quinta-feira, agosto 31, 2006

Expectante...

Passei pelo site da FENPROF mas, como era de esperar (Agosto não terminou), ainda está em silêncio, lêem-se as intenções escritas em Julho e subscritas por 13 organizações. Resta aguardar.
Mas, do que estou mais expectante é da disposição com que os professores regressarão ao trabalho. Sei que o novo ECD já não é meu, mas acho que ainda não interiorizei bem que passarei a saber dele, bem como das escolas, do estado do ensino público e da política educativa apenas por notícias. De qualquer modo, a minha atitude não é só expectante, é preocupada também. Por um lado, porque tenho dois netos em idade escolar que vão crescer e fazer a sua vida neste país; por outro lado, porque, quando são goradas no imediato esperanças em que se investiram muitos pedaços de vida, uma pessoa transfere-as para prazo mais alargado, teimando em que não fiquem afinal sem sentido.

A minha maior interrogação, neste momento, é a que aqui deixo: Quais vão ser as consequências do ataque à classe docente feito ao longo do último ano, da culpabilização que tão amplamente foi lançada sobre os professores (do ensino não superior), e também da mais e mais burocracia em que escolas e professores foram enredados - quais vão ser as consequências?

terça-feira, agosto 29, 2006

Meu Agosto teve 28 dias ;)

Os meus meninos, ele e ela, regressaram de férias... Decidi logo dar por terminado o meu Agosto dedicado à indolência física e mental!
Morarem aqui tão perto de mim ao menos compensa um pouco ter as outras minhas duas meninas tão, tão longe. (Digo "as minhas outras duas meninas" só a fingir que não tenho ainda mais duas, como se estas não continuassem sempre as minhas meninas, mesmo mães dos meus meninos, mesmo que as venha a ver avós!)
Mas foi mesmo o regresso daquele meu parzinho que me desviou da cisma de só acordar no primeiro dia de Setembro - acordar com os dois olhos, pois, na verdade, já andava a abrir um, desperto por regressos aqui à blogosfera...). E, claro, ao despertar virada para o lado de avó, no meu pensamento não pairaram duas flores sem que se lhes atassem logo outras duas...


Nathaniel Mather

domingo, agosto 27, 2006

Adenda: Recordações

Já que falei no percurso de aprendizagem de 'coisas informáticas' e agora quero actualizar-me nas técnicas de construção de páginas Web, apeteceu-me guardar aqui umas recordações das minhas velhas páginas.

Uma amostra da primeira página que fiz (foi para o meu neto, através dela ele começou a navegar na net a partir dos links que lhe pus):


A primeira página de Matemática para alunos, feita com a participação de um grupo deles (alojada no Terravista, perdeu-se, mas passei-a para a secção Alunos do site da minha escola):


E esta ainda está na net, mas deixei de a actualizar (esta teve o dedo de um amigo a ajudar nos "visuais"):


Este foi um trabalho muito divertido, tinha bastantes actividades e não era de Matemática, não foi alojado na net (hi... que fundo feio, já nem me lembrava dele), esteve lá pela escola nos computadores dos miúdos (o menu é o que está no baú, mapeado):

E, por último, um exemplo de entrada para actividades para alunos, que qualquer professor que saiba construir páginas facilmente prepara para utilizar só nos computadores da escola (e se usar o programa Hot Potatoes, disponível gratuitamente na net e com versão em português, então cria rapidamente diversos tipos de exercícios para qualquer disciplina, inclusive na forma de palavras cruzadas - estive um tempão com trabalheiras desnecessárias enquanto não soube da sua existência, já que para os putos os exercícios tinham um carácter lúdico devido a darem a pontuação obtida no final, mas acrescento que ultimamente só os fazia para finais de período pois jogo no computador já uma boa parte deles tem demais em casa e há trabalhos mais importantes a pedir-lhes com recurso ao computador e à net, aos quais, aliás, aderem bem porque gostam sempre de trabalhar nos computadores):

sábado, agosto 26, 2006

Já tenho direito a um luxo!

