terça-feira, fevereiro 28, 2006
sábado, fevereiro 25, 2006
Se, ao crescer, guardássemos a criança dentro de nós...
A minha princesa queria ir ontem vestida de princesa para a festa no seu Casulo (a sua escolinha do pré-escolar e, agora, do 1º Ciclo). No monte de máscaras eu não descobrira nenhuma princesa, mas no dia seguinte foi a mãe procurá-la com ela, e achou-a. (Eu ainda pensei que não era de muito bom gosto o vestido da princesa, mas esta achou-o lindo - que mania dos adultos de terem gostos diferentes das crianças!!)
(Foto privada)
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Adenda: "Quando eu for grande..."
Quando eu for grande quero ser
Um bichinho pequenino
P'ra me poder aquecer
Na mão de qualquer menino
Quando eu for grande quero ser
Mais pequeno que uma noz
P'ra tudo o que eu sou caber
Na mão de qualquer de vós
Quando eu for grande quero ser
Uma laje de granito
Tudo em mim se pode erguer
Quando me pisam não grito
Quando eu for grande quero ser
Uma pedra do asfalto
O que lá estou a fazer
Só se nota quando falto
Quando eu for grande quero ser
Ponte de uma a outra margem
Para unir sem escolher
E servir só de passagem
Quando eu for grande quero ser
Como o rio dessa ponte
Nunca parar de correr
Sem nunca esquecer a fonte
Quando eu for grande quero ser
Um bichinho pequenino
Quando eu for grande quero ser
Mais pequeno que uma noz
Quando eu for grande quero ser
Uma laje de granito
Quando eu for grande quero ser
Uma pedra do asfalto
Quando eu for grande...
Quando eu for grande...
Quando eu for grande quero ter
O tamanho que não tenho
P'ra nunca deixar de ser
Do meu exacto tamanho
(José Mário Branco, letra de Manuela de Freitas)
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Adenda 2: Descobri mais um cantinho, graças à Teresa - A(zul)Mar
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
5 x 24...
Road to Relaxation
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
A estratégia do medo
II
Conselhos de turma de Fevereiro: Objectivo nº 1 - Acautelar... (E mais planos de recuperação); Objectivo nº 2: Acautelar... (E mais disciplinas nos planos de recuperação anteriores); Objectivo nº 3: Acautelar: (E nomes, para a acta, de alunos que não estão a cumprir).
Depois de na semana passada ter exigido em tom "excessivo" que me mostrassem onde estava escrito no Despacho Normativo nº 50/2005 que Fevereiro era a última oportunidade de se poder vir a reprovar algum aluno, hoje voltei a fazer a mesma pergunta sobre o despacho. (E que mania das percentagens, pena não haver a mesma mania das recuperações trabalhando os erros dos testes, alguns miúdos até andam estafados com tanta aula de apoio e salas de estudo nos horários).
No despacho lê-se:
No despacho lê-se também:
A estratégia do medo
*S. D. Levitt e S. J. Dubner (2006), Freakonomics - O Estranho mundo da economia. Ed. Presença
terça-feira, fevereiro 21, 2006
Hoje o tema é "Vamos dançar?"(com adenda)
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
...
As nuvens do céu –
o céu do infinito
eu de nenhum lugar
Stefan Theodoru
Pegando noutra ponta dos novelos
... Porquê, em dois ou três meses, mudei o meu projecto de vida no tempo próximo?
Qual, então, a causa de ter passado, em escassos três meses, de uma ainda inadaptação à ideia de me reformar para uma inadaptação à de continuar? Percebo claramente que a causa é um clima que vem de fora das escolas e também, mas em menor grau como causa, um ambiente que pressinto nelas de alguma forma afectado por esse clima exterior - não se trata de ambiente no âmbito de relações humanas, nesse âmbito continuo a estar bem, quer com colegas (incluindo os do CE), quer com funcionários auxiliares, quer com alunos (estes estão mais difíceis, mas não é nesse âmbito).
