei-a a um vídeo da Sic Online - e eu fui vê-lo e ouvi-lo aqui, em Lisboa)

Veio apresentar principalmente o seu recente disco - Carioca -, aqui deixo uma das canções.
(Não retirei a 'minha' música de fundo pois basta pará-la ali no lado direito)



Outros Sonhos


Mas não coloco este post apenas para dizer que fui ao espectáculo. Aproveito essa ida para recordar aqui o Chico - vim de o ouvir com algumas das suas fabulosas canções na cabeça, canções antigas que ontem não cantou, por isso me apetece também deixar uma delas (afinal este cantinho é de memórias...)

Geni e o Zepelim

Ah! Falta contar que, no final da actuação, Chico Buarque cantou "uma canção que me liga a Portugal", uma versão de Tanto Mar que nos fez recordar que foi bonita a nossa festa :-(
Mas eu não gosto de terminar com um sorriso triste e, como acredito nas sementeiras, prefiro dizer...

Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim


terça-feira, setembro 12, 2006

Para não estar em silêncio

Vim aqui num instante deixar uma canção, para o cantinho não estar em silêncio.
A escolha não teve a ver com nada do presente, nem com a letra, apesar de gostar muito dessa canção. Teve só a ver com o cantinho se chamar Memórias e a canção ser também a recordação de uma prenda - um disco de 45 rotações - de alguém que a vida levou cedo. Um breve momento em que a memória trouxe uma lembrança (breve, apenas o momento em que a lembrança veio de súbito)


Frank Sinatra - My Way

Uma Memória para ti, J.

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ADENDA
E, a propósito de silêncio, deixo também um pensamento que, para mim, já tem a ver com o presente...

É muito silêncio
enquanto as flores não crescem
e os poetas dormem.


Eolo Yberê Libera

quinta-feira, agosto 03, 2006

P.S.: Deixo canções...

Uma das 'minhas' canções de sempre, depois do vinil nunca a encontrei em cd - Geraldo Vandré...

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
(...)
Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo canhão
(...)
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

E a voz de Maria Bethânia...

Há canções e há momentos
que eu não sei como explicar
em que a voz é um instrumento
que eu não posso controlar
Ela vai ao infinito
ela amarra a todos nós
e é um só sentimento
na plateia e na voz

...


quarta-feira, julho 12, 2006

"Canto em Qualquer Canto"

Ney Matogrosso - actuou esta noite no Coliseu dos Recreios. Uma noite que ainda está comigo (já passou para novo dia), a não apetecer ir dormir para a reter nos ouvidos e nos olhos um pouco mais. Embora Ney tenha deixado para trás aquelas encenações excêntricas com que o recordo e que faziam da sua actuação um espectáculo original um tanto louco, a sua presença ainda tem, por vezes, leves reminiscências desse estilo passado, por exemplo na sua meneante entrada em palco com uma veste soberba, peito desnudado.
Ouço pouco Ney Matogrosso em disco apesar de estar entre os meus favoritos, era de não perder a oportunidade da sua actuação em Lisboa pois, em palco, ele torna grande a diferença fazendo do conjunto voz e presença uma exibição excelente, a meu ver.
A acompanhá-lo, um notável quarteto de cordas que inclui o português Pedro Jóia (alaúde e violão), sendo os outros instrumentistas Marcelo Gonçalves (violão de sete cordas), Ricardo Silveira (guitarra) e Zé Paulo Becker (viola e violão).

Em baixo, uma imagem de Canto em Qualquer Canto noutra actuação, no Brasil.

(Actuação Canto em Qualquer Canto gravada
para o programa de fim de ano de 2004 do Canal Brasil)

Aqui fica um bocadinho de som - de Bandoleiro, e também de Duas Nuvens na 1ª parte em que só Pedro Jóia acompanha.



quarta-feira, julho 05, 2006

Intervalo

Dalida, Le temps des fleurs.


...
C'était le temps des fleurs
On ignorait la peur
Les lendemains avaient un goût de miel
Ton bras prenait mon bras
Ta voix suivait ma voix
On était jeunes et l'on croyait au ciel
La, la, la...
...
Tout comme au temps des fleurs
Où l'on vivait sans peur
Où chaque jour avait un goût de miel
...









