Os factores que parecem estar por detrás do sucesso da Finlândia no PISA de 2003 (resultados publicados em Dezembro de 2004) estão resumidos neste post do blog Os (In)Docentes, podendo ler-se os desenvolvimentos pelos links também nele colocados, pelo que não vou retomar o tema aqui. Quero apenas dizer que notei um pormenor:
"Peruskoulu – The primary school
Finnish children start school in the year that they turn seven years old. Since 1996, pre-school education has been required for all children after the age of six. The question of whether children should enter school earlier is no longer a matter of discussion."
Quando, há anos, passou a ser permitida entre nós a entrada no 1º Ciclo a crianças ainda com 5 anos, argumentou-se, a quem discordou, que não era obrigatório, era só uma permissão, ficando as famílias com liberdade de decidir. Mas são minoritárias as famílias que saibam equacionar a questão, nem têm que saber. Além de que o caso do meu neto é um bom exemplo de que não adianta ter a noção de que será vantajoso não entrarem tão cedo. Ele faz anos em Dezembro, e a decepção e o desgosto que percebemos se visse os seus coleguinhas da pré-primária seguirem para o 1º ano e ele não teve que anular a intenção que se tinha anteriormente.
Sem adiantar mais, fico pela pergunta: a norma na Finlândia será apenas um pormenor pouco relevante no âmbito dos factores que concorrem para um menor insucesso escolar? (Sempre que senti oportuna a pergunta a bons alunos, entre os 6º e 8º anos, que vi com dificuldades e até a ficarem aquém dos resultados a que aspiravam e para que trabalhavam, com quantos anos entraram no 1º ano, a resposta foi sempre a que esperava: com 5 anos)
"Peruskoulu – The primary school
Finnish children start school in the year that they turn seven years old. Since 1996, pre-school education has been required for all children after the age of six. The question of whether children should enter school earlier is no longer a matter of discussion."
Quando, há anos, passou a ser permitida entre nós a entrada no 1º Ciclo a crianças ainda com 5 anos, argumentou-se, a quem discordou, que não era obrigatório, era só uma permissão, ficando as famílias com liberdade de decidir. Mas são minoritárias as famílias que saibam equacionar a questão, nem têm que saber. Além de que o caso do meu neto é um bom exemplo de que não adianta ter a noção de que será vantajoso não entrarem tão cedo. Ele faz anos em Dezembro, e a decepção e o desgosto que percebemos se visse os seus coleguinhas da pré-primária seguirem para o 1º ano e ele não teve que anular a intenção que se tinha anteriormente.
Sem adiantar mais, fico pela pergunta: a norma na Finlândia será apenas um pormenor pouco relevante no âmbito dos factores que concorrem para um menor insucesso escolar? (Sempre que senti oportuna a pergunta a bons alunos, entre os 6º e 8º anos, que vi com dificuldades e até a ficarem aquém dos resultados a que aspiravam e para que trabalhavam, com quantos anos entraram no 1º ano, a resposta foi sempre a que esperava: com 5 anos)
5 comentários:
Desconheço se existem estudos sobre esta matéria particular. Podemos sempre falar da nossa experiência, dos casos de sucesso ou insucesso escolar que conhecemos e que presumimos dever-se à idade de entrada. Não creio que este problema possa ser dissociado de um outro que é a eternização da lógica de organização escolar assente no ensino em “classe”. Ensinar a todos como se fosse um só! Eis, a meu ver, o grande problema do ensino!
Também desconheço se há estudos relativos à relação desenvolvimento das estruturas cognitivas - idades médias na crianças portuguesas, mas há um estudo fundamental e até hoje não refutado cientificamente (vozes tontas que dizem que Piaget está ultrapassado confundem o que esse génio estudou e disse com o que não pretendeu estudar nem dizer) que requer atenção ao assunto. Os estádios de desenvolvimento não têm idade fixa, mas o processo não pode fazer-se saltando etapas e a capacidade de pensamento formal /abstracto tem que ter o seu tempo para se estabelecer sob pena de certas disciplinas na pré-adolescência exigirem a alguns alunos um demasiado esforço. Seria interessante saber-se o que leva a Finlândia a determinar a entrada na escolaridade só no ano em que as crianças vão completar os 7 anos (como acontecia aqui antigamente)(e decerto lá as condições propiciam um desenvolvimento mais precoce do que cá à maioria das nossas crianças)
Também desconheço se há estudos sobre o assunto mas estou mais de acordo com a entrada tardia,pelas descrições que tenho ouvido da minha irmã que é professora do 1º. ciclo e pela minha experiência familiar e profissional. Com cinco anos quase que é difícil tê-los "sentados" dependendo da pré-primária que fizeram. Por exemplo o meu filho mais velho faz anos a 3 de Janeiro, entrou com 6 anos. Mas no inicio do 2º. ano, depois de uma entrevista com um inspector passou logo para a terceira classe. Acho que foi bom para ele e para a turma porque aborrecia-se e perturbava os outros. Haverá casos, mas penso que acredito nos estádios de desenvolvimento.
Desconheço se há estudos na influência da idade. O que é certo é que na Finlândia se as coisas correm bem devia ser aí que deviamos ir buscar os modelos.Piaget também fez os seus estudos.. Boa semana.
Creio que o problema pode ser visto de outro ângulo. A Isabel frisou e bem que os estádios de desenvolvimento não têm idade fixa, e que importava não “queimar” etapas. Ora, se encontrarmos outras unidades de agrupamento que não a classe estas questões seriam mais inteligíveis. A meu ver, há que abandonar os actuais referenciais e adoptar outros assentes na diversidade.
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