Sabe-se que a união faz a força. Já tardava que esse saber se aplicasse.
sexta-feira, outubro 31, 2008
Já tardava...
Sabe-se que a união faz a força. Já tardava que esse saber se aplicasse.
quinta-feira, outubro 30, 2008
Um testemunho que deveria fazer MLR pensar
"Com a instabilidade que aqui se vive, não será por muito tempo que nos mantemos como a primeira escola pública no ranking."
"A avalancha de pedidos de reforma tem transformado a escola num inferno."
No Público de hoje. Como o link para o jornal não é permenente, leia-se o texto integral colocado pelo Paulo Guinote aqui.
Prémio "Dardos"
Quem recebe o “Prémio Dardos” e o aceita deve seguir algumas regras:
1. - Exibir a distinta imagem;
2. - Linkar o blog pelo qual recebeu o prémio;
3. - Escolher quinze (15) outros blogues a que entregar o Prémio Dardos.»
Passo a fazer as minhas quinze nomeações, sem critério específico de ordem. (Alguns dos blogues que indico não serão "outros" blogues, mas não conseguiria evitar repetições)
- outrÒÓlhar
- Terrear
- Tempo de teia
- Da Crítica da Educação à Educação Crítica
- (Re)Flexões
- Ao londe os barcos de flores
- Chora Que Logo Bebes
- 4thefun
- Existente Instante
- Professores Sem Quadro
- Conversamos?!
- Revisitar a Educação
- Arte por um Canudo 2
- Universos paralelos
- O Canto do Vento
quinta-feira, outubro 23, 2008
Mais do mesmo (mas num crescendo imparável). Até quando?
terça-feira, outubro 21, 2008
Sobre Amizade
A menina chegou em casa atrasada para o jantar.
Sua mãe tentava acalmar o nervoso pai enquanto pedia explicações sobre o que havia acontecido. A menina respondeu que tinha parado para ajudar Janie, sua amiga, porque ela tinha levado um tombo e sua bicicleta tinha se quebrado.
- "E desde quando você sabe consertar bicicletas?" perguntou a mãe.
- "Eu não sei consertar bicicletas!" disse a menina. "Eu só parei para ajudá-la a chorar".
sábado, outubro 18, 2008
Contemplação (Pensamento para o longe)
Adriano Correia de Oliveira. Contemplação.
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quarta-feira, outubro 15, 2008
Momentos
domingo, outubro 12, 2008
As minhas páginas web - uma memória
A propósito da frenética campanha de implementação das tic no ensino
Posteriormente, criei a página Eu e a Matemática, com a ajuda da mão do meu amigo Francisco no 'visual'. Estava engraçada, apelativa para os miúdos, e chegou a ser bastante concorrida. Contudo, isto dos 'visuais' tem as suas modas, depressa ultrapassadas, pelo que fiquei surpreendida com um prémio recente (que referi aqui).
Entretanto, a primeira página RacioMat tivera uma secção que transpus para o placard da minha sala de aula na forma de concurso (mensal, às vezes quinzenal), concurso que suscitava grande contentamento entre os alunos de cada vez que era afixada a lista dos vencedores do mês. No final do ano lectivo eram apurados os três vencedores do ano e não esqueço que, no último ano em que o concurso funcionou, o primeiro vencedor foi um dos meus alunos mais fraquinhos - não esqueço o seu sorriso de orelha a orelha perante a vitória. Os problemas eram de lógica, não requeriam especiais conhecimentos de matemática, pelo que era frequente um aluno mais fraco acertar enquanto que outros melhores se precipitavam na entrega das respostas e erravam - por isso o concurso era motivador.
Foi o tipo de problemas desse concurso que me levou à experiência que relatei no post anterior - a página Lógica para Todos, abandonada por mim logo que a alojei, o que me devia envergonhar (mas eu só queria penetrar no css e no xhtml, e depois não continuei).
Mas tudo isto vem à minha memória a propósito da actual campanha frenética dos computadores na escola, e mais os quadros interactivos, e agora o computador Magalhães, campanha eleitoralista ignorante do facto de as tic jamais poderem constituir por si só solução para os problemas de insucesso escolar.
E eu não deixo de achar curioso que, tendo-me empenhado no uso dos computadores com os alunos logo que tive na escola uns escassos e já velhos pcs, não sinta agora grande contentamento com o investimento do governo em computadores para as escolas e os alunos, não que esse investimento em si não seja bem-vindo, mas porque as tic não se introduzem à pressão (influindo até o seu uso na avaliação dos professores) como se contivessem dentro de si ou por si só as inovações desejáveis nos tradicionais métodos de ensino - como se o computador, a internet e todos os recursos cada vez mais acessíveis fizessem sozinhos o milagre de mudar os métodos anquilosados de ensino que ainda se constatam em bastantes situações.
