Já não vou estar no terreno, pelo que me faltará a observação e o conhecimento, por amostra(s), do sentir dos professores, dos ambientes das escolas e dos efeitos para os alunos da política do actual Ministério da Educação - efeitos bons e efeitos maus, quais predominarão? Assim, este blogue voltará à sua principal intenção inicial de memórias de professora, intenção desviada para o tempo presente durante o (e devido ao) ano lectivo anterior. Mas isso não será para já, e explico porquê.
As minhas memórias são essencialmente de outros tempos (sim, no plural, cada 'tempo' tem andado a mudar depressa). Não penso que as memórias de "velhos" professores estejam necessariamente ultrapassadas, mas, para terem alguma pertinência actualmente, têm que ser ponderadas e escolhidas, entre muitas, as que ainda sejam adequadas.
A actual sociedade da Informação e Comunicação, ou, mais propriamente agora (? hum...), do Conhecimento, traz, por si só, novas exigências à Educação e ao Ensino, e isso nada teria de preocupante se não acontecesse que a globalização (de inevitável efeito nas políticas nacionais) decorre sob um pensamento neo-liberal desenfreado, que teoriza, defende, e se assume e se autoproclama condição indispensável e irreversível para o desenvolvimento/progresso económico, ao mesmo tempo que reformula conceitos e valores tais como Liberdade - o direito à "liberdade individual" -, ausentando desta um outro valor, que é o serviço a bem do colectivo humano, nomeadamente sem qualquer referente ético (ao menos em "teoria") sobre o livre empreendimento lucrativo mesmo que este cave o fosso da desigualdade ou acentue a pobreza e a marginalização. A democracia torna-se caricatura, ou luxo dos que a podem pagar, e também o(s) Estado(s) não se aguenta(m) no papel que deles se espera, passando "a bola" e deixando os imensos cidadãos que têm condições desfavorecidas cada vez mais desprotegidos.
Ora, a que propósito vem este meu "discurso"? Pois vem a propósito de que, se é irrecusável que a escola tem que ser capaz de preparar os jovens para corresponderem às exigências da actual sociedade, é também, penso, imprescindível que se não limite a instruir e a preparar para um contínuo aprender e que não esqueça que a educação não está cumprida se não atingir uma finalidade essencial: a aquisição de autonomia de pensamento e de capacidade e instrumentos para análise crítica. Se assim não for, a escola manter-se-à instrumento de reprodução de "valores" vigentes ao serviço dos intereresses dos pequenos senhores de países como o nosso e dos grandes senhores do mundo.
Tenho, nos últimos dias, citado uma afirmação de Hargreaves e volto a citá-la porque me parece urgente que ao menos os professores a assumam: "Ensinar para a sociedade do conhecimento e educar para além dela constituem dois objectivos que não são necessariamente incompatíveis". E penso que é sobretudo para esta segunda vertente que todos os contributos, em forma de memórias ou testemunhos, não serão demais - desde os pequeninos como os de professores anónimos como eu até aos bem maiores de docentes cujo prestígio não permite que lhes seja recusada a publicação da voz.
Contudo, e para finalizar explicando que não será para já que retomarei a escrita de memórias, mesmo uma pessoa que, como eu, é lida apenas por um número insignificante de colegas sente neste momento que já não deverá escrever por impulso deste ou daquele dia ou motivado por este post ou aquele comentário noutros blogs. Ora, estou num período bastante monopolizado por reorganizações, quer de vida na minha nova fase, quer de "cabeça", pois (embora não se note devido a este cantinho estar voltado para a educação e o ensino) eu tenho uma muito maior necessidade pessoal e de fundo de reflectir em "coisas" mais abrangentes do que as circunscritas à "coisa" educativa para poder manter um entendimento optimista sobre o futuro da sociedade em que viverão os meus netos (ou em que eles lutem pelo dos seu filhos) e não cair nalguma conclusão, que recuso, da inutilidade de tudo - e isso não tem a ver com os conteúdos específicos deste blog, tem sim com necessidade de tempo para mais informação e novas leituras, agora que... tenho tempo!
