Quando entro em intervalo ou pausa surgem sempre acontecimentos que me batem na cabeça não me deixando ficar em silêncio.
Ainda não deixei de pensar no caso de que, como outros colegas, tive conhecimento ontem logo pela manhã. A notícia (de Fevereiro) "Com leucemia - obrigada a dar aulas" pode ser lida aqui, não a transcrevo pois já foi divulgada na blogosfera. Transcrevo, sim, esse desabafo de enorme e justificada revolta pelo qual conhecemos o triste desfecho do caso, e que o colega Francisco me deixou ontem num post meu que oportunamente encontrou intitulado "Isto já não é só arbitrariedade prepotente, é demência (e violenta)":
"Apenas vos queria comunicar que essa professora, a minha colega Manuela Estanqueiro, foi hoje a enterrar às 15.30h no Cemitério de Cacia, em Aveiro.Estou REVOLTADO. Nem sabem o que me apetece fazer.Agora percebo porquê que às vezes lemos nos jornais casos de ajustes de contas a tiro.Por muito menos o fazem, por muito menos.Desculpem a crueldade mas, dizer menos que isto, era lutar contra um sentimento de justiça que me atormenta e é bem mais forte.Estou ENOJADO.ENOJADO!!!!!!!!!!!!!Francisco"
Quando, de cima, escasseia o exemplo de moral ou ética e de sensibilidade humana, não é de admirar que se propague um clima propício a que se aliem ao excesso de zelo servil tendências para exercício prepotente de pequenos poderes, tendências essas que podem tocar impunemente as raias da crueldade, como no caso acima citado, além de, como noutros casos de que vamos tendo conhecimento, darem largas à delação, a disfarçadas perseguições, à instalação de um ambiente de medo, enfim, a pelouros onde imperam tendências autocráticas de indivíduos que apenas esperam climas favoráveis a exercê-las.
Termino repetindo apenas o título deste post: Quando o exemplo de cima é propício...
1 comentário:
Olá! De visita a este espaço não podia deixar de comentar este post.
Parece mentira, mas realmente aconteceu. Uma professora com leucemia ser considerada apta para o trabalho, como pode? Sinto-me revoltada com o ensino, com a forma como ele está a ser tratado, pelo modo como se conduz. Não sei, nem quero imaginar onde isto nos levará...
Um abraço
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