Renoir (1864)

segunda-feira, junho 19, 2006

Porque ontem foi domingo - I

(Domingo com a minha companheirinha de oito anos, mas ainda com a marca de uma memória recente)

[Memória de três mais crescidas que, para certas pessoas, têm nome sem sobrenome, como apenas seres iguais a muitos outros a quem vêem sem olhar, como já levemente aludi há dias - e, para tais casos, não tenho qualquer complacência, não silencio, ao aperceber-me deles ou deles ter conhecimento, que também temos dessas pessoas, para possível azar no futuro de determinadas crianças se um acaso faz alguma de tais pessoas ter grande peso no trabalho e actuação com a respectiva turma (repetindo que acredito que, mais em minoria do que maus profissionais, raros mesmo, serão os que escolhem a profissão de professor, competentes ou menos competentes como ministradores de instrução, mas com reduzida sensibilidade e envolvimento humanos). Embora só revele personalizadamente o que penso aos próprios, sem que, obviamente, abrisse a boca em público se fossem susceptíveis de ser identificados por mais alguém a não ser eles mesmos, caso fossem capazes de se ver num espelho - perdoe-se-me ainda não ter ultrapassado esta memória, ao fim de 10 dias, e de uma semana depois de já a ter deixado transparecer neste cantinho.]


Canção de todas as crianças - Gente sem sobrenome



Todas as coisas têm nome,
Casa, janela e jardim.
Coisas não têm sobrenome,
Mas a gente sim.
Todas as flores têm nome:
Rosa, camélia e jasmim.
Flores não têm sobrenome,
Mas a gente sim.

(...)

Todo brinquedo tem nome:
Bola, boneca e patins.
Brinquedos não têm sobrenome,
Mas a gente sim.
Coisas gostosas têm nome:
Bolo, mingau e pudim.
Doces não têm sobrenome,
Mas a gente sim.

(...)

(Da letra da canção de Toquinho,
Canção de todas as crianças. Gente tem sobrenome.)

terça-feira, junho 06, 2006

...

Faltava a adenda...


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Rose against a Cloudy Sky

Martin Johnson Heade (1876)

segunda-feira, maio 29, 2006

...

As flores, contemplamos; precisamos de jardins para repousar.
As canções, cantamos; precisamos de vozes para agir.
Hoje não deixo flores, deixo a memória de duas canções.


domingo, maio 14, 2006

Um ano depois (ou Um projecto desviado)

Faz hoje um ano, este bloguezinho. Não refiro o facto para comemorar - não apago velinha, nem trago bolo (para cantar, deixo o Chico, mas hesitei entre a fantasia e... ela desatinou ;) ). Refiro-o para contar aos que, inesperadamente, vieram a ser "compagnons de route" neste perturbado ano lectivo (e eventualmente queiram ler o conto), o que me levou a criar este cantinho, afinal com uma ideia muito depressa desviada.

Não frequentava a blogosfera, não costumava ler nenhum blog, mas a modalidade atraiu-me como meio prático de ir teclando uns escritos, aliado a um aspecto motivador da escrita que era o de me propiciar também ter um cantinho onde, além de ir nele guardando esses escritos, de vez em quando libertar este ou aquele estado de espírito mediante uma imagem ou um poema - já que não sei pintar nem escrever poesia, a procura de uma expressão metafórica de um pensamento ou estado de espírito ora me diverte, ora me permite extravasar uma zanga, ora me proporciona tranquilidade ou silêncio.
Criei o blogue prematuramente em Maio devido a ter-me posto a experimentar o manejo técnico, pois, como então disse, na entrada inicial, era um projecto a começar verdadeiramente só nas férias, dado que não queria ficar por memórias ou episódios, precisava da disponibilidade dessas férias para começar a rebuscar alguns fundamentos (nas minhas fontes de teoria/investigação), do que, com alguns dos relatos soltos, implicitamente defenderia, tendo em mente referências ou curtas notas, ao mesmo tempo que aproveitaria para ir organizando uma "revisão-síntese" pessoal, independente de uso para o blogue. Na verdade, pensei neste entretenimento como pequeno baú de "soltos" para mais tarde o abrir - nesse tempo de reformada que nem estava projectado para tão próximo como afinal ficou pelo repentino "tirem-me deste filme" - e então pensar em "sim ou não" fazer alguma coisa com as minhas memórias de prof. (Mas, este relato também é, já, somente uma memória)

