terça-feira, setembro 02, 2008

A minha neta e o Hot Potatoes

A minha neta Inês vai iniciar o 2º Ciclo e, nos últimos dias, tem-se manifestado preocupada porque (diz ela) precisa de fazer revisões para não chegar às novas aulas com as matérias esquecidas. Eu não acho muito necessário, acho que ela pode gozar os dias de férias que ainda lhe restam sem essas preocupações, mas como foi ela que pediu, ontem retomámos um nosso antigo concurso com exercícios feitos no Hot Potatoes. Ela chama 'concurso' porque entra em competição consigo própria, a querer bater os seus "records" de pontuação, pois os exercícios dão automaticamente a pontuação obtida, o que basta para funcionarem como jogo-desafio.





Comecei por um de palavras cruzadas, achei mais adequado a tempo ainda de férias (constrói-se num instante com essa simpática e simples ferramenta)



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Mas estou a contar isto porque me pus a pensar que o Hot Potatoes já é velhinho e que isso não é razão para o deitar fora (a ele e a alguns outros recursos assim antigos) só porque surgem novos, mais sofisticados ou mais na moda, no entanto talvez mais difíceis de dominar pelos professores que se iniciaram há pouco tempo no uso das "novas tecnologias" - para mais, alguns sob pressão dado que isso conta para a avaliação.
'Conta para a avaliação'... escrever isto até me fez lembrar a pergunta que às vezes alunos me faziam: "isto conta para a avaliação?". Mas o curioso é que eles não perguntavam como quem diz que se não conta, então não vale a pena o esforço - pelo contrário. Por exemplo, eu às vezes arriscava uma tarefa difícil e dizia-lhes que era difícil mas que não se preocupassem, se não conseguissem eu ajudaria e não iria avaliar, e ficavam logo entusiasmados, a quererem conseguir (para mais, trabalhavam em grupo, o que estimulava e ajudava todos). Sim, faça-se esquecer o papão da avaliação e dê-se a uma tarefa o caracter de desafio, e aí vão eles... (Depois crescem... depois crescemos e fica tudo mais complicado...)

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Nota:
O Hot Potatoes foi, em tempos, de download gratuito, mas, para uma versão mais recente, já há cerca de um ano tive dificuldade em o encontrar gratuitamente. Não me lembro onde encontrei, mas, se alguém quiser, comece por experimentar
aqui.

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ADENDA

Já tinha publicado este post quando li o artigo Magalhães: como funciona e para que serve?, de Vieira de Carvalho no Público de hoje. Não se trata propriamente de vir a propósito a não ser por ter a ver com o uso das TIC, inclusivamente no ensino. Gostei do artigo, que começa assim: "A prioridade deve ser dada ao uso crítico da tecnologia." Como julgo que só está acessível online para assinantes, sugiro a quem não tenha lido a sua leitura aqui.

1 comentário:

henrique santos disse...

O teu texto fez-me lembrar uma frase de Einstein que disse mais ou menos isto:"Nem tudo o que conta pode ser contado, nem tudo o que se pode contar e medir, conta"