Não importa muito que não esteja numa fase lúcida, que afinal tenha eu um cisco a mediocrizar a minha própria visão, pois isso é inócuo - não estou em nenhum lugar que influa nalguma coisa significativa, não tenho essa responsabilidade, o trabalho profissional pelo qual sou responsável não tem a ver com isto e esse sei que não o faço mediocremente. Importa sim, exclusivamente para a minha pessoa tal como é, o que sinto. E a minha pessoa não suporta nada imposto prepotentemente, sem diálogo, sobretudo sem explicações visivelmente fundamentadas (fundamentos não são opiniões, não são ideias individuais ou de uns tantos ao sabor do Quero, Posso e Mando - fundamentos são alicerçados em análise, em métodos de avaliação fidedignos, em estudo e conhecimento aprofundado das realidades.
E por esta ponta do fio eu vou a algum lado: Posso andar, estúpida, a avaliar mal a política educativa, mas numa coisa me desbaralho - perceber que não me adapto, que não me acomodo e que, tendo atingido sobejamente a idade de não lutar mais pela escola (pelo menos permanecendo nela), vou mesmo sair do ambiente nebuloso, sempre detestei ambientes nebulosos e já não cabe a mim pegar numa das muitas lanternas necessárias para que a luz desfaça opacidades, exija transparências e penetre nos alicerces a refazer. Numa vida de lutas e teimas, também pela escola e pelos alunos, as lutas e as teimas não acabam (sob pena de a pessoa acabar por dentro antes da hora de acabar por fora), mas a profissão tem um tempo, e estes meses do corrente ano lectivo fizeram com que esticá-lo, entre o limite de direito e o limite obrigatório, passasse, de desejo e gosto, a ser masoquismo.
Motivo só subjectivo? Se se verificar que sim, ainda bem para os que ficam e ainda bem para os alunos deste país - terá sido só um mau e infeliz ano. De qualquer modo, ficará o facto de que muitos (não só eu) estão a decidir ir embora por causa dele, apesar de, na maior parte, isso implicar prejuízo monetário para o resto da vida (o que não é o meu caso).
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
Homenagem
“Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não são seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição, venha a pensar o mesmo que eu; mas, nessa altura. já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem”
(Agostinho da Silva, "Cartas a um jovem filósofo")
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Duas faces da mesma moeda...
Num dia, neste cantinho, a metáfora continha a crença...
Juntos, um homem e a brisa viram uma página Betty Drevniok | Claude Monet (1873), Sunrise |
Noutro dia, continha o realismo...
Lua cheia!
Por mais que caminhe,
O céu é de outro lugar.
Chiyo-jo
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Hoje foi assim
Dias que se alongam — Cada vez mais distantes Os tempos de outrora! Buson | No intervalo, na sala de professores, uma amiga e colega de muitos anos dizia que já não estava a conseguir prosseguir, e caiam-lhe lágrimas. |
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Fui para a aula, um dos meus nonos anos. Tem andado outra vez difícil. Hoje não houve ralho ou discurso depois de se justificar. Hoje falei com eles antes de iniciar a aula. Não me apetece relatar, mas hoje a aula decorreu produtiva, trabalharam e puseram dúvidas, vim para casa sem cansaço (apesar de aulas produtivas para todos, pelo menos em Matemática em que as dificuldades e dúvidas naturalmente chovem, exigirem um rodopio de um lado para o outro). A próxima também vai correr bem porque antecede um teste. E depois das férias do carnaval, lá andarão outra vez para trás, e lá andarei pela certa outra vez quase em desespero - ou eu não os conhecesse há quase ano e meio. Mas, mesmo assim para a frente e para trás, no mesmo sítio já não estão, que eu bem me lembro de terem terminado o 8º ano comigo a perguntar-me: Que vou fazer, posso fazer alguma coisa?, e eles vieram de férias cheios de novas intenções, e a elas eu não larguei, e eles sabem que não largo, e eles até gostam e esperam que não largue (vá-se lá entender porque é que é preciso estar sempre a atá-los!), e não sou só eu que tento mais uma vez porque se eles não fossem também de novo tentando e depois tentando de novo eu e eles ficávamos no mesmo sítio, mas eles para a situação do ano passado... não, para essa em nenhum momento voltaram. | Ah, o rouxinol! |
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Lembrei-me de Sócrates (o Outro, claro)...
"Nada sei sobre meu planeta
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Continuando (mas devagarinho...)
