Estava pensando com os meus botões que a consciência do aprisionamento de políticas nacionais (refiro-me a várias nações) a uma "globalização" infectada por poderoso "vírus" e a frequente centração do meu pensamento nisso (o que pouco se nota aqui porque este é um blog voltado para a educação e o ensino no nosso país) anda a desviar-me da procura de um entendimento sereno de atitudes e comportamentos que se vão propagando entre muitos dos cidadãos comuns, isto é, os cidadãos que não são detentores de poder político ou económico (incluindo professores, que são pessoas e cidadãos como todos os outros) . E o entendimento é necessário - não significa consentimento ou concordância com determinadas atitudes ou comportamentos - para que ideias ou mensagens que procurem fazer contraponto a um tempo empobrecido de valores e de pensamento crítico, no sentido de uma consciencialização (ou de uma educação preparatória dela, se se trata de crianças e adolescentes), sejam emitidas de modo a que não sejam recebidas de pé atrás devido a alguma intolerância destituída de compreensão humana. (Há os objectivos e os comportamentos para os quais sou intolerante, mas não é nesses que estou agora a pensar)
E, nesse meu cogitar, bateu-me na mente que "o homem é ele e suas circunstâncias" e muito difícil se lhe torna reagir às circunstâncias quando elas não são individuais nem especificamente situadas, mas sim instiladas na sociedade pela força que têm as políticas e ideologias dos que dominam - não já, nos dias de hoje, os governos diferentes de cada país, mas os que dominam o mundo.
Em suma, pensando nessa frasse de Ortega y Gasset, penso nas "circunstâncias" com um sentido terrivelmente amplo e avassalador, a parecerem irreversíveis, irremovíveis, imutáveis. Será de estranhar que muitos optem por não resistir, até por sentimento de impotência?
Em suma, pensando nessa frasse de Ortega y Gasset, penso nas "circunstâncias" com um sentido terrivelmente amplo e avassalador, a parecerem irreversíveis, irremovíveis, imutáveis. Será de estranhar que muitos optem por não resistir, até por sentimento de impotência?
Por isso, são indispensáveis não só as vozes que apelem a resistir e não desistir, mas também uma divulgação por todos os meios possíveis do "acordar" e dos movimentos que, pelo mundo, se vão criando e ampliando contestando a inevitabilidade ou irreversibilidade que se pretende incutir nas mentes, movimentos esses que poderiam restituir a esperança, mas cujas notícias se vão mantendo abafadas a fim de se impedirem expectativas encorajadoras. A concentração e controle dos grandes meios de comunicação/informação nas mãos do poder financeiro permite bombardear as mentes e estabelecer a confusão entre "globalização" e "ideologia da globalização" (como alguém dizia, não recordo quem), mas a mundialização da resistência e da luta por uma sociedade efectivamente democrática não é uma utopia.
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