Há umas duas semanas peguei noutra ponta dos meus novelos, perguntando-me: "Que efeitos teve a actual política educativa na minha pessoa?"
Hoje volto à auto-observação (nem é preciso acrescentar "análise", pois basta olhar-me, reparar). E dou-me conta de que ando frequentemente irritada, quando, afinal, sempre foi minha prática simplesmente distanciar-me, sair mesmo fora de contextos que mexem com os meus... "nervos".
Distanciar-me ou sair fora da política educativa estrita (estrita, porque há os prolongamentos, os ajudantes extra) não é possível - é coisa de demasiadas consequências para poder alhear-me. Mas, andar a ler certos escritos que, por muito que peguem nos leitores desprevenidos ou pouco dados a exigências, só merecem o meu desdém... ora, Isabel, até parece mesmo vontade de te irritares!
Artigos e... até publicações com capinha e tudo, pois, à vontade de autopromoção, há sempre promotores a ajudar.
Não escrevem só desinformação (ou opinião sem informação). Há quem seja mais habilidoso e use métodos, para vender o seu peixe, com aparência de fundamentos ou de comprovativos. A habilidade está no uso de métodos não só redutores, mas também deturpadores e até falsificadores, que facilmente escapam a leitores que estão fora do contexto. E assim se induz esses leitores à tal generalização de realidades que até existem aqui e ali, ou de ridículos que também até existem ali e acolá. E até acontece haver quem pretenda desmontar ou ridicularizar (pseudo)conceitos que, por acaso, não deixam de andar aqui, ali ou acolá em confusão, sem primeiro se ter o próprio desconfundido bem a si mesmo.
E, com esta prosa (vaga, porque decidi não me dar mais ao trabalho de explanar sobre o que deito para o lixo, e lixo toda a gente sabe que abunda), termino hoje as minhas auto-exposições a irritações face a certos escritos que andam tentando fazer a cabeça da opinião pública.
Uff! Parece que desta fase tendente à irritação já me libertei! Sempre é um avançozito a direito pelo fio do meu novelo...
(Era só questão de reparar como me deixei andar irritada durante uns dias por umas leiturinhas na cama antes de adormecer - até perder a paciência para as linhas finais face à tomada de consciência dos estados de irritação em que me tenho deixado cair)
4 comentários:
Gosto de me ir enovelando no teu discorrer. A graça é que, sendo nós de contextos cúmplices, percebe-se cada entrelinha da irritação, cada picadela, cada pontapézinho, cada beliscão. E assim, tal como nos enovelamos, ao acompanhar-te também nos vamos desenovelando até chegar ao final e suspirar de breve alívio: uff, esta fase já foi. Venha a próxima! Um deleite... (Pena as causas serem algo permanentes... ou isto até poderia quase ser divertido). Ah, e obrigada pela dica "técnica!". Funcionou!
A minha consciência ficou mais pesada por se saber cúmplice das leiturinhas de pré-quietude. ;)
Teresa: pois as causas são mesmo permanentes, parece que chegou hoje à escola um ofício que (quase) proibe chumbar meninos... mas os meus já são mais crescidos e com o 8º e um dos 9ºs que tenho... está-se mesmo a ver que vou ter medinho do ofício (alguns nem TPC fazem, e isso faz parte dos planos de recuperação).
Miguel: Pelo contrário, graças a ti atingi a quietude!) (Prometo não comentar... outras opiniões ;) )
É só "boas" notícias... essa ainda não me tilintou... mas como sou da secção de avaliação... deve tilintar em breve, ainda por cima CP na quinta. Já devia estar a dormir mas dei com o Nuno Crato na dois, naquela conversa fora d'horas e aqui estou, meio trabalhando, meio ouvindo... e pensando no que ouço... Oh, acabou de acabar... Vou mesmo dormir agora. Amanhã... longe daqui: ver testes será a minha sina...
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