1. Função do professor e função da escola não são a mesma coisa e, em dado momento, uns de nós escrevem centrando-se mais na primeira, outros alargam para a segunda - só isso; não me parecem perspectivas diferentes, apenas acentos diferentes. Mas, como eu me impus começar a pensar por uma ponta e devagarinho, centro-me agora na função do professor.
2. A nossa profissão tem de muito especial (não é a única, claro) a responsabilidade de se trabalhar com crianças e jovens para os ajudar a crescer e a apetrechar-se, a necessidade e a importância do afecto e da sensibilidade humana não estão em questão.
3. A amplitude da função do professor não é naturalmente sentida e descrita de modo exactamente semelhante por professores que leccionam níveis diferentes de escolaridade. Uns têm as suas classes com crianças, desde os 5 anos de idade, a sua função é com crianças mesmo; outros têm, no 2º Ciclo, crianças ainda, mas que há também que "puxar" para crescerem descobrindo que já são capazes de fazer mais coisas do que julgam (e muita gente julga), há que não as ver tão crianças como as anteriores sob pena de as infantilizar; outros têm adolescentes a munir não só com aquelas competências gerais que devem começar a ser trabalhadas desde a infância e continuar ao longo da escolaridade, essenciais para se tornarem num futuro cidadão autónomo (basta-me o conceito de autonomia para abranger o saber estudar ao longo da vida, o saber pensar por si e criticamente, o saber tomar opções morais ou éticas, etc.), mas a preparar também para o prosseguimento dos seus estudos com sucesso, seja esse prosseguimento um caminhar para a universidade ou um caminhar por outra via profissionalizante; outros, por fim, têm jovens com pelo menos 16 ou 17 anos de idade, a preparar para um ingresso numa faculdade, rumo à profissão com que sonham ou, ao menos, a uma para que estejam vocacionados. Portanto, o papel primordial que cada um destes professsores se atribui não pode nem deve ser exactamente o mesmo.
O facto de ter vivenciado longos anos o ser professora no 2º Ciclo e ter depois sido, durante já bastantes, professora no 3º dá-me a vantagem de poder dizer que eu não mudei, mas as minhas prioridades em algo mudaram. No 2º Ciclo, não me era assim tão importante que o programa de Matemática fosse o mais apropriado, porque qualquer conteúdo me servia para as minhas primeiras prioridades: a) eliminar medos, inseguranças, baixa auto-imagem quanto a capacidades; b) criar neles uma relação com a Matemática incutindo a ideia de jogo ou desafio de que tanto gostam, com a pequena diferença de ser consigo mesmos e com o seu raciocínio - daí essa dinâmica que se ia estabelecendo na sala de aula nos grupos e na turma; c) iniciar na distinção do que é um pensamento ou raciocínio coerente e na capacidade de expressão precisa do mesmo - processos, aliás, interactuantes. No 3º Ciclo, sobretudo nos 8º e 9º anos (considero o 7º ainda um prolongamento do 6º), a relação desejável com a Matemática deveria estar estabelecida pois é altura de pôr maior acento sobre o trabalho e o esforço individual - e o trabalho não tem que ser chato, mas o trabalho na vida não é sempre divertido nem é um divertimento, e o trabalho e o esforço fazem parte da vida, e dificilmente farão parte dela de uma forma bem sucedida sem terem feito parte da etapa de preparação para ele.
Finalizando (que já me estou a sentir perdida nesta escrita), o que me parece certo é que, com todas as nuances na função do professor consoante o nível em que lecciona, ela tem que ser exercida bem e com grande investimento, o que ficará à partida comprometido se se lhe roubar espaço e tempo com acréscimos de funções. O espaço e o tempo para todas as iniciativas de carácter extracurricular ou inter(/trans)disciplinar de professores ou de grupos de professores é também imprescindível, mas essas iniciativas variam consoante o que para cada um é significativo e se integra na sua própria aptidão.
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
Pausa (mas para, a seguir, continuar)
Bom fim de semana!
Manias...
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[Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E, além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue.]
5 das minhas manias...
*(Quando uma das minhas filhas me telefona calculando haver 100% de probabilidades de já me ter levantado da cama, pergunta sempre, à cautela: Mãe, já tomaste o teu café? E, se acaso respondo que estou a tomá-lo, "foge" com um Telefono daqui a bocadinho, até já. )
»Mania de deslindar a coerência em tudo e de abolir da minha vida qualquer incoerência que detecto e não consigo concluir que afinal não é incoerência.
