sexta-feira, junho 30, 2006

Mais intermitências

Feodor Vasilyev (1870). After a Heavy Rain.
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Andam irregulares as minhas visitas na "blogosfera docente" e, por vezes, visito em silêncio. Tal nada tem a ver com os blogs ou escritos de amigos e colegas. Também tenho escrito dividida entre o impulso dos dedos para as teclas e a vontade de dormir, ler, ir olhar o rio. Na verdade, tenho andado numa ressaca, não sei se de uma tempestade, se de um soco que levei na cabeça (ou de um grande soco que dei eu quando saía porta fora antes do final de um filme que até era apaixonante?), se, simplesmente, de uma bebedeira sem alcool, mistela qualquer para adormecer algum despontar de perguntas tais como 'Tempo queimado, anos inúteis por um ensino e por um país?', 'É gosto ou é parvoíce continuar a amar a profissão da minha vida?' Mas a ressaca está em vias de passar (sempre curei todas, e empenhada em o fazer com rapidez!).

Bem, isto foi só para prevenir ou explicar mais intermitências possíveis no meu estar aqui pela blogosfera. E não é pensamento negativo, antes é um jeito de o afugentar.
[Até não é a primeira vez que trago o 'caminho para relaxação', para ficar aqui no cantinho bem à frente da minha vista ;)]

Barbara Aliaga, Road to Relaxation

2 comentários:

tsiwari disse...

O balanço do exercício da profissão não pode ser condicionado por uma qualquer equipa ministerial - daquelas que o tempo se encarregará de fazer esquecer ou até, quem sabe, ser motivo de galhofa.
Será, outrossim, marcado na memória dos que te tiveram, por um, dois ou mais anos, a partilhar ensinamentos (matemáticos e vivenciais), pelos que captaram os teus sorrisos, usaram os teus encorajamentos, olharam-te e viram mais do que tu própria vias em ti...
Esses sim, serão parte significativa do balanço a fazer.

Beijo.

IC disse...

Obrigada, Tsiwari. As tuas palavras vêm num momento certo, em que se misturam e conflituam em mim pensamentos e sentimentos antagónicos. Não é só uma equipa ministerial - a actual, no caso -, é todo o tempo, tanto, que da esperança foi evoluindo para a constatação de que nada mudou, a não ser para pior, ou que o saldo entre mudanças positivas e mudanças negativas parece hoje ser negativo na Educação, e também na sociedade, no nosso país e no mundo em geral (mundo em que também penso muito após os ideais de evolução para um melhor e mais justo). Claro, neste momento, a minha "ressaca" decorre do ensino, perguntas que afujento decorrem da profissão que foi a minha, mas tal acontece não isoladamente do contexto mais global, se fosse apenas um contexto restrito à escola e ao sistema de ensino seria mais fácil atribuir pouca importância a uma equipa ministerial passageira.
Mas, obrigada mesmo pelas tuas palavras :) Beijinho.