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terça-feira, outubro 04, 2011

Respondendo à crítica de um amigo

Tenho um grande amigo, que não é autor de blogue, que me critica por agora escrever muito pouco, por agora denunciar muito pouco...
Talvez tenha alguma razão, dado que escrevi muito no tempo de MLR e rebati muito a sua política educativa apoiada por José Sócrates. Mas, nessa altura, este meu cantinho centrava-se essencialmente nas questões da Educação. Ora, acontece que, no actual momento, por mais que me preocupe o rumo da Educação, o meu pensamento, as minhas preocupações, os meus desgostos e as minhas revoltas não conseguem isolar um pouco a política educativa porque a global é (para mim) demasiado triste,  preocupante, revoltante e destituída de qualquer boa perspectiva.
A minha esperança (que nunca perco) passou para longo prazo.
Há, sim, alternativa ao actual rumo (e esse é o meu grito, que não preciso de repetir pois permanece bem "audível" aí no topo do meu blogue).  Mas não basta haver alternativa: É precisa uma lucidez generalizada, que não existe; é precisa uma tomada de consciência muito ampla, que gere aquela Liberdade que Marx definia como "a consciência da necerssidade"; é preciso que o povo português deixe de ser matraqueado por comentadores que o alienam ou lhe instalam o medo a fim de que permaneça dócil perante os verdadeiros objectivos do neoliberalismo exacerbado; é preciso, muito provavelmente, que também os outros povos da Europa gritem em uníssono um enorme NÃO aos senhores que comandam, nomeadamente os povos que até deram o poder aos mais soturnos líderes (como também cá, com a diferença que os líderes de cá  nada mandam, apenas são subservientes, com gosto e crença).

O que tenho respondido ao meu amigo? Tenho respondido que a minha escrita não tem visibilidade, pelo que não faz sentido andar a repetir mais do mesmo. Não que não seja preciso que as vozes imprescindíveis, as que conseguem ter alguma audição,  não se cansem de repetir mais do mesmo enquanto for sempre mais do mesmo (e sempre a somar) os actos governamentais a denunciar. Quanto à minha quase invisível pessoa, quem por aqui passar que ouça o meu grito aí acima. E, se quiser saber o que penso, o que denuncio nos últimos tempos de poucos escritos (poucos, saliento, não só no tempo mais recente de novo governo ), pois tem as "etiquetas" aí ao lado, é só clicar nas de "política" que logo fica disponível o meu pensamento.

ACORDAI! 

sexta-feira, julho 01, 2011

Já cumpri o primeiro dever face ao novo Governo

Antes de me referir a DEVER, devo salientar o DIREITO de todos os portugueses sem excepção poderem ter acesso às intenções programáticas do novo Governo. Só não vale a pena lembrar factos irreversíveis tais como as omissões na campanha eleitoral (aliás habituais, infelizmente, em campanhas anteriores dos partidos do chamado arco governativo) porque o povo português legitimou a actual maioria e o actual governo e, portanto, agora é momento de olhar para a frente, não para trás. 

Entretanto, sem deixar de afirmar que o povo português não é nada estúpido ou parvo, há todos aqueles que emitem opiniões (quer com grande visibilidade/audição, quer apenas no seu pequeno círculo de convívio, ou nos seus escritos lidos por raros) que são mais "alfabetizados politicamente" (deixem-me usar esta expressão para simplificar). E são estes que, primordialmente, têm o DEVER (ou deveriam sentir esse DEVER) de começar por fazer o que eu hoje já cumpri.

Por uma questão de honestidade intelectual, esvaziei a minha cabeça das ideias ou juízos que já tinha pré-concebidos para assim ler o programa apresentado pelo Governo e ouvir com atenção quer as respostas principalmente do Primeiro Ministro e do Ministro das Finanças na Assembleia da República, quer as dúvidas, críticas e discordâncias das Oposições (tendo em consideração que o Partido Socialista está vinculado ao acordo com a troika, mas não deixa, por isso, de poder ser oposição quanto a medidas não explícitas nesse acordo).
Li e ouvi sinceramente com a minha cabeça como disse acima, pois este é o governo que foi eleito para enfrentar e gerir o Levantar do meu país, humilhado e quase afundado. 

Cumprido o que considerei ser meu DEVER conseguir  começar por cumprir, passo agora à questão de dar (ou não dar) a este Governo o benefício da dúvida.
E não, não me é possível dar mais do que o benefício da espera - uma espera de que o 1º Ministro cumpra uma coisa que afirmou: que estará aberto a obter consensos mais alargados pela atenção a todos os partidos da oposição. É o benefício da espera para ver se essa sua afirmação corresponderá a uma reflexão da sua parte sobre, ao menos, políticas parcelares ainda vagas, que atenuem um pouco a injustiça de fazer o povo pagar mais e mais a dívida que não é sua poupando os responsáveis por ela (que não são só o Estado), e também sobre as opções que muitos economistas consideram invertidas em termos de prioridade no sentido de gerar investimento na produtividade e desenvolvimento (aqui sou leiga, só posso dar o tal benefício da espera em termos de desejar reflexões correctas)

Propriamente o benefício da dúvida não dou. Porque, com este exercício honesto que me obriguei a fazer, eu não deixei de ser a mesma que colocou o post anterior com o título "Mensagem que urge gritar aos povos: Este não é o único mundo possível".

Um mundo conformado com o neoliberalismo (acerbado) não é o único mundo possível. E uma Europa a subjugar-se e a desistir de si mesma nos valores que já teve não tem que ser inevitável. E há um país que, apesar de ser nela dos "pequenos", tem os olhos dessa Europa postos nele, em primeiro lugar a seguir à Grécia. Esse país é o nosso, merecia, por isso,  ter um governo menos conivente, um governo que pugnasse por manter ao menos o Estado Social mínimo que ainda seria possível manter, em vez de, muito provavelmente, o reduzir a Zero.

Nota: Este meu cantinho é um blogue sobre Educação. Mas, neste momento, considero que o programa governamental para a Educação está inserido numa ideologia global que abrangerá toda a política concernente ao que deveria ser - e não será - uma das prioridades: Uma Educação e um Ensino de qualidade para todos. Por isso, de pouco valeria centrar a atenção no programa específico para a Educação (intitulado, como que por ironia, "O desafio do futuro") desinserido do programa geral.