*(Inclui a mania de identificar e evitar faltas de rigor no meu raciocínio - "manias" da matemática?)
»Mania de barafustar terrivelmente quando me querem obrigar a fazer coisas que considero perdas de tempo.
*(Adoro fazer algumas coisas que, objectivamente, são perdas de tempo, mas essas sou eu que quero fazer)
»Mania de deitar fora todos os papéis que não entraram pelo pc.
*(Excepto alguns anteriores ao pc e outros especiais, associados a um regresso, já avó, aos bancos da escola - que, aliás, procuro dispensar dada a baralhada em que estão no respectivo monte)
»Mania da independência.
*(Pois tão cedo teve que causar algumas mágoas a outros a quem queria/quero bem - e a mim também queriam/querem bem -, que talvez seja excessiva, por isso admito incluir uma pontinha na categoria de Manias)
»Mania de adiar a hora de dormir.
*(Nasceu de outra mania - a de que o meu cérebro só produz à noite -, a qual originou o hábito de adiar o dormir mesmo sem motivo nenhum, hábito que me faz perder os cheiros e sabores matinais, para já não falar de andar há que tempos sem ver nascer o sol - ou será porque há muitas nuvens a não deixar vê-lo nascer?)
E agora os cinco bloggers a quem passo o desafio (Vão seis, desculpo-me porque o Rui e a DE LBug têm o mesmo blog):
Rui - Os (In)Docentes
The LBug - Os (In)Docentes
emn - Reflectindo
ag_silva - Arte por um canudo 2... de Agostinho
Madalena - Chora-Que-Logo-bBebes
Ana Cristina - Vida de Professor
E agora... os cinco a quem não deixaria de passar o desafio se o Miguel Pinto não se tivesse já adiantado - fica o desafio em duplicado (também para ele, ora pois, já revelou cinco manias, mas foi ele que me meteu neste "desvendar", pode acrescentar outras cinco!)
Miguel Pinto - outrÒÓlhar
Miguel Sousa - Língua de Trapos
Teresa - Tempo de Teia
Tit - O canto do vento
adkalendas - Micómio
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Começar por desfazer confusões...
Se a confusão se insinua devagarinho, acabará por nenhuma função ser bem cumprida.
(Adenda: Alterei a ordem em que estiveram escritas inicialmente duas partes deste post, demasiado longo, em que a parte intermédia poderia ter sido um post prévio)
Como um vago cheiro que se sente e se espalha na atmosfera, assim sinto também a começar a insinuar-se nos próprios professores um certo clima nebuloso a criar insegurança até no que dantes era claro - e por poucas que sejam as linhas de actuação sobre as quais não tenhamos dúvidas permanentes ou renovadas, sempre houve algumas básicas em que me parece que começar a interrogá-las é tão perigoso e impeditivo de avanços qualitativos quanto é impeditiva desses avanços a recusa ou fuga a outras auto-interrogações.
E a realidade exterior à escola, que faz que nos andemos a defrontar com turmas indisciplinadas e muitos (demasiados) alunos que nada fazem por si mesmos para aprender, anda a ser o tal clima nebuloso a criar insegurança nos professores sobre a sua função, a fazê-los sentirem-se responsáveis ou culpados, quiçá a perguntarem-se alguns se ensinar matemática, inglês, geografia ou história é indispensável para preparar para a vida ou se não deverá antes a escola substituir a família e as diversas vivências do crescer. Dão-se aulas de formação cívica para discutir temas teóricos (espero que ao menos escolhidos com os alunos), como se valores como o respeito mútuo, a cooperação e a solidariedade não devessem e não pudessem ser aprendidos, na prática, nas aulas de todas ou quaisquer disciplinas se estas tivesssem uma estrutura de funcionamento democrático e cooperativo, como se o respeito, por exemplo, pelo ambiente ou pela própria saúde não devessem e não pudessem ser desenvolvidos em iniciativas da escola envolvendo a participação dos alunos; dão-se aulas de estudo acompanhado, como se aprender a estudar não devesse e não pudesse ser aprendido nas aulas de todas ou quaisquer disciplinas, como se uma das primeiras funções delas não fosse fomentar o trabalho, fazer aprender que é preciso pensar e é preciso esforço, não fosse, em suma, preparar para a responsabilidade e a autonomia.
