1. Em jeito de introdução - Um encontro que me deixou a pensar
Encontrei uma colega da minha ex-escola. Eu estava atrasada, por isso com pressa, só deu para breve troca de palavras. Nesta, contou a minha colega: "Muito trabalho, muito trabalho". E acrescentou: "Estamos a fazer o melhor que podemos".
É uma professora de reconhecida competência na escola, e lembro-me de iniciativas, na disciplina de Português, que levava a cabo com os alunos com uma boa adesão destes e revelando-se motivadoras. O tempo não deu para prolongar o diálogo de modo a eu poder descodificar a expressão e tom de voz com que disse as palavras que citei, mas fiquei a perguntar-me como avaliaria esse "muito trabalho" (ou parte dele) em termos de reflexos positivos nas aprendizagens dos seus alunos e na diminuição do insucesso escolar, e também à luz da autonomia e criatividade própria que tive oportunidade de observar enquanto fomos colegas de escola.
Mas, obviamente que não é um caso individual que pretendo trazer para aqui, nem o caso particular da minha ex-escola. Penso, sim, que estarão a ser comuns a pelo menos boa parte das escolas do ensino básico percepções dos professores quanto à eficácia de algumas das medidas do ME, por este justificadas como as necessárias à diminuição do insucesso escolar (por exemplo - mas não só -, os planos de acção para a Matemática, submetidos à aprovação desse ministério - aprovação definitiva ainda pendente neste momento, em grande número de casos, de reformulações pedidas pelo mesmo). Assim...
2. Passando da introdução à entrada no título deste post
O novo ECD acaba de ser aprovado - é um facto consumado. Não necessariamente irremediável ou irreversível, a luta dos professores pela revogação/alteração dos artigos que suscitam legítimas e lúcidas contestações de fundo continuará, mas a correcção dos princípios que o ME manteve intransigentemente não será feita no imediato e talvez haja que esperar por consequências visíveis. Por isso eu digo, em título, que talvez esteja na altura de mudar de agulhas.
É verdade que ainda é cedo para avaliar resultados e consequências de outras medidas do ME que referi na minha introdução, mas os professores já têm percepções sobre tal. E esses resultados ou consequências, positivos e/ou negativos, também concorrerão para a avaliação da política da actual equipa do ME.
Respeito, obviamente, a identidade de cada blog dedicado à educação-ensino e os interesses temáticos dos respectivos autores, pelo que creio que pelo menos os que melhor me conhecem não tomarão como mais do que simples opinião pessoal (e um pouco de desafio - porque não?) que eu diga que talvez seja agora o tempo de mudar de agulhas na blogosfera 'docente', retomando debates que já foram centrados directamente na educação-ensino, centrados, em suma, nos alunos e no trabalho com eles e para eles.
E não me alongo mais. Termino fazendo uma referência a uma iniciativa recente do blog O Cartel, a qual me parece ser um exemplo de criação de um espaço de debate que poderia contemplar o que, de algum modo, sugeri. Trata-se de um espaço-escola - O Cartel nas Escolas -, proposto como espaço não só de intercâmbio de projectos entre escolas, mas também de troca de ideias sobre o que nelas se está fazendo (se está fazendo, e também avaliando o papel de certas medidas determinadas do exterior, bem como de burocracias aliadas a algumas, se os colegas de O Cartel me permitem que sugira este acrescento). Mas leiam-se aqui os objectivos propostos para esse espaço.
Encontrei uma colega da minha ex-escola. Eu estava atrasada, por isso com pressa, só deu para breve troca de palavras. Nesta, contou a minha colega: "Muito trabalho, muito trabalho". E acrescentou: "Estamos a fazer o melhor que podemos".
É uma professora de reconhecida competência na escola, e lembro-me de iniciativas, na disciplina de Português, que levava a cabo com os alunos com uma boa adesão destes e revelando-se motivadoras. O tempo não deu para prolongar o diálogo de modo a eu poder descodificar a expressão e tom de voz com que disse as palavras que citei, mas fiquei a perguntar-me como avaliaria esse "muito trabalho" (ou parte dele) em termos de reflexos positivos nas aprendizagens dos seus alunos e na diminuição do insucesso escolar, e também à luz da autonomia e criatividade própria que tive oportunidade de observar enquanto fomos colegas de escola.
Mas, obviamente que não é um caso individual que pretendo trazer para aqui, nem o caso particular da minha ex-escola. Penso, sim, que estarão a ser comuns a pelo menos boa parte das escolas do ensino básico percepções dos professores quanto à eficácia de algumas das medidas do ME, por este justificadas como as necessárias à diminuição do insucesso escolar (por exemplo - mas não só -, os planos de acção para a Matemática, submetidos à aprovação desse ministério - aprovação definitiva ainda pendente neste momento, em grande número de casos, de reformulações pedidas pelo mesmo). Assim...
2. Passando da introdução à entrada no título deste post
O novo ECD acaba de ser aprovado - é um facto consumado. Não necessariamente irremediável ou irreversível, a luta dos professores pela revogação/alteração dos artigos que suscitam legítimas e lúcidas contestações de fundo continuará, mas a correcção dos princípios que o ME manteve intransigentemente não será feita no imediato e talvez haja que esperar por consequências visíveis. Por isso eu digo, em título, que talvez esteja na altura de mudar de agulhas.
É verdade que ainda é cedo para avaliar resultados e consequências de outras medidas do ME que referi na minha introdução, mas os professores já têm percepções sobre tal. E esses resultados ou consequências, positivos e/ou negativos, também concorrerão para a avaliação da política da actual equipa do ME.
Respeito, obviamente, a identidade de cada blog dedicado à educação-ensino e os interesses temáticos dos respectivos autores, pelo que creio que pelo menos os que melhor me conhecem não tomarão como mais do que simples opinião pessoal (e um pouco de desafio - porque não?) que eu diga que talvez seja agora o tempo de mudar de agulhas na blogosfera 'docente', retomando debates que já foram centrados directamente na educação-ensino, centrados, em suma, nos alunos e no trabalho com eles e para eles.
E não me alongo mais. Termino fazendo uma referência a uma iniciativa recente do blog O Cartel, a qual me parece ser um exemplo de criação de um espaço de debate que poderia contemplar o que, de algum modo, sugeri. Trata-se de um espaço-escola - O Cartel nas Escolas -, proposto como espaço não só de intercâmbio de projectos entre escolas, mas também de troca de ideias sobre o que nelas se está fazendo (se está fazendo, e também avaliando o papel de certas medidas determinadas do exterior, bem como de burocracias aliadas a algumas, se os colegas de O Cartel me permitem que sugira este acrescento). Mas leiam-se aqui os objectivos propostos para esse espaço.
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