sexta-feira, abril 28, 2006
Votos de...
quinta-feira, abril 27, 2006
Momento(s)
3ª feira desta semana, o dia 25 de Abril, foi um dia de múltiplos pensamentos, dividida entre emoções partilhadas e estranha necessidade de estar sozinha, em silêncio.
Hoje (ontem) à tarde mudei de "onda", escrevi sobre outro assunto, a memória de uma sala de professores, e fiquei a perguntar-me se o regresso à actual tivera algo a ver com essa lembrança - também reentrara na 2ª feira na sala de professores com estranho desejo de isolamento.
Esta noite percebi que precisava de libertar pensamentos, mas não os escrevi aqui. E depois quis ir ler e dormir, mas havia uma impressão de anormal silêncio vagamente situado e, sem sono, acabei por procurar outro silêncio para o trazer para o cantinho e ficar um pouco a escutá-lo.
quarta-feira, abril 26, 2006
Memória remota: Sala de professores
Este blogue dizia-se de memórias... afinal está é cheio de ano lectivo 2005/2006! Até parece um caixote de partes para um documentário a tornar um dia memória... só se for para o ligar à tecla delete e carregar nela!! (Era o que faltava, milus a ficarem na história!!!)
Sala de professores (aliás, de professoras)
Comecei a leccionar no ensino nocturno, na então Escola Comercial e Industrial Alfredo da Silva, no Barreiro. Mas passo por cima desse ano, não porque não tenha sido uma boa experiência, mas porque, apesar de reconduzida, interrompi no ano seguinte (por circunstâncias e razões que não vêm para esta memória).
Quando voltei a concorrer era mãe, evitei escolas com ensino nocturno, o Secundário era a minha perspectiva de futuro pelo gosto de trabalhar com adolescentes, mas iniciava-se a reforma Veiga Simão, a colocação fácil era no Ensino Preparatório.
Ao entrar, jovem e quase pricipiante professora, na pequena sala de professoras da escola hoje chamada Almirante Gago Coutinho, em Lisboa, fui bem acolhida e logo integrada no exíguo grupo das colegas de Matemática. A Vitória era um bocado mais velha do que eu, a Luísa só um bocadinho. Ambas grandes entusiastas do ensino da disciplina. Embora houvesse, para apoio ao recente programa, uma brochura do ME com orientações e sugestões didácticas pormenorizadas, nos intervalos elas falavam constantemente das aulas (nós falávamos, pois o nós aconteceu depressa). Não me lembro de haver reuniões de disciplina, mas não fizeram falta nenhuma, afinal estávamos frequentemente em reunião, outras colegas iam dizendo, sorrindo: "lá estão elas com a Matemática". Não só com a Matemática, aliás, pois as noções elementares relacionadas com a teoria dos conjuntos, prato forte no novo programa, prestavam-se muito à perspectiva da interacção matemática-português, que procurávamos explorar. E, embora sem estágio ainda, tal como a Luisa, funcionasse a intuição e eu tivesse autonomia e o "bichinho" de pensar e experimentar, essa sala de professoras onde fazíamos trabalho colaborativo não deixou de ser importante, permanecendo na minha memória, tão esquecida de nomes, os dessas primeiras colegas de Matemática.
Mas, o encontro mais importante de todos nessa sala foi com a Rosa, de Ciências. Era apaixonada pela metodologia do trabalho em grupo (note-se que, nessa altura, tinham entrada no país "as novas correntes pedagógicas", só não consigo lembrar se ainda limitadamente ou se à censura não ocorria que pedagogia fosse perigosa).
O encontro com a Rosa foi extremamente importante, sobretudo porque sem essa informação do gosto das miúdas eu não me teria atrevido a fazer às minhas alunas a proposta de uma experiência que requeria o que me pareciam condições de trabalho demasiado incómodas. E foram elas que, entusiasmadas, me exemplificaram e convenceram que "era fácil".
Em suma, devido a essa sala de professoras onde se falava das aulas, de métodos e estratégias, eu esbocei ainda nesse primeiro ano de Ciclo Preparatório o que ficou para sempre o meu método de ensino-aprendizagem da Matemática nestas idades com que tenho lidado (método a que se deve, em boa parte, o meu atrevimento de ter incluído na descrição deste blogue "e segredos do ensino da Matemática nos 2º e 3º Ciclos"). Não tinha ainda contacto com os fundamentos teóricos do importante papel da discussão entre pares; e a dinâmica de grupo surgia então quase só por si. Também é verdade que, na altura, via nesse funcionamento mais o estímulo à cooperação, à ajuda e inter-ajuda, tal como via no funcionamento democrático das aulas uma oportunidade de vivência pelas alunas da vivência que o país não democrático não proporcionava. Mas foi uma iniciação logo no início, por isso esta memória é das mais importantes da minha vida profissional.
