Neste ano lectivo que agora finda, aposentada, o meu contacto com as coisas da escola confinou-se muito à blogosfera. Mas nela, incluindo divulgação e links para iniciativas, li muita coisa que vai fazendo manter a esperança na acção educativa. O meu post anterior reflecte o tal olhar que não gosto de ter reparando na garrafa meia vazia, mas, na realidade, também não faltam recheios para uma semana do "dizer bem".
E, embora não seja muito o meu género personalizar o que admiro, vou fazer uma referência especial à decisão da 3za (por acaso do meu grupo disciplinar) cujo amor, entusiasmo e dedicação pelo ensino e pelos alunos se sente em cada post que publica. A decisão que refiro foi a de não concorrer a titular, e as razões para tal encontram-se em vários dos seus posts, nomeadamente aqui e aqui. (Desculpa, Teresa, se achares que esses dois posts não são os mais significativos - eu achei que dizem tudo...)
Não interessa se eu me interrogo se não seria possível, em vez dessa decisão sem efeito nas actuais normas e apenas prejudicando pessoalmente, lutar depois, quando titular, pelo direito a continuar a trabalhar principalmente com os alunos. Também não interessa o que eu decidiria se me tivesse confrontado com a situação. (Aliás, não sei dizer o que faria, não tive que reflectir sobre isso) A verdade é que a Teresa optou de acordo com a sua vocação e com o que pensa da "carreira" de titular, mas essa opção não deixa de a afectar em dois aspectos: Um, o material, em termos de remuneração; outro, o impedimento de continuar com uma vertente de trabalho que, embora não sendo sentida como primordial, não deixava de complementar uma realização profissional através da formação de professores, para a qual sempre foi solicitada ou eleita e para a qual se conhece bem a sua aptidão e o seu contributo.
Há pessoas que contribuem fortemente para que consigamos manter as nossas melhores crenças, nomeadamente na educação das nossas crianças. A Teresa Marques é uma delas.
Um graaaande beijinho, Teresa!
3 comentários:
Oh minha querida Isabel! Agradeço o teu carinho e a tua visão, sempre lúcida, sempre certeira... Dizes tudo no que dizes e, provavelmente, não te surpreenderás com a notícia que te darei em primeira mão e vai ficar aqui escondidita. Depois de toda a vida ser empurrada para muitos cargos que não desejava e substituir colegas que lá iam fazendo a sua vidinha e desenvolvendo os seus projectos pesoais de formação, resolvi eu agora, liberta de certo tipo de funções, avançar finalmente para o mestrado dos meus amores, que me permitirá não só ser melhor professora, espero, como poder vir a dar o meu contributo na desmultiplicação de saberes junto de professores... posto que, para tal, não preciso de ser titular. Assim, inscrevi-me ontem no mestrado em tecnologias educativas da FAculdade de Psicologia e Ciências da EDucação da Univ de Lisboa... lá fui eu de comboio conhecer a faculdade, feita miúda entusiasmada com a ideia de, pela primeira vez na vida, poder investir na sua própria formação de forma mais sistemática. Só saberei se realmente fico dia 25 de Julho... Percebes agora parte da decisão... curiosamente quando já não me faz falta o mestrado para "subir" é que me apetece fazê-lo, só porque os temas me agradam e desejo avançar... Coisas da vida! Obrigada pelas tuas palavras... Beijinhos aos montes!!!!!!!!! Sempre em frente é o caminho!
Querida Teresa, obrigada pela notícia, fiquei muito, mesmo muito contente por ti, pois penso que irás gostar pelo menos de um dos aspectos de que mais gostei quando fiz o mestrado (1º fiz um chamado DUECE na FPCE de Lx e depois um mestrado na Fac. Ciências - Departamento de Educação). Esse aspecto é a facilidade de acesso a literatura - livros e artigos -, com meios de pesquisa que, pelo menos na altura, não se tinha pela net em casa, com indicações dos professores, etc. Li muito à margem dos conteúdos das disciplinas e dos trabalhos, por gosto, e adorei sentir-me outra vez aluna (já era avó - mas fui avó cedo lol). É que com o cartão de uma faculdade tem-se acesso às bibliotecas e outros meios de pesquisa em qualquer outra, e depois o "clima" de estudo em que se entra é propício a que quase não pensemos noutra coisa. (Mas, para a tese, tive equiparação a bolseira, o que agora julgo que está quase "congelado")
Retribuo os beijinhos aos montes e a ti é que é de dizer "sempre em frente é que é o caminho!" (Bem, eu ainda tenciono voltar a aluna, mas é para umas coisinhas de informática que já não tenho paciência para deslindar sozinha durante horas e horas)
:)
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