Entretanto, este cantinho sempre foi também um "sítio" onde me dá jeito exprimir a mim mesma estados de espírito ou breves pensamentos, seja para os salvaguardar, seja para os contrariar, pelo que o "até..." indefinido do post acima (que ia publicar quando resolvi teclar este "ponto prévio") provavelmente não significará silêncio, já que eu gosto de poemas e de imagens a quebrar o silêncio. ;)
As minhas memórias são essencialmente de outros tempos (sim, no plural, cada 'tempo' tem andado a mudar depressa). Não penso que as memórias de "velhos" professores estejam necessariamente ultrapassadas, mas, para terem alguma pertinência actualmente, têm que ser ponderadas e escolhidas, entre muitas, as que ainda sejam adequadas.
A actual sociedade da Informação e Comunicação, ou, mais propriamente agora (? hum...), do Conhecimento, traz, por si só, novas exigências à Educação e ao Ensino, e isso nada teria de preocupante se não acontecesse que a globalização (de inevitável efeito nas políticas nacionais) decorre sob um pensamento neo-liberal desenfreado, que teoriza, defende, e se assume e se autoproclama condição indispensável e irreversível para o desenvolvimento/progresso económico, ao mesmo tempo que reformula conceitos e valores tais como Liberdade - o direito à "liberdade individual" -, ausentando desta um outro valor, que é o serviço a bem do colectivo humano, nomeadamente sem qualquer referente ético (ao menos em "teoria") sobre o livre empreendimento lucrativo mesmo que este cave o fosso da desigualdade ou acentue a pobreza e a marginalização. A democracia torna-se caricatura, ou luxo dos que a podem pagar, e também o(s) Estado(s) não se aguenta(m) no papel que deles se espera, passando "a bola" e deixando os imensos cidadãos que têm condições desfavorecidas cada vez mais desprotegidos.
Ora, a que propósito vem este meu "discurso"? Pois vem a propósito de que, se é irrecusável que a escola tem que ser capaz de preparar os jovens para corresponderem às exigências da actual sociedade, é também, penso, imprescindível que se não limite a instruir e a preparar para um contínuo aprender e que não esqueça que a educação não está cumprida se não atingir uma finalidade essencial: a aquisição de autonomia de pensamento e de capacidade e instrumentos para análise crítica. Se assim não for, a escola manter-se-à instrumento de reprodução de "valores" vigentes ao serviço dos intereresses dos pequenos senhores de países como o nosso e dos grandes senhores do mundo.
Tenho, nos últimos dias, citado uma afirmação de Hargreaves e volto a citá-la porque me parece urgente que ao menos os professores a assumam: "Ensinar para a sociedade do conhecimento e educar para além dela constituem dois objectivos que não são necessariamente incompatíveis". E penso que é sobretudo para esta segunda vertente que todos os contributos, em forma de memórias ou testemunhos, não serão demais - desde os pequeninos como os de professores anónimos como eu até aos bem maiores de docentes cujo prestígio não permite que lhes seja recusada a publicação da voz.
Contudo, e para finalizar explicando que não será para já que retomarei a escrita de memórias, mesmo uma pessoa que, como eu, é lida apenas por um número insignificante de colegas sente neste momento que já não deverá escrever por impulso deste ou daquele dia ou motivado por este post ou aquele comentário noutros blogs. Ora, estou num período bastante monopolizado por reorganizações, quer de vida na minha nova fase, quer de "cabeça", pois (embora não se note devido a este cantinho estar voltado para a educação e o ensino) eu tenho uma muito maior necessidade pessoal e de fundo de reflectir em "coisas" mais abrangentes do que as circunscritas à "coisa" educativa para poder manter um entendimento optimista sobre o futuro da sociedade em que viverão os meus netos (ou em que eles lutem pelo dos seu filhos) e não cair nalguma conclusão, que recuso, da inutilidade de tudo - e isso não tem a ver com os conteúdos específicos deste blog, tem sim com necessidade de tempo para mais informação e novas leituras, agora que... tenho tempo!
Entretanto, este cantinho sempre foi também um "sítio" onde me dá jeito exprimir a mim mesma estados de espírito ou breves pensamentos, seja para os salvaguardar, seja para os contrariar, pelo que o "até..." indefinido do post acima (que ia publicar quando resolvi teclar este "ponto prévio") provavelmente não significará silêncio, já que eu gosto de poemas e de imagens a quebrar o silêncio. ;)
1 comentário:
Estarei por cá quando decidires vir à janela :) Agora mais sério: espero que continues dona do teu tempo e que este tempo continue a ser sempre o teu...
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