E aqui deixo também a minha homenagem à Rosa, que há tantos anos nos deixou. Vi-a fazer exames orais, era como se o seu encantamento pela botânica, como pela biologia, se estabelecesse entre professora e aluna, eram momentos lindos. Foi difícil compreender e aceitar, tão exuberante de vida te sentíamos, tão alegre que eras, quando a vida embirrou com tua alegria e decidiste parar aí. Saudades, Rosa!
terça-feira, abril 25, 2006
Adenda: Afinal, o que repudiam?
25 de Abril
Hoje, neste pós-modernismo, impera um primado da liberdade individual em que se afirmam os direitos do indivíduo mesmo que contra a sociedade. Democracia? Democracia conciliável com a ditadura do mercado? Enfim... neste ano de 2006, eu recordo, mas (com uma estranha sensação pois é a primeira vez), a minha comemoração está parada, em tempo de espera - sim, em tempo de espera, não de desesperança. Comemoração é festa, escrevo e, sem precisar de ligar som, ouço a voz do Chico, "já murcharam tua festa, pá", o verso ressoa em mim mais do que nunca. Contudo... o canto continua e fica-me na mente, "Mas certamente esqueceram uma semente nalgum canto do jardim", e fica, e fica-me na mente...
Apenas deixo uma mensagem a alguns dos que nos governam (pequeninos e subjugados aos senhores do mundo, e a quem, miúdos(as) ainda que eram, não pertencem as emoções que vivi) - Que procurem estar à altura da Liberdade que receberam, que se lembrem do significado de Igualdade de Direitos, de Democracia De Facto.
Após vinte anos já o poeta dizia... (mas passaram mais doze e há sempre vozes que resistem, vozes que dizem não, podem ser assassinadas que outras nascerão - este parêntesis é o meu acrescento ao poema)
Vinte anos depois a história escreve-se ao contrário
Abril é uma data do avesso e os tanques
estão a voltar em marcha atrás a Santarém.
Se por acaso alguém dissesse É a Hora
verias que ao redor ninguém ninguém.
Um caranguejo pôs-se a caminhar
um caranguejo dentro das palavras.
Vinte anos depois há um erro de calendário
alguém anda a querer virar a página
vinte anos depois a história escreve-se ao contrário.
Resistência? Que horror. Um arcaísmo.
Não me venha com tretas neo-realistas
agora estamos na Europa e não me diga
que ainda há esquerdas e direitas. Por favor.
Agora só asséptico a jusante em termos de.
Vinte anos depois os cravos saem pela coronha
veja lá se se faz protagonista
o que é preciso agora é implementar
no programa no projector no vector
desafio e vertente é o que está a dar.
Vinte anos depois novos censores
alguns profundamente intelectuais
têm poetas para usar em confidência
alguns mortos são mortos outra vez
vinte anos depois quem manda é vosselência.
Por mais incrível que pareça estamos todos
vinte anos depois a ser assassinados
devagar devagar a cruz em cima
enterrados aos poucos que é mais fundo
vinte anos depois Abril não rima.
Pela vírgula mal posta pela gralha
pelo vazio a distracção a indiferença
por já não haver poema que nos valha
pela prosa que é quase uma doença
pela língua de trapos da canalha
pela pequena sacanice à portuguesa
por silêncios de gatos amestrados
pelo buraco na memória e a esperteza.
Por omissão. Por mais incrível que pareça
estamos todos a ser assassinados.
Devagar devagar que é mais depressa.
Manuel Alegre (1994), Vinte anos depois.
