quinta-feira, outubro 26, 2006

Título...?

Abro o blogger e clico em create new post - apetece-me escrever umas linhas, não sei o quê ou sobre quê, apetece-me simplesmente escrever algumas linhas, este cantinho está aqui para isso e, como já tenho dito, mesmo em intervalo vou-me lembrando de não o deixar abandonado. Nos últimos dias tem chovido muito, não dá para nele abrir uma janela para um horizonte que suscite a contemplação e transporte o pensamento (agora ri-me porque me ocorreu a ideia do pensamento a saltar pela janela de chapéu de chuva aberto), não quer dizer que não deixe ao menos umas flores (depois das linhas que me der para escrevinhar e, provavelmente, também para as tapar, pois... humm... até as comecei sem fazer ideia do título).

Entretanto, interrompi para outro clic, em view blog, porque estava a pensar no título deste cantinho e fui olhá-lo e pensar um pouquito nele. Não estou com intenção de o mudar, acontece apenas que "memórias" é palavra que, para mim, pode ter várias conotações - uma delas, a de Passado, outra, a de Presente.
Sim, em cada momento somos a nossa vida já vivida, somos o nosso pensamento já pensado, somos a nossa experiência já vivenciada. E é só neste segundo sentido que escolhi o título, e é só nesse sentido que o poderei manter. Se um dia me acontecer começar a viver do passado, isso significará que, podendo até estar viva e de boa ou razoável saúde, de facto a Vida terá 'passado', terá ficado nalgum parque de estacionamento em local esquecido onde já não saberei ir buscá-la, o que espero não me aconteça!

Mas, voltando à questão de "memórias de prof"... ná(!), por agora, decididamente, não. E menos ainda memórias de prof de Mat. Neste momento de confusão e instabilidade criadas nas escolas, neste momento, também, em que melhorar o ensino da Matemática ou a aprendizagem dela pelos alunos, tirar da cabeça destes o "bicho papão" com que os assustam antes de chegarem à escola ou que neles se instala depois (não ouço em lado nenhum a pergunta Porquê? - será que essa não é conveniente?), incutir-lhes autoconfiança e levá-los à descoberta do gosto pelo pensar desafiante, etc., etc., neste momento, dizia, em que pretender isso tudo (incluindo os etc. que não explicitei) passa por imposição, do exterior, de elaboração pelos professores de planos pedagógicos, estratégicos, ou o que cada um prefira como designação, e sujeitos a aprovação superior (se não forem, não há uns eurozitos para algum software ou outro material, ou para pagar umas aulas a mais - que ainda acabam por fazer os alunos deitarem matemática pelos olhos orelhas e narizes com tanta aula de apoio e tanto estudo acompanhado centrado na dita disciplina (espero e acredito que não seja geral, mas que sei de escolas onde tal está a acontecer, isso sei), planos esses que não hão-de esquecer de prever o uso do "banco de recursos educativos para a Matemática", do GAVE, especialmente os 1000 itens 'tipo' de exames para o nono ano, pois sem alguma garantia de prioridade ao 'treinamento' para o dito exame lá se vai a almejada melhoria do "sucesso" (pobre Matemática, mereces mais que treinamentos, e pobre Sucesso que, por este andar a reboque de "estatísticas", com tão reduzido significado ainda acabas por ficar).

Ai... ia-me agora saindo um "nome feio" dirigido a mim mesma pois já me saiu escrita a mais que não era nada intenção. O que eu queria só dizer (e era mesmo só, juro), é que no contexto de alguns dirigismos e respectivos "objectivos" e "prioridades" actuais, as minhas memórias (e de muitos outros professores) relativas às questões do insucesso em Matemática e aos factores nele intervenientes (incluindo os métodos de ensino-aprendizagem desta) afiguram-se, de facto, do passado. Só que no passado há mau e há bom, por isso há 'coisas' do passado que permanecem actuais, mas, em certos presentes, realmente não encaixam, inclusive por poderem não ser os 'convenientes'.

Julgo que não perdi o sentido de oportunidade (ou de não oportunidade), por isso digo que, por agora, tenho mais que fazer... xô... memórias para a prateleira... até tenho andado a ler uns romances fascinantes, levam-me a umas noitadas sem apetecer largá-los mas, por enquanto, estou a precisar de abusar desse prazer, bem como do que me vem dos poemas belos e inesperados que me têm sido proporcionados por generosa simpatia de uma pessoa maravilhosa a quem deixo aqui o meu grande e sensibilizado agradecimento.

7 comentários:

matilde disse...

Boas leituras, boas noitadas, bons prazeres, boas abusadelas... Mereces =)
E vai-nos trazendo as imagens, as poesias... também elas memórias. Memórias de Pessoa.
(também somos né?... :P)
Bjinho e fica bem ;)

matilde disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
matilde disse...

[Ah.. tantas vezes que me acontece isso.. carregar no "criar postagem" e ficar à espera que os dedos mexam em cima do teclado para escrever nem sei bem o quê. Apenas porque me apetece escrever. Preencher com algo novo o espaço que já um pouco de nós...]
+Bjs

BE-CRE Azeitão disse...

... e quando a inspiração não vem... navega-se... navega-se... porque navegar é preciso! beijinhos

Anónimo disse...

CE-CRE sou eu... a 3za... é para verem... tanto blogue, tanta doidice... que já me perco...

BE-CRE Azeitão disse...

BE-CRE... uffa... está difícil... noites curtas... é o que é...

IC disse...

Obrigada a ambas, Tit e 3za [ou BE-CRE :)]. Obrigada 3za por ainda arranjares tempo para passar por aqui, que eu bem vejo a tua "azáfama", admiro o teu fôlego - se não fosse feio ter inveja, diria antes que o invejo. Navegar... eu não páro de navegar em pensamento, mas navegar na net anda a 'desatinar-me' já que isso inclui navegar por jornais e por notícias das negociações (negociações???), o pior é que nisso não consigo fazer pausa e 'desligar'.
Beijinhos :)