Não é meu jeito trazer para aqui estas coisas de vida particular, mas em Setembro passado houve amigos que andaram preocupados com o meu desaparecimento da blogosfera e não resposta a emails, pelo que, como desta vez não é coisa imprevista e súbita, acho melhor dizer. Mas é coisa para ficar inteirinha e de boa saúde ;)
Entretanto, já que durante este tempo também criei e cuidei um jardim na minha varanda, deixo algumas das minhas flores a embelezar o cantinho. A jardineira é ainda muito inexperiente e as suas flores são vulgares, pois outras menos comuns esperam por melhor sucesso. Mas... ora! Todas as flores são bonitas!
_ Ó Isabel! Vais deixar aqui esses vasos simplórios?! Depois das flores tão lindas que alguns colegas teus mostram dos seus jardins?!
_ Mas estas são as minhas!!! E só não mostro mais vasos, porque começaste a troçar! Que coisa... era o que faltava uma pessoa não poder ter um jardim lá porque só tem uma varandinha num sétimo andar!!
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Adenda
«Menino, os jardins eram o lugar da minha maior felicidade. Dentro de casa os adultos estavam sempre a vigiar: "Não mexa aí, não faça isso, não faça aquilo...". O Paraíso foi perdido quando Adão e Eva começaram a vigiar-se. O inferno começa no olhar do outro que pede que eu preste contas. E como as crianças são seres paradisíacos, eu fugia para o jardim. Lá eu estava longe dos adultos. Eu podia ser eu mesmo. O jardim era o espaço da minha liberdade. (...) No pé de nêspera fiz um balanço. Já disse que balançar é o melhor remédio para a depressão. Quem balança torna-se criança de novo. Razão por que eu acho um crime que, nas praças públicas, só haja balancinhos para crianças pequenas. Há-de haver balanços grandes para os grandes! Já imaginaram o pai e a mãe, o avô e a avó, balançando? Riram? Absurdo? Entendo. Vocês estão velhos. Têm medo do ridículo. O seu sonho fundamental está enterrado debaixo do cimento. Eu já sou avô e me rejuvenesço balançando até tocar a ponta do pé na folha do caquizeiro onde o meu balanço está amarrado!"
Rubem Alves (2004). Gaiolas ou asas. Edições Asa, pp 71-72
Não posso, nem me atreveria a pôr um balouço na minha varanda. Mas RA anima-me a lembrar o que "está enterrado debaixo do cimento" para, quando voltar, ir recuperar um equivalente ao balouço das crianças. ;o)
8 comentários:
A tua varanda está linda. As flores estão lindas - sim, todas elas são bonitas. Os baloiços... sim, devia-os haver, grandes, coloridos, nas praças e nos jardins públicos. Na tua varanda haverá sempre um baloiço. O baloiço dos sonhos e das manhãs mais ou menos ensolaradas ;)
Um grande beijinho IC, para guardares em todos os dias em que estiveres ausente (e presente, também ;)). Fica bem IC. :)
[adenda: todas elas são bonitas - as flores - ... sobretudo quando tratadas com os carinhos e os mimos que tão bem, aposto, lhes sabes dar.. ;)]
Mais um bjinho.
Que venhas bem. Com as flores à tua espera...
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Tudo vai correr bem... e as flores indicarão o caminho do regresso. Ficaremos à tua espera... Rápida recuperação! Beijinhos
Bom descanso e melhor regresso. Vamos ter saudades. Que a recuperação seja rápida e eficaz. Até já!!!
Que tudo corra pelo melhor... e vai correr!
bjs carinhosos
Que bom, Isabel!!!! Já passou! Os momentos menos fáceis da vida também nos pertencem, pertencem à nossa vida. temos de tomar conta deles e se possível transformá-los em flores à nossa espera. Liiiindo post de "Volto Já". Mil beijinhos, Isabel!
Espero pelo teu regresso ao paraíso. abç
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