(In Manuel Alegre, Obra Poética. Publicações D. Quixote, 1999)
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Adenda
O 25 de Abril de 1974 é uma data do meu país. Mas, na verdade, a sensação asfixiante vem-me de bem além fronteiras dele, como uma teia esmagadora tecida de ganância, hipocrisia e prepotência, que se estende por meandros visíveis a olho nú, outros quase insuspeitados, por isso o tempo por que espero neste tempo de espera é um novo tempo no mundo "global", este mesmo levará à inevitabilidade daquele. Na verdade, acho que é essencialmente um mundo além fronteiras do meu pequeno país que me faz hoje dizer que as minhas comemorações estão paradas.
sexta-feira, abril 21, 2006
Aterrar
Porque foram partes de mim, habitualmente longe em termos físicos, que, nestes dias, não estiveram só no pensamento e no dentro de mim, mas sim, também, aqui mesmo ao pé de mim... a escola sumiu, eu ainda não aterrei e... amanhã é sábado e tenho o aniversário de outra parte de mim, e depois é domingo e tenho programa com outros serezinhos que também são pedacinhos de mim... por isso tudo acho que só vou aterrar na segunda feira.
(Ainda bem que fui previdente preparando com antecipação as aulinhas e respectivos materiais, pois, neste momento, estou mesmo pairando "noutra" - que já de manhãzinha tinha o nome de saudade, ainda faltavam horas para as 19)
terça-feira, abril 18, 2006
Para a estatística das faltas
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Raramente falto, mais raramente ainda a dia inteiro, e faço quase tudo pelos alunos, mas o que não faço é passar na escola três dos escassos seis dias em que o pensamento não precisará de voar distâncias até uma parte de mim que tenho algures na Europa porque essa parte está agora aqui.
E pronto, lá contribuo para aquela "medonha" estatística com três artigos 102 seguidos, devidamente autorizados segundo as regras do moribundo (mas ainda não enterrado) ECD.
_Isabel, tens a certeza? _Tenho quase... _Hum, quase não é certeza! _ E esta? (Isabel fecha-lhe a porta na cara) A querer entrar com pessimismos, em vez de me trazer as minhas crenças!!!
Boa semana para todos! E lá fica este cantinho outra vez em pausa...
quinta-feira, abril 13, 2006
sábado, abril 08, 2006
Olá!...
Mas, nesta vinda, deu-me para clicar na Página da Educação, verifiquei que tenho deixado escapar uma série de artigos, abri alguns, li-os um tanto em diagonal para não furar o meu intervalo e, já que as férias deixam mais tempo para leituras, deixo a sugestão: vão aqui, que encontram listados esses artigos que acho que valem a pena (ao menos para se continuar a saber que há quem escreva diferente ou mais construtivamente do que o que se lê nos jornais que o grande público consome).
P.S. A todos os amigos bloguistas (os que mencionei e os que não mencionei mas não prescindo de ir vendo também se estão "vivos"): Gozem as férias, mas não abusem das amêndoas - olhem os dentes, a estética e... um possível e merecido raspanete no Educar para a Saúde, do Miguel Sousa! (que está vivo decerteza, mas deve estar também em intervalo)
quarta-feira, abril 05, 2006
Momento (1º passo numa ponte)
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Vincent van Gogh (1889). The Starry Night
"Noite estrelada... estrelada...
Pinte sua paleta azul e cinza...
Olhe para um dia de verão
com olhos que sabem da escuridão da minha alma." (...)
(Don Mclean)
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Vincent van Gogh (1890). Wheat Field
Com telas que não ponho aqui...
mas também com seus campos de trigo...
Que me quer dizer?
(Vou procurar as flores, depois volto)
Vincent van Gogh (1889). Irises______________
Adenda:
Até fixar bem os pés na ponte, deixo mais estas para os amigos - as de cima são para mim... não me chamem egoísta ;)
Vincent van Gogh (1888). Sunflowers
terça-feira, abril 04, 2006
"Silence in class"
segunda-feira, abril 03, 2006
Boa semana...
Boas reuniões de avaliação... boas estratégias a opor à "estratégia do medo" e... força para salvar o barco!
Adenda SOS para o Miguel Sousa:
domingo, abril 02, 2006
Dia Internacional do Livro Infantil
O DESTINO DOS LIVROS ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS
Talvez esta seja uma resposta:
«Nós carregá-los-emos todos em enormes naves espaciais e enviá-los-emos para as estrelas!»
(...)
As estrelas são livros num céu nocturno e iluminam a escuridão.
Sempre que eu duvido se vale a pena escrever mais um livro, contemplo o céu e digo para mim próprio que o universo é realmente infinito e que ainda deve haver lugar para a minha pequena estrelinha"
Adenda de avó:
A Inês e eu já temos programa de domingo à tarde - ela aderiu a uma comemoração na FNAC pois já começou a ser lá frequentadora da secção do livro infantil :)