"A investigação em educação realizada nas últimas décadas tem evidenciado claramente que a avaliação formativa é um poderoso processo de desenvolvimento das aprendizagens dos alunos. Com base no que hoje se sabe a partir de milhares de investigações realizadas nos últimos 30 anos em diversos países, em diferentes anos de escolaridade e no contexto de uma variedade de disciplinas, podem destacar-se os seguintes resultados:
§ Os alunos que frequentam aulas em que a avaliação formativa é a modalidade de avaliação por excelência, aprendem mais e, acima de tudo, melhor do que os alunos que frequentam aulas em que a avaliação realizada é de incidência essencialmente sumativa;
§ Os alunos com mais dificuldades beneficiam muito significativamente do facto de serem avaliados através de estratégias de avaliação formativa;
§ Os alunos que frequentam aulas em que a avaliação formativa é claramente predominante obtêm melhores resultados em avaliações externas, nomeadamente em exames, do que os alunos que frequentam aulas em que predomina a avaliação sumativa;
§ Os alunos que são avaliados através de estratégias de avaliação formativa, desenvolvem aprendizagens mais significativas e mais profundas. Isto é, compreendem melhor o que aprendem e são capazes de transferir tais aprendizagens para contextos diferentes daqueles em que aprenderam.
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Talvez por aquelas razões a avaliação formativa tem sido considerada, em todos os normativos legais, pelo menos desde 1991, a modalidade de avaliação a privilegiar no desenvolvimento dos currículos dos ensinos básico e secundário.
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Acontece no entanto que este investimento essencialmente positivo na produção de normativos legais, raramente tem sido acompanhado do correspondente investimento quer ao nível da produção e distribuição de materiais que apoiem os professores e as escolas no domínio da avaliação formativa, quer ao nível da formação inicial e contínua dos professores dos diferentes níveis de ensino. De facto, pode afirmar-se que a ênfase das políticas educativas não tem estado centrada nos processos de avaliação formativa que se poderiam desenvolver nas escolas e nas salas de aula. Tal ênfase tem estado mais centrada no desenvolvimento de avaliações externas, com particular destaque para os exames nacionais. Por outro lado, a avaliação das aprendizagens em geral e a avaliação formativa em particular não têm merecido a necessária atenção por parte das instituições responsáveis pelos cursos de formação inicial de pofessores.
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Como resultado desta falta de investimento e de apoio ao desenvolvimento da avaliação formativa nas escolas e nas salas de aula e ainda na formação inicial de professores, estamos perante uma situação que, de acordo com os resultados da investigação, se caracteriza, entre outros, pelos seguintes factos:
- Em geral, a avaliação sumativa continua a prevalecer nas escolas e nas salas de aula, (...)
- Existe a convicção de que toda a avaliação que se “faz” nas salas de aula é formativa quando, na verdade, o que parece acontecer é uma avaliação de intenção formativa. Muitas das práticas correntes de avaliação dita formativa estão baseadas em concepções de ensino e de aprendizagem fortemente enraizadas em perspectivas teóricas da psicologia associacionista e behaviorista. Consequentemente, tais práticas ocorrem após, e não durante, um dado período de ensino e de aprendizagem. (...)
- Muitos professores consideram que a avaliação formativa é uma construção teórica interessante mas de muito difícil concretização prática. Além disso, parece existir a convicção de que a avaliação formativa é dificilmente conciliável com a necessidade de classificar os alunos no final do ano, ou no final de cada período lectivo, e menos conciliável ainda com a necessidade de “preparar os alunos para os exames”.
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O texto da APM termina preconizando o desenvolvimento de acções, no âmbito da formação contínua dos professores, que proporcionem a estes acesso a modalidades de formação na área da avaliação das aprendizagens e, em particular, na avaliação formativa.
Texto integral aqui
2 comentários:
Não gosto de falar do que não sei, mas continuo com a sensação que o curriculo da Matemática é desajustado. Mais, ainda hoje não entendo porque me obrigaram a trabalhar determinados conteúdos, mas enfim, este é só uma opinião. Gostava de ouvir opiniões de quem sabe, falando do ajuste curricular da disciplina
IC, mesmo sem autorização expressa, ja pus a ligação p ca...
Agora pode ser que eu passe ca ainda mais vezes!
Quanto mais nao seja para ouvir a musica linda!
Beijitos
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