quarta-feira, setembro 07, 2005

Incomodidade

Sabemos todos que muita coisa anda mal, que muita coisa anda injusta. E não sabemos também, nesta era da globalização, que o nosso globo é uma teia de interesses e um escândalo de injustiças? Então, que neste meio minúsculo do nosso país e, particularmente, da nossa profissão, não percamos a cabeça (apesar dos motivos todos). Que abanemos os sindicatos para cumprirem pertinentemente o seu papel, que chamemos em voz bem alta a atenção para o que urge mudar, isso sim. Mas as pessoas, individualmente, são produtos das situações - mudem-se as situações erradas, que as pessoas erradas logo ficarão "acertadas".
O título deste post será percebido por quem tiver andado, nas últimas semanas, pelo Educare, por exemplo. Terá notado que, além de comentários justamente doridos, há outros em que se perde a cabeça em ataques interpessoais, e que, no caso último das colocações e da anunciada medida sobre os futuros concursos, se voltou a entrar num clima de professores contra professores, inclusive QZs contra QEs e viceversa - e professores contra professores é o que, a meu ver, menos precisamos agora, e só à Ministra da Educação será útil.
Referi o Educare porque é público e porque também lá vi (li) bastantes colegas, de cabeça mais esfriada, a chamarem a atenção para isso.
Também dentro das escolas haverá coisas injustas, coisas a mudar ou a eliminar. Mas também aí há que distinguir bem o trigo do joio, sob pena de ao vermos nitidamente algum joio, começarmos a ter tendência para o ampliar ou o vermos, indevidamente, multiplicado.

São compreensíveis nervosismos e até crispações, neste momento. A meu ver, há que aguardar mais uns dias para que se estabeleçam condições mínimas de serenidade. E, então, (re)comecemos a pensar a Educação.
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A Flower for the Teacher

W. Homer, 1875

1 comentário:

«« disse...

siubscrevo o texto, apesar de estar a perder o lirismo das revoluções dos cravos...