"Num tempo e num lugar de descasos sucessivos e clamorosos em relação à cultura (...)" - assim começa o artigo de Vasco Graça Moura no DN de hoje (foi-me enviado pela Amélia Pais, mas pode ler-se aqui , embora eu pretenda destacar as suas frases iniciais e finais). E, a propósito do Panteão Nacional e da recente trasladação de Aquilino Ribeiro, Graça Moura refere o "panteão da memória" como requerendo "menos pompas oficiais do que bons programas escolares", e termina: "O panteão da memória é uma pedra angular desse sistema em que todos somos responsáveis. A escola não pode ser transformada em panteão da... desmemória!".
Vem isto a propósito do rumo que cada vez mais os seguidismos político-ideológicos de governos, em particular do actual e da sua equipa do ME, vêm impondo à nossa escola pública. Que fazer (?) para contrariar esse rumo fazendo prevalecer a importante e decisiva prioridade da escola, prioridade que o Miguel Pinto tão bem define nesta sua crónica aqui - "realizar a inserção dos sujeitos na cultura" .
Que fazer? Como fazer para contrariar o rumo para que estão empurrando a escola - o de uma escola essencialmente utilitária na perspectiva dos interesses do mercado (e, mesmo assim, de forma duvidosa)?
Mantendo-me hoje em citações, lembro-me do título Pedagogia: o dever de resistir , de um post do JMA, que tem insistido em que os professores têm mais poder do que pensam ter, e deixo no ar também a pergunta: Como organizarem esse poder?
Vem isto a propósito do rumo que cada vez mais os seguidismos político-ideológicos de governos, em particular do actual e da sua equipa do ME, vêm impondo à nossa escola pública. Que fazer (?) para contrariar esse rumo fazendo prevalecer a importante e decisiva prioridade da escola, prioridade que o Miguel Pinto tão bem define nesta sua crónica aqui - "realizar a inserção dos sujeitos na cultura" .
Que fazer? Como fazer para contrariar o rumo para que estão empurrando a escola - o de uma escola essencialmente utilitária na perspectiva dos interesses do mercado (e, mesmo assim, de forma duvidosa)?
Mantendo-me hoje em citações, lembro-me do título Pedagogia: o dever de resistir , de um post do JMA, que tem insistido em que os professores têm mais poder do que pensam ter, e deixo no ar também a pergunta: Como organizarem esse poder?
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Adenda
(13-10.2007)
(13-10.2007)
Bom fim de semana!
Estou com pouca inspiração e, como ainda não tive resposta à pergunta acima, vou deixar o post uns dias a marinar ;)
Estou com pouca inspiração e, como ainda não tive resposta à pergunta acima, vou deixar o post uns dias a marinar ;)
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10 comentários:
Excelente o artigo. Mas como saber dessa força? Pelo que nos vai fazendo o ME até parece que somos os últimos e o elo mais fraco da cadeia na educação.Fazemos tudo o que nos mandam e depois culpabilizam-nos por o que vai mal.Tantas mudanças e ainda não aprendemos a dizer nao!...Abraço
Há uma certa vitimização por parte dos professores em relação às reformas que vão surgindo no sector da educação.
Premiar os melhores num sistema que incentivava os medíocres é de longe uma medida salutar, porque só assim todos os intervenientes podem efectivamente ganhar algo mais.
Os professores, os alunos e por consequência a sociedade.
Abraço
Agostinho, acrescento ao que disseste que também a sociedade em geral tem que começar a reflectir no rumo da escola e a decidir a que deve dizer não.
A.J.Faria:
Mas para premiar os melhores, se se trata dos professores, é necessário um processo de avaliação antes de mais exequível, o que pouco poderá ser aquele que está em vias de ser implementado; se se trata dos alunos, não vejo que tenha que haver incompatibilidade com premiar os melhores e pugnar por uma escola que dê oportunidade a todos para uma verdadeira Formação Integral, o que também não me parece ser a prioridade numa política educativa que esconde mal as prioridades economicistas - não me parece, não, e gostava de estar errada. :)
Repondendo directa e telegraficamente à questão:
1º Ver o poder que temos
2º Querer exercer esse poder
3º Assumir a autoridade e a responsabilidade
4º Passar da lógica servil para a lógica cidadã...
Parece nada. Mas é quase tudo....
Obrigada, JMA. Esses breves quatro pontos dizem mesmo tudo, ou quase tudo!
Concordo com a resposta do JMA embora seja necessário acrescentar mais qualquer coisa: estou a pensar na coordenação de esforços e de vontades. É que esse "Ver o poder que temos" requer um "ver como ganhar o poder que não temos"...
Bom tópico para o meu próximo Círculo Aberto, no Correio da Educação....
Pois... Eu também estava a pensar na coordenação de esforços e de vontades que o Miguel refere, por isso perguntava no post Como organizarem esse poder?
Deixei agora mesmo o desafio ao JMatias para transportar o seu guião para o Aragem. :)
Miguel, apoio totalmente :) (já vi no Terrear)
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