(No âmbito do meu post anterior, eu tinha mais para 'desabafar', sobretudo depois de ouvir hoje o desabafo da minha neta à saída da escola - as crianças também têm desabafos pertinentes e justos. Mas calo os desabafos e deixo apenas algumas palavras de Rubem Alves.)
«Eu tenho uma impressão triste... a minha impressão é a seguinte: Um grande número de professores nem sequer pensa nessa questão qual é o efeito (do trabalho do professor). São como empregados públicos que têm uma rotina, uma prática burocrática, hoje eu tenho de ir à escola, a escola começa às tantas horas, e eu tenho um plano de aula, e o meu programa é esse, e a pessoa vai lá automaticamente, ano após ano fazendo a mesma coisa, sem olhar para a criança e imaginar o que ela vai ser. (...)
A grande obrigação do professor não é para com o director, nem para com o ministério, nem para com a secretaria, nem para com o programa. O verdadeiro professor é aquele que só leva a sério as coisas que têm a ver com os alunos, inclusive a si mesmo. (...)
A grande questão da educação não está no sistema escolar, está na aula do professor. Se a gente não mudar a cabeça e o coração do professor, nada acontece.»
Rubem Alves
3 comentários:
Eu gosto de acreditar que o numero nao é assim mt grande...
De facto, Isabel, esta citação do Ruben Alves é bastante certeira ao definir aquilo que constitui o cerne a atingir na mudança da prática da educação.
Ao ler "empregado público" lembrei-me que no Brasil, terra do Rubem, se não estou em erro, chamam "servidores públicos" aos funcionários públicos, o que em si traduz um sentido diferente de estar na profissão.
Pois...
A essência anda tão afastada do que exigem à prática... E os maus da fita passaram a ser os que se concentram nela (essência) procurando proteger o interesse e a inteligência das crianças. Coisa estranha...
Beijinhos
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