sexta-feira, janeiro 20, 2006

Antevéspera

Os meus netos deram-me flores, tenho a salinha cheia de margaridas.
Mas ouvi dizer que já houve uma sondagem, que o que se vende mais são flores de plástico, perdão, queria dizer flores artificiais. O seu fabrico tem sido tão aperfeiçoado que muitos já nem distinguem. Uns, as vendem em vasos com terra para ainda parecerem mais verdadeiras, outros, as compram para eles mesmos as porem em casa nos vasos - os primeiros para que as pessoas percam a mania de regar flores, os segundos para não terem o trabalho de as regar.
Entretanto, restam os que regam dia a dia as flores dos seus jardins e guardam entre duas páginas de um livro especial aquela especial que num dia especial receberam.
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Há homens que são capazes
de uma flor onde
as flores não nascem.
Outros abrem velhas portas
em velhas casas fechadas há muito.
Outros ainda despedaçam muros
acendem nas praças uma rosa de fogo.
Tu vendes livros quer dizer
entregas a cada homem
teu coração dentro de cada livro.
Manuel Alegre, Livreiro da Esperança - a Felisberto Lemos

3 comentários:

Miguel Pinto disse...

Antevéspera de um bom dia de descanso... É isso? ;) Bom fim-de-semana, Isabel.

IC disse...

Miguel, não sei se é bem isso mas... a esta hora já não é premitido clarificar ;)

AnaCristina disse...

Sabes que a última vez que ofereci um vaso de flores... um vaso mesmo coma planta viva, recebi a resposta: ainda se fosse de plástico anexada a um esgar de horror?

Insensibilidades!

Bom fim de semana