3ª feira desta semana, o dia 25 de Abril, foi um dia de múltiplos pensamentos, dividida entre emoções partilhadas e estranha necessidade de estar sozinha, em silêncio.
Hoje (ontem) à tarde mudei de "onda", escrevi sobre outro assunto, a memória de uma sala de professores, e fiquei a perguntar-me se o regresso à actual tivera algo a ver com essa lembrança - também reentrara na 2ª feira na sala de professores com estranho desejo de isolamento.
Esta noite percebi que precisava de libertar pensamentos, mas não os escrevi aqui. E depois quis ir ler e dormir, mas havia uma impressão de anormal silêncio vagamente situado e, sem sono, acabei por procurar outro silêncio para o trazer para o cantinho e ficar um pouco a escutá-lo.
Agora, sim, vou dormir. Já a desejar amanhã - os mais novos, que não vejo há que tempos porque a aula deles apanhou o feriado, o nono que vai suar a trabalhar porque levo muito trabalhinho para ele, e a doce Inês ao fim da tarde.
Finalmente, acho que me desembaracei de um estranho "estar".
5 comentários:
Sabe... acho que as medidas tomadas pela edilidade - leia-se min-edu.pt - mexeram fortemente com muitos colegas e, particularmente, consigo.
começa -será de agora? - a desiludir-se com o tanto que se deu/dá/vai dando e a desencantar-se com este rectângulo à beira mar plantado.
as inquisições, as inquirições, são cada vez mais e maiores.
os silêncios.
mas sempre, sempre, sempre uma ternura infinita pelos alunos, pelos demais, pela vida...
desculpe a ousadia.
que esse reencontro tenha valido!
;)
Olá Isabel! Voltamos para os alunos como aqueles navegadores que voltam sempre para o mar: com a nostalgia de outros céus, de outros recomeços. Quando às vezes penso que estou com uma vida "desmoralizada" profissionalmente, lembro-me de tantos miúdos com uma vida cem vezes pior que a minha (agora até tenho um acórdão do Supremo para me não esquecer tão facilmente)! E lá vou com a intenção de fazer com que eles sintam que valeu a pena terem ido à minha aula.
Bem vinda e beijinho.
Caro Tsiwari, são momentos, racionalmente tenho uma perspectiva a longo prazo das evoluções, mas também nem sempre é fácil lembrar os tantos da minha geração e próximas seguintes cheios de ideais humanistas e investindo pelo futuro, e dizer-me que para algo serviu, que as sementes ficam, quando tanta coisa retrocede ou vai sendo apenas mais do mesmo.
Olá Rui! Já te tinha ido deixar um olá :)
Sabes, eu não sei se eles agora sentem que valeu a pena ir às nossas aulas, mas creio que o sentirão um pouco mais tarde, percebemos isso quando às vezes os encontramos mais crescidos e, então sim, nos falam disso.
Um beijinho também para ti.
Isso é bem verdade Isabel, o que disseste nesse teu recadinho ao Rui... Sentimo-lo muitas vezes mais tarde apenas, mas senti-lo é algo que nos mostra que afinal ficou qualquer coisa, sim...
Um beijinho e um bom dia de amanhã.
Ainda não se foram... e já sinto saudade destes alunos de dois anos... E começo apensar nos próximos encontros... O estranho estar que às vezes nos invade por vezes (muitas vezes)tem cura junto deles (alunos, filhos, sobrinhos, netos...). E a Primavera ajuda... (Eles são a Primavera do Inverno que têm sido estes tempos?).
Bj
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