Desde aquelas minhas primeiras páginas web não passaram assim muitos anos, no entanto a rápida evolução fez delas páginas velhas e fora de moda. Entretanto, desejo que os ímpetos de modernidade dos nossos governantes de hoje sirvam bons intentos pedagógicos, acima de intentos eleitorais que nada têm a ver com a escola e a formação a que os alunos têm direito.
Página feita... página abandonada!
Mas tudo isto para contar que fiz e alojei a minha pequena e simples página de Lógica para Todos e depois... pronto, lá ficou abandonada, nunca mais a actualizei. Coitadita, lá vai tendo uma ou duas visitas por dia, que isso de as pessoas andarem a pesquisar no Google lá as vai levando aos sítios mais recônditos, mas a verdade é que hoje lembrei-me dela e fui revê-la. Ui! Aqueles problemas de lógica precisavam de variar, pus os primeiros só para levar a cabo aquela experiência, é uma vergonha não os acrescentar e mudar... só não sei por que não estou a ter vergonha de mostrar a página a quem queira seguir o link... mas por que hei-de ter vergonha se ela lá está com o meu nome?!
E pronto, já tive um pretexto para mais um post, que isto de querer manter o cantinho e andar com tanta falta de inspiração, motivação, disposição (sei lá qual o "ão" mais adequado!) não é fácil.
sábado, outubro 11, 2008
A minha neta e o ábaco
(1 124 630)
Ora descubra o leitor como fazer! Lembre-se de que cada haste tem 10 peças. A Inês fez - vê-se abaixo o resultado que deixou - e ao leitor eu dou 20 segundos para pensar como, e já é muito pois li algures que alunos chineses fazem cálculos no ábaco em menos tempo do que levam os nossos a digitar os números no teclado da calculadora.
O leitor descobriu em menos de 20 segundos como fazer? Ora confesse... ;)
sexta-feira, outubro 10, 2008
Mixwit
Pus duas apenas para ver se resultava, aproveitando para recordar a voz da Joan Baez e lembrar que, apesar de desesperanças que às vezes temos, há sempre motivos para dar "gracias a la vida"...
quarta-feira, outubro 08, 2008
Adenda ao post anterior (ainda sobre a metacognição)
segunda-feira, outubro 06, 2008
A minha Fase da Metacognição
Ao chamar "fase" não quero dizer que, depois dela, tenha abandonado o meu interesse pela aplicação da metacognição no processo de aprendizagem dos alunos; quer apenas dizer que foi um período em que me embrenhei em literatura teórica e da investigação sobre o assunto, ao mesmo tempo que fazia algumas experiências, tudo assim em jeito de investigação-acção, nesse vai-vem entre teoria e prática pelo qual se vai desenvolvendo a formação do professor.
Nota 2:
Esta memória está desactualizada, tem quase 20 anos, mas, como disse no post anterior, escrevo-a para o meu "album" de recordações. No entanto, os diversos 'exercícios metacognitivos' que, na altura, fui propondo a alunos (além do que vou descrever aqui) parecem-me adequados a aulas de Estudo Acompanhado, que então ainda não existiam.
Quando li pela primeira vez um artigo sobre a metacognição e sua aplicação na sala de aula, fiquei especialmente interessada na ideia de "experiência metacognitiva". Flavell, o autor que introduziu o termo "metacognição" no início da década de 70 do passado século, distinguia "conhecimento metacognitivo" de "experiência metacognitiva", ocorrendo esta durante ou a seguir a um empreendimento cognitivo.
Ora, qualquer professor, mesmo no tempo em que ainda não tinha ouvido a expressão "metacognição", já utilizava intuitivamente o conceito com os alunos, já os ia fazendo 'pensar sobre o pensar'. Mas o que me interessou especialmente foi aprender a provocar intencional e planeadamente situações de experiência metacognitiva da parte dos alunos.
Não têm aqui cabimento considerações teóricas relativas a diferentes conceptualizações e classificações no domínio referido. Apenas pretendo registar uma memória.
Quando li um pequeno livro de G. Gibbs em que o autor descrevia seis exercícios para 'aprender a aprender' (*), achei particularmente interessante o primeiro desses exercícios e decidi experimentá-lo na então minha turma de dt. Nessa altura a minha escola ainda só tinha 2º Ciclo. Gibbs aplicava o exercício com alunos universitários e eu sabia que poderia ser prematuro para as idades de 6º ano, mas a turma de dt que eu tinha era uma boa turma, era heterogénea mas muito interessada e participativa, pelo que adaptei o exercício facilitando-o por instruções também por escrito numa ficha apelativa e apropriada à idade dos alunos. Além disso, disse-lhes que iriam experimentar realizar uma actividade difícil pois costumava ser aplicada a alunos mais velhos, mas que conseguiriam desde que a executassem com grande concentração, sobretudo logo na primeira parte.
Talvez tenha sido o aviso de que seria difícil associado à minha convicção de que seriam capazes que os fez corresponderem daquela maneira que consegue surprender-nos quando eles ultrapassam as nossas melhores expectativas.