Entretanto, pesquisei por blogues de professores, já não me lembro se terei deixado algum comentário ao Miguel Pinto, mas ele descobriu-me (é perito na descoberta de cantinhos de colegas) mais ou menos ao mesmo tempo, julgo, que Julho desviava o meu projecto antes do Agosto em que imaginara prossegui-lo "direitinho" (e devagar). Esse Julho em que começou, a meu ver, o maior erro no sistema educativo que vi em toda a minha vida adulta - a partir do "escândalo" dos resultados em Matemática dos exames nacionais realizados pela primeia vez no 9º ano, começou o achincalhar da classe docente, já que seria pouco lógico ficarem pelos professores de Matemática, elegendo-os como espécie aparte, vocacionada para a incompetência.
O Miguel foi o grande dinamizador de troca de opiniões e mesmo debates, e creio poder dizer que não fui só eu que fiz um percurso que, tendo, embora, momentos mais emotivos, passou também por bastantes de disponibilidade para interrogar, auto-interrogar, reflectir e tentar atitudes construtivas, mas foi acabando, progressivamente, por chegar à evidência de tanto e tamanho acumular de erros do actual ME e seus ajudantes, que já não há apelo credível ao papel dos professores no meio do descalabro que esvazia esse papel.
E, assim, neste meu cantinho, já não sei, agora, o que escrever. Mais do mesmo sobre esse descalabro, não vale a pena - é repetitivo, cansa e desmoraliza. Quanto ao meu projecto inicial sobre o ensino-aprendizagem, particularmente da Matemática, e também sobre experiências ou memórias relativas ao acto educativo global, isso pareceria insólito neste momento caótico, como embrulho lançado por extraterrestre num ambiente nada oportuno caracterizado pelo tudo ser feito para humilhar, desmotivar e desviar os professores de disponibilidades para dialogar e reflectir sobre os seus modos de ensinar e educar. Além de que uma prioridade se está tornando cada vez mais urgente - a reflexão e busca de soluções face ao problema da indisciplina dos alunos nos seus vários aspectos, incluindo a simples, mas generalizada indisciplina de trabalho. Problema, a meu ver, a requerer cada vez mais urgência, como disse, (se acaso não passa primeiro pelo problema da educação do cidadão adulto), e também mais urgente do que assuntos que entravam no meu pequeno projecto de escrita.

Já que pus de parte esse projecto, humilde, mas decorrente de experiência de uma vida profissional inteira, não vou terminar esta entrada sem, ao menos, referir uma das questões que me são mais caras, uma questão em torno da qual pugnaram (pugnámos) bastantes professores de Matemática do Básico - a dos métodos de ensino-aprendizagem da matemática nas idades da escolaridade obrigatória. Deve ter sido pela década de 80 (?, não me apetece fazer contas) que
vimos essa questão fortemente assumida e apoiada pela Direcção Geral do Básico, através do seu Departamento de Matemática, num governo de que nem estou certa da cor (lá teria que fazer contas), o que é (deveria ser) irrelevante nesse âmbito. E há que deixar de omitir que certas inovações, que requerem (re)aprendizagens e procedimentos faseados que alteram os "timings" que professsores estão habituados a querer rápidos para terem depressa uma turma a funcionar "bem", tenderam à imediata desistência de também bastantes colegas, após um "vou experimentar". Tal como há que deixar de omitir, de forma mais geral, isto é, não circunscrita à matemática, que, se é verdade que o 25 de Abril eliminou aqueles métodos expositivos e controladores dirigidos a turmas que se queriam passivas, não deixa de ser ainda pertinente cada um perguntar-se até que grau foi significativa a mudança (embora havida, obviamente), pois, provavelmente, os que mudam e inovam sempre o fizeram por predisposição, mas também haverá os que precisam de criar disposição, aceitando perguntar primeiro a si próprios se as sucessivas roupinhas novas, que até, por exemplo, a força das novas tecnologias acaba por obrigar a vestir, significam sempre, de facto, mudança por baixo da roupa.
Ups...


P.S.:

Mas também há uma pergunta a saber-se fazer a si próprio ao fim (e ao longo) de um percurso: Estas ou aquelas perspectivas de um tempo ainda são adequadas a situações de outro tempo? Sob pena de, não se sabendo fazê-la, não se ter percebido que são os novos que saberão responder aos novos tempos (e, se não souberem, mais ninguém poderá dar, por eles, as respostas).

_________________
Adenda - Os novos.... E os outros, que papel?
(Contradição? Contra-argumento? Mas, se eu parar de discutir comigo, será a paragem de mim própria, e não estou a pensar parar eu o motor antes de ele parar por si)

Building Memories


Jack Sorenson

sexta-feira, maio 05, 2006

Fim de semana



Este cantinho vai ficar a arejar, mas não com uma qualquer triste janela aberta...
(É a minha janela preferida, por isso não é a 1ª vez que a abro aqui)





E deixo som para não parecer abandonado enquanto...




... eu ando também a arejar...


"A Steven Spielberg film
E.T."
(Spielberg me perdoe o abuso da imagem)

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Bom fim de semana ;)