Hoje comemora-se o nascimento de Fernando Pessoa. Faria 120 anos.
Não me atrevo a palavras de homenagem. Outros saberão lembrá-lo de uma forma que eu não sei.
Já era um dos meus poetas quando eu era adolescente - foi uma das minhas paixões de menina. Nesse tempo, foram três os meus poetas - três paixões. Uma foi efémera, mas as outras duas ficaram. Uma das que ficaram até hoje foi Fernando Pessoa.
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Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fatuo encerra.
Ninguem sabe que coisa quere.
Ninguem conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ancia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Fernando Pessoa (1928). In Mensagem. Edições Ática. (5ª ed.-1954)
(Respeitando a ortografia adoptada pelo poeta)
1 comentário:
Tal como tu... carinho tão especial por este Homem...
Enfim...
Beijinhos e bom fim-de-semana!
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