Há bastante tempo que este cantinho anda com pausas e intermitências, pelo que será natural que a semana do dizer bem fique com um número de postagens muito escasso - o contrário seria forçar a escrita quando ainda não recuperei mais disponibilidade (seja esta de tempo ou mental).
No entanto, eles vieram-me ao pensamento - eles, os alunos que já não tenho, mas que foram tanto, tanto na minha vida. Vieram ao pensamento alunos individualmente, logo a seguir turmas, acabando por virem todos mesmo que a memória já os não distinga. Mas eu sei que em cada leva os distinguia todos, todos - todos diferentes, todos particulares, todos únicos. Alguns, é certo, a ocuparem mais o pensamento da professora/directora de turma, a precisarem de maior atenção por este ou aquele motivo ou circunstância, até mesmo o excelente aluno que não dá qualquer preocupação mas que acontece estar numa turma daquelas assim medianas - quase todos a andarem pelos mínimos -, para quem é preciso também diferenciar estratégias para que não deixe de ir tão longe como pode e deseja ir.
Vezes sem conta tive momentos em que me encantei, uma vez mais a ultrapassarem as minhas expectativas naqueles desafios que lhes fazia, naquelas iniciativas em que os metia, como se isso fosse novo, como se não estivesse já habituada a isso (mas estava). E como era também linda a cooperação que se estabelecia entre eles, uma vez adquirida aquela dinâmica do trabalho em grupo!
Algumas turmas, sobretudo nos últimos anos, mais difíceis? Sim, é verdade, mas agora era 3º Ciclo e não 2º, e acho que foi também nos últimos anos que eles próprios aprenderam a dizer "stôra, estamos na adolescência..." :-)
Gostava de saber escrever-lhes um poema. Como não sei escrever poemas, deixo apenas as minhas saudades. E este recordar, nesta semana do dizer bem.
No entanto, eles vieram-me ao pensamento - eles, os alunos que já não tenho, mas que foram tanto, tanto na minha vida. Vieram ao pensamento alunos individualmente, logo a seguir turmas, acabando por virem todos mesmo que a memória já os não distinga. Mas eu sei que em cada leva os distinguia todos, todos - todos diferentes, todos particulares, todos únicos. Alguns, é certo, a ocuparem mais o pensamento da professora/directora de turma, a precisarem de maior atenção por este ou aquele motivo ou circunstância, até mesmo o excelente aluno que não dá qualquer preocupação mas que acontece estar numa turma daquelas assim medianas - quase todos a andarem pelos mínimos -, para quem é preciso também diferenciar estratégias para que não deixe de ir tão longe como pode e deseja ir.
Vezes sem conta tive momentos em que me encantei, uma vez mais a ultrapassarem as minhas expectativas naqueles desafios que lhes fazia, naquelas iniciativas em que os metia, como se isso fosse novo, como se não estivesse já habituada a isso (mas estava). E como era também linda a cooperação que se estabelecia entre eles, uma vez adquirida aquela dinâmica do trabalho em grupo!
Algumas turmas, sobretudo nos últimos anos, mais difíceis? Sim, é verdade, mas agora era 3º Ciclo e não 2º, e acho que foi também nos últimos anos que eles próprios aprenderam a dizer "stôra, estamos na adolescência..." :-)
Gostava de saber escrever-lhes um poema. Como não sei escrever poemas, deixo apenas as minhas saudades. E este recordar, nesta semana do dizer bem.
5 comentários:
"Como não sei escrever poemas, deixo apenas as minhas saudades."
Cara Isabel
Já reparou que enquanto hoje em dia se endeusa o "Eu", a Isabel celebra o "Eles"? Para Sartre, "L'Enfer c'est les autres!". Ora aqui está uma educadora para quem "o outro" é o paraíso!
Permita-me, pois, discordar. Este seu depoimento é a radiografia de um longo poema vivo. Que sorte tiveram os seus alunos!
Á. G.
Caro Á.G.
Eu sei que vou continuar a ter muitas saudades deles, mas penso que o que custa mais a esta geração de professores que, como eu, estão agora aposentados é a sensação de que tanto entusiasmo e tanto investimento de tantos e tantos de pouco serviu. É a sensação de que se está a voltar ao nosso ponto de partida (que foi ainda no tempo de ter que esperar, de apenas ter esperança) - eu não digo que é o mesmo ponto, mas às vezes o rumo actual torna difícil não ter pensamentos desses.
Mas estive ontem a ler (a reler?)uma conferência de Bento de Jesus Caraça (é impressionante como certos textos parecem actuais)... "Mas foram mais algumas ilusões perdidas, dir-se-à. Não. As ilusões nunca são perdidas. Elas significam o que há de melhor na vida dos homens e dos povos....."
Não continuo, mas hei-de transcrever para um post alguns excertos que considero muito oportunos.
Mais uma vez, caro Professor Á.G., muito obrigada pelas suas palavras.
Depois de tantos meninos a encherem a vida de um professor, é mais que natural que quando os deixamos sintamos um vazio... Mas as memórias estarão sempre lá!
Isabel
sem dúvida. Do melhor que existe nas escolas está nos alunos. Nestes próximos tempos, que antevejo muito difíceis, já me imaginei centrado cada vez mais nas aulas e actividades com os alunos, que são os espaços mais bonitos das escolas. Vou tentar passar por cima das condições adversas que conseguiram criar para os professores, sem deixar, evidentemente, de lutar para que as coisas mudem.
Podemos barafustar, desesperar, mas a verdade é que uma escola vive dos seus alunos e apesar de tudo, no final do ano lectivo olhamos sempre com saudade para aqueles que nos preencheram os dias!
Beijos
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