Nota prévia
O que se segue é escrito com absoluta isenção, pois fui pioneira, na minha ex-escola, na 'introdução do computador na sala de aula', no tempo em que os alunos não tinham "magalhães" e só tinha uma sala com os primeiros computadores que a escola conseguiu - sala para onde apenas eu levava as minhas turmas, sem problema de não estar vaga.
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Perdi-me com tantos "reajustamentos" no modelo da ADD, pelo que não sei bem se o uso das TIC ainda conta para a pontuação na avaliação dos professores, mas suponho que ainda conta.
Ora, um método de ensino não vale por si só, vale pelo que o professor fizer com ele. Não há padrões, muito menos um padrão único. O que me parece essencial é que o ensino-aprendizagem assente num método verdadeiramente activo, de modo a conduzir os alunos, sempre que possível, à (re)descoberta, e à construção da sua relação com o(s) saber(es). E seria um erro, a meu ver, que o professor, ao interiorizar isto, se forçasse a pôr em prática modelos/métodos que não sejam já significativos para si. Das teorias e dos artigos fundamentados que não faltam, o professor recolhe novas perspectivas, e o que delas fica nele é o que pessoalmente (re)constrói no alargamento e aprofundamento da sua prática, não na demolição de tudo o que já construiu no seu modo de ensinar.
Isto leva-me à questão da formação (sem dúvida urgente) dos professores no uso das novas tecnologias. É verdade que, actualmente, não estou a par do modo como essa formação decorre e de quem a dá. Mas lembro-me que, quando essa formação começou nos centros de formação, no âmbito da formação contínua obrigatória para obtenção dos créditos então indispensáveis para mudança de escalão, quem escolhia uma acção relacionada com as ditas TIC recebia uma formação meramente técnica, sem ligação à Pedagogia (apesar de o formador ser professor).
Claro que os professores têm que aprender os aspectos técnicos do uso de recursos informáticos - se não os souberem, caso que até já pouco sucederá com as novas gerações de docentes. Mas a formação tem que ser dada por pedagogos, por professores abertos à inovação e conscientes de que o uso de recursos informáticos nas aulas em nada melhora as aprendizagens dos alunos se esses recursos forem usados na manutenção de um ensino tradicional, expositivo, em que os alunos não são chamados a construir, a criar, a serem agentes activos.
E é para isto que o formador tem que estar apto a sensibilizar os formandos e a dar-lhes perspectivas de recursos diversos a fim de que cada um possa sentir apelo e motivação de acordo com a sua apetência, de acordo com o que seja mais significativo para si próprio, de modo a sentir-se atraído pela inovação ou pelo desejo/necessidade de mudança face a eventuais (ainda há muitos - demasiados) métodos retrógados anquilosados.
A finalizar, deixo o pedido a quem eventualmente me leia e esteja informado, de me esclarecer: Estão a ser assim, generalizadamente, as formações dos professores no uso das TIC? (Digo generalizadamente porque não duvido de que há formadores nessa área - e até conheço dois ou três - que é nessa perspectiva de real mudança que se esforçam por sensibilizar os seus formandos).
1 comentário:
Olá, colega
Sobre as TIC's, e relativamente à ADD, rebati a questão sobre o modo como está formulada, ou seja, eu, e falo por mim, não tenho de "me" avaliar no domínio das TIC's mas sim se com a sua utilização contribui para a melhoria das aprendizagens. As TIC's, na minha disciplina, são um recurso e devo avaliar os resultados de uma forma global.
No que diz respeito à formação, sei que no meu "novel" ( e confuso!)Agrupamento de Escolas, andam muitos colegas a frequentar uma acção sobre quadros interactivos. Já tive a minha dose e tendo pedido a reforma em Março, não dou mais para esse peditório!
Votos de um calmo ano lectivo.
Boa noite.
Nina Santos
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