O exercício decorria pelo método 'em pirâmide' (método que eu viria a chamar para mim mesma 'bola de neve' pelo efeito que tinha e adiante referirei). Compunha-se de quatro partes:
Na primeira, cada aluno procurava recordar uma qualquer situação de aprendizagem em que se tivesse sentido especialmente mal sucedido (estávamos numa hora "roubada" à aula de Matemática, mas a situação não tinha que ser nesta disciplina). Evocada a situação, tentava então identificar factores pessoais (expressão obviamente descodificada na ficha de instruções) que tivessem concorrido para o insucesso, anotando-os. Depois, o mesmo para uma situação em que se tivesse sentido bem sucedido, identificando agora factores pessoais concorrentes para esse sucesso.
Na segunda parte do exercício, os alunos, em pares, contavam um ao outro as experiências pessoais recordadas, reparando se haveria eventuais semelhanças nas causas atribuídas.
Na terceira parte, em grupos de quatro (dois dos pares anteriores), enumeravam e anotavam factores (sempre só pessoais) que, agora mais em geral, considerassem contribuir para sucesso ou para insucesso nas situações de aprendizagem.
Finalmente, a última parte consistia num debate de toda a tuma: rotativamente, cada grupo escolhia e lançava à discussão um dos itens que tinha anotado, e os colegas pediam esclarecimentos e comentavam.
O debate foi muito vivo e a participação foi sendo crescente. Os alunos estariam a pensar pela primeira vez no que diziam, às vezes era como se estivessem a pensar em voz alta, mas o método mostrou ter o efeito de bola de neve que mencionei acima, e alguns alunos davam testemunhos pessoais, desinibindo-se progressivamente.
Gravei o debate porque experimentara o exercício tendo também em vista um trabalho para um curso que então frequentava. Pedi aos alunos que não ligassem ao gravador e, de facto, esqueceram-se completamente dele. Foram deliciosos, crescidos, e eu estava mesmo surpreendida e encantada.
Aliás, tendo transcrito só excertos do debate, a professora para cuja disciplina fiz o trabalho também ficou tão entusiasmada que me pediu para ouvir toda a gravação. (Era longa, pois quando tocou para a saída da aula houve vários "Oh! Já?" e a turma pediu para continuar na aula seguinte, ao que acedi com algum receio de que a quebra fosse inadequada, mas a verdade é que a discussão continuou e durou toda essa segunda aula).
Enfim... memórias preciosas que guardo! E o mérito foi da turma - faço sempre questão de o dizer.
Vim a realizar com a mesma turma mais cinco sessões, agora com 'exercícios metacognitivos' criados por mim, embora inspirados em leituras, relacionados respectivamente com a atenção, a evocação, as 'tendências auditivas' / 'tendências visuais', as estratégias de estudo e as estratégias de resolução de problemas. Essas sessões também tiveram em vista um trabalho, agora para a prova de candidatura ao 8º escalão. Os alunos manifestaram grande apreço por esses exercícios e foi a avaliação que faziam deles que me levou a prosseguir.
Posteriormente, convidei quatro colegas de diferentes disciplinas para um projecto de escola e, aprovado este pelo CP, realizámo-lo durante dois anos lectivos, ao fim dos quais foi abandonado devido a três dessas colegas terem mudado de escola. As actividades foram concebidas por nós e tornaram-se populares entre os alunos, que as baptizaram de aa (de 'aprender a aprender'), sendo, aliás, de tipo apropriado para as aulas de Estudo Acompanhado, que na altura ainda não existiam.
Também é uma memória muito boa que guardo dessa minha "fase da metacognição" - memória muito boa relativamente aos alunos participantes (voluntários, em conjuntos de 10 sessões para cada leva de alunos, abrangendo em qualquer dos dois anos cerca de 60% dos alunos do 6º ano da escola), memória também muito boa do envolvimento e entusiasmo das colegas que participaram.
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(*)Gibbs, G. (1981). Teaching Students to Learn: a Student-Centred Aproach. Philadelphia: Open University Press.
Restam-me as memórias, por que não voltar a elas?
E o que aconteceu comigo foi que, ficando velho, dei-me conta de que os anos que me restavam não me davam tempo para acompanhar a literatura que se produzia sobre a educação. Parei de ler e tratei de gozar e cuidar dos meus próprios pensamentos sobre o assunto - que nada têm de científico, pois não se baseiam em estatísticas. Rubem Alves* |
É-me difícil ter pensamentos actualizados sobre educação pois, mesmo que tentasse acompanhar a literatura sobre o assunto, faltar-me-ia agora estar por dentro do contexto - "estar no terreno", como costumo dizer. Mas neste meu blogue já há alguns registos que são como páginas de um album de recordações, não há mal se escrever outras linhas que nada mais sejam que recordação.
Acho que vou trazer para aqui uma memória que tem quase 20 anos. Irá para a entrada a seguir.
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*In Gaiolas ou Asas. Edições Asa (2004), p. 51.