Sobre “Todos têm capacidade, mas alguns ainda não descobriram o que é pôr o raciocínio em marcha...”, fiquei de contar a história da Cláudia (uma entre outras, apenas está mais recente na memória).
A Cláudia, ainda pré-adolescente, foi minha aluna durante dois anos. Era muito empenhada e trabalhadora, mas vinha com a marca “dificuldades”, sobretudo em Matemática.
Salto a primeira etapa – a de a desinibir.
Quando ficou descontraída comigo, começou a pouco e pouco a fazer progressos até ter um desempenho nas aulas já satisfatório. No entanto, chegados os testes, estes eram negativos – prejudicados por questões em branco e uma ou outra resolução inadequada ao problema, sem sentido nele.
Foi-se tornando claro para mim que algo não batia certo e tinha a ver com uma preparação para o teste, em casa, preocupada com a memorização e, portanto, sem o raciocínio solto sobre problemas que revia. E, por vezes, não adianta dizer “não decorem problemas, compreendam-nos”, porque a insegurança e a preocupação levam a assimilar essa recomendação no esquema que têm de “estudo”.
Foi só no último teste do ano que decidi que tinha que conseguir pôr a Cláudia, durante o próprio teste, numa situação a que se chama experiência metacognitiva – e a oportunidade surgiu ao ver em branco um problema que tinha a certeza de que ela era capaz de resolver.
Apontei para o espaço em branco, interrogativa. _ Stora, não consigo lembrar-me, estudei, mas não consigo lembrar-me. (A tal procura na memória, raciocínio bloqueado) Fiz-lhe então duas perguntas, não direccionadas para o modo de resolução, mas apenas para que, simplesmente, começasse a raciocinar por ela sobre o problema. Respondeu à primeira, ficou uns segundos pensativa à segunda e olhou para o enunciado relendo-o.
Deixei-a de imediato e voltei depois. O problema estava resolvido. Pedi-lhe que não esquecesse o sucedido para mo descrever na aula seguinte.
A Cláudia, ainda pré-adolescente, foi minha aluna durante dois anos. Era muito empenhada e trabalhadora, mas vinha com a marca “dificuldades”, sobretudo em Matemática.
Salto a primeira etapa – a de a desinibir.
Quando ficou descontraída comigo, começou a pouco e pouco a fazer progressos até ter um desempenho nas aulas já satisfatório. No entanto, chegados os testes, estes eram negativos – prejudicados por questões em branco e uma ou outra resolução inadequada ao problema, sem sentido nele.
Foi-se tornando claro para mim que algo não batia certo e tinha a ver com uma preparação para o teste, em casa, preocupada com a memorização e, portanto, sem o raciocínio solto sobre problemas que revia. E, por vezes, não adianta dizer “não decorem problemas, compreendam-nos”, porque a insegurança e a preocupação levam a assimilar essa recomendação no esquema que têm de “estudo”.
Foi só no último teste do ano que decidi que tinha que conseguir pôr a Cláudia, durante o próprio teste, numa situação a que se chama experiência metacognitiva – e a oportunidade surgiu ao ver em branco um problema que tinha a certeza de que ela era capaz de resolver.
Apontei para o espaço em branco, interrogativa. _ Stora, não consigo lembrar-me, estudei, mas não consigo lembrar-me. (A tal procura na memória, raciocínio bloqueado) Fiz-lhe então duas perguntas, não direccionadas para o modo de resolução, mas apenas para que, simplesmente, começasse a raciocinar por ela sobre o problema. Respondeu à primeira, ficou uns segundos pensativa à segunda e olhou para o enunciado relendo-o.
Deixei-a de imediato e voltei depois. O problema estava resolvido. Pedi-lhe que não esquecesse o sucedido para mo descrever na aula seguinte.
Não me alongo mais e conto só o fim da história. Na última aula do ano lembrei-lhe o que ela finalmente tinha consciencializado no diálogo que se seguiu quase “em cima da situação” - o que estava errado na sua atitude mental ao estudar -, recordei-lho também na primeira aula do ano seguinte e... não voltei, durante todo esse ano, a ter que me preocupar em especial com a Cláudia - singrou e todos os seus testes passaram a ser positivos (o que só conseguira, no ano anterior, naquele último).
ADENDA: Encontrei hoje a Cláudia, quase 2 meses depois de ter escrito este post, por isso voltei aqui. Gosto sempre dos encontros com ex-alunos recentes, pois eles permitem-nos saber se devemos rever as nossas actuações pedagógicas ou prossegui-las com confiança. A Cláudia acabou de completar o 10º ano e sem precalços na Matemática, inclusive no 1º Período, que é sempre uma transição de não fácil adaptação. Parabéns, Cláudia!
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