Todavia, esses alunos não são a maioria, nem sequer em geral estão nas turmas de anos mais avançados.
terça-feira, fevereiro 07, 2006
Alternativas...
Filho de peixe
sabe nadar...
Mas se não souber
inventa umas asas
e aprende a voar
ou afina a voz
e põe-se a cantar
ou sai do provérbio
pega na mala
apanha boleia
e vai viajar!
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
Por esta ponta não chego lá
Porque me reporto apenas aos factos novos decorrentes de medidas novas, este retrato não mostra as actividades extracurriculares, os projectos em funcionamento, nem as relações pedagógicas e os trabalhos devotados que acontecem, anónimos, dentro de várias salas de aula, pois não são factos novos, e bastantes professores, sem serem obrigados, passavam muitas horas na escola para além do seu horário lectivo - mas esses factos "velhos" concorriam para caracterizar a qualidade da escola.
A este retrato do conjunto dos factos novos não guardarei num album nem na memória positiva - isso é verdade. Mas os factos têm explicações, elas não se vêem no retrato, nem se vêem nele causas, motivos extrínsecos e motivações (essas intrínsecas). Conjecturas e hipóteses tenho bastantes, e hipóteses são necessárias, mas entre elas e conclusões, ainda mais generalizações, vai muito estudo. Por isso, olho o retrato e páro a escrita.
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
Porque desejo já bom fim de semana
De uma coisa tenho a certeza: se quiser ajudar um aluno incompetente a tornar-se um aluno competente, não o conseguirei se começar por lhe chamar incompetente. (Julgo que "aluno" é só um exemplo do que quero dizer, ou estarei enganada no que quero dizer para além dos alunos?).
Neste momento a quente sobre o que me levou a escrever as duas primeiras linhas (a quente, mas já tem havido outros em que um diálogo toca o agreste jamais antes possível) quero entrar em fim de semana, não quero durante ele pensar nem 99 vezes nem uma só nos referidos temas, não para mergulhar no silêncio em que a verdade é revelada pois não sou Einstein, mas para ir fazer apenas umas futilidades, depois um programa com os netos no domingo, e... reler também um dos poemas (em poema ou em prosa) de Vinícius sobre a amizade... ou talvez só algumas linhas... talvez daquele que está ali... e não só reler algumas dessas linhas, pensar também que Amigo...
Entretanto, bom fim de semana aos amigos daqui... (leia-se da blogosfera).
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Do silêncio...
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
Adenda
Por correio electrónico...
"(...) Inserindo-se a matéria na reserva relativa de competência da Assembleia da República, a esta o Governo submeteu a necessária proposta de autorização legislativa. Após alargada discussão pública (...) E assim (...) é aprovado o presente decreto-lei, que assegura a liberdade sindical dos trabalhadores da Administração Pública e regula o seu exercício, garantindo, desta forma, o direito constitucionalmente reconhecido a todos os trabalhadores."
[Direito "a todos os trabalhadores", neste Decreto-Lei especificamente referido a todos os trabalhadores da Administração Pública, nos quais se incluem todos os professores do ensino público. Mas o "entendimento" dos referidos senhores determina uma proibição para os professores abrangidos pela DREL... não enxergam esses senhores que não são mais que uma direcção geral regional de um ministério da educação a mexer na prática em toda a Administração Pública, nunca questionada à luz da lei??? Ou sou tão estúpida, tão estúpida, que não consigo vislumbrar no tal email mais do que atrevida acefalia, numa cega obsessão de evitar grande discussão na revisão do ECD?]
P.S. De ler, no Decreto-Lei nº 84/99, o artº 27º, que consagra o direito ao exercício da actividade sindical no local de trabalho, e o artº 29º, que confere outro direito: " 1 - Por motivos excepcionais, as associações sindicais, ou os respectivos delegados, poderão convocar reuniões dentro do horário normal de funcionamento dos serviços. 2 – Cabe exclusivamente às associações sindicais reconhecer a existência das circunstâncias excepcionais que justificam a realização da reunião" (não sendo mencionado local) .