terça-feira, setembro 20, 2005

Tempo para pausa

Comecei as minhas aulas.




De que árvore florida
chega? Não sei.
Mas é seu perfume...

Matsuo Bashô

M. L. Esgueva (2001), Simplicity

Comecei as minhas aulas. Terá que decorrer algum tempo para que possa chamar "memórias" ao que trouxe do reencontro.
Quando iniciei este blog, queria escrever memórias de prof de Mat. Mas o momento presente, confuso, agitado e interrogado, nem me deixa disponibilidade mental para olhar para trás, nem me permite discernir o que ainda é relevante do que deixou de o ser.
E, desviando o pensamento da Educação para olhar o mais que vai acontecendo no palco da Governação, começo (como já disse por aqui) a sentir-me sufocada.
Por tudo isto, é tempo de fazer uma pausa. Uma pausa para aguardar. Uma pausa nos posts resultantes de pôr de imediato os dedos no teclado perante uma nova medida, uma notícia que me faz murmurar aos meus botões a palavra prepotência, um artigo que me faz saber que mais outra pessoa está a sentir o mesmo que eu, e também uma discussão com algum amigo que não é prof, que só não acaba aos gritos porque acaba no pedido mútuo de desculpas pelos gritos.
Em suma, o momento presente é confuso e preocupante. Mas, nele, já houve o tempo para prever, conjecturar consequências, interrogar. Agora, opto por parar e esperar. Porque o tempo está nublado, não há visibilidade para vislumbrar o evoluir deste momento. Resta, portanto, aguardar. (E desejar que o que for trigo cresça e o que for joio vá para a lixeira)

4 comentários:

Miguel Pinto disse...

Isabel
Amanhã recuperarei um texto antigo [já é tarde para bloguices], creio que foi o primeiro que escrevi no outroolhar. É curioso como os sentimentos que aqui descreves [esse tal sufoco] me levaram à questão da culpa. Creio que a poeira assentará sem precisarmos de recorrer ao Dr. Daniel Sampaio ;)

Miguel Pinto disse...

O texto da culpa virá mais tarde. Só entrei para dizer que procurei aclarar [no meu cantinho] a minha posição [será nada diferente da tua? :)] e desejar-te um boa pausa.

Miguel Pinto disse...

eh,eh, esqueci-me do não no comentário anterior. A frase é a seguinte: [não será nada diferente da tua?

IC disse...

Miguel, eu tinha percebido, mesmo sem o não :)))