Não me lembro de todo em que ano tive o primeiro computador, tenho só ideia de que o primeiro objecto parecido que houve cá em casa era só um processador de texto. Mas recordo-me bem, isso sim, de várias fases a passar muitas horas enredada na descoberta, sozinha, de procedimentos e potencialidades de ferramentas, primeiro porque comecei a ter necessidade pessoal, depois porque veio a minha fase da "introdução do computador na sala de aula" (expressão enganadora, como se tivéssemos um computador sequer na sala onde damos as aulas e a perspectiva de ter mais que um para grupos de alunos não fosse ainda agora uma ilusória miragem - as minhas turmas é que iam até à sala pomposamente chamada de informática quando, diga-se, ainda só eu fazia isso na minha escola). Essa fase foi mais ou menos coincidente com a da aprendizagem de construção de páginas e, como só com o prático Front Page não se vai longe, lá passei horas a descobrir javascripts e a olhar para a confusão do html quase como se de chinês se tratasse, até começar a reconhecê-lo como razoavelmente familiar e a usar os copy-past percebendo o que estava a adicionar ou substituir. Entretanto, claro, outras fases fui tendo, incluindo a da decisão de deixar a dependência deste ou daquele amigo mais ou menos técnico ou perito quando o pc desatinava, o que me fez por mais do que uma vez ficar quase com um esgotamento em alternativa à concretização irremediável do pensamento suicida de ir buscar o martelo ou fazer o pc voar pela janela, pois este objecto tem a inclinação para desatinos precisamente quando uma pessoa anda esquecida de salvaguardar trabalhos cuja perda seria um drama ou tem em mão uma tarefa urgentíssima.

Tudo isto para dizer que tenho dois diabinhos a tentarem-me há quase dois anos, até os figuro abaixo para ao menos servirem de enfeite a esta entrada.


Já estiveram instalados, na altura eu não tinha tempo e também me disseram que estes são difíceis de desvendar sem umas lições, pelo que fiquei aguardando na esperança de que o centro de formação da minha escola promovesse uma acção para a qual até havia candidato como formador. Mas esse centro, como vários outros, tornou-se capelinha onde os pelouros instalados se protegem de intrusos, e a dita acção de formação nunca se realizou.
Vou instalar outra vez esses diabinhos que me tentam a frequentar um cursinho, pelo menos o Flash, mas algo me divide na tomada de decisão. Por um lado, isto de irmos aprendendo por explorações árduas, só com umas dicas de vez em quando de amigos, dá-me a sensação de vir a ser parvoíce ou até de trair uma espécie de princípio se for gastar euros nas aventuras pela informática. Por outro lado, eu quero mesmo actualizar-me em novas técnicas de feitura de páginas (apesar de estar a ser complicada a minha substituição na manutenção do site da minha escola, já 'fora de moda', mas em que alunos e encarregados de educação se habituaram a encontrar as informações e notícias, até as pautas, sem terem que se deslocar), e é tentadora a ideia de me poupar ao método da tentativa-erro a prolongar-se por horas provavelmente de insucesso ou resultados toscos quando até acabei de descobrir que há, próximo de mim, a papinha feita mediante um curso específico. Vou primeiro ver tutoriais, mas aqui fica a proclamação: Já tenho direito a um luxo!
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P.S.:
Se alguém, que eventualmente tenha chegado ao fim da leitura deste arrazoado todo e saiba trabalhar com o flash e com o dreamwhever, me disser se é ou não difícil dominá-los satisfatoriamente sem umas aulas, fico agradecida.

quinta-feira, agosto 24, 2006

...

(Momentos... pensamentos... estradas... curvas de estrada... Mas Agosto ainda tem uma semana, eu destinei Agosto ao repouso do pensar a fim de ficar em forma para novos 'pensares', este cantinho é-me útil para tirar da mente pensamentos rebeldes àquela decisão e aqui os fechar quietinhos, assim em jeito só de metáforas que os meus poetas e pintores me proporcionam dispensando-me de me deter nos insinuados pensamentos por alguma tentação de os deixar desenvolverem-se, inclusive pela escrita, o que quebraria o repouso)

MENDIGO do que não conhece,
Meu ser na 'strada sem lugar
Entre estragos amanhece...
Caminha só sem procurar...


Fernando Pessoa (Poesias Inéditas)



Paul Cézanne (1885)

quarta-feira, agosto 23, 2006

Quando já não interessa fazer notícia...

De vez em quando, um acontecimento enche os telejornais durante dias ou mesmo semanas (ou outro tem grande destaque por uns três dias seguidos mas a continuação é interrompida), e, quase de repente, passa a ser-lhe feita breve referência diluída entre outras notícias para rapidamente desaparecer no silêncio, ao mesmo tempo que os comentadores da praça pública perdem o interesse por analisar ou esclarecer o que, sobre o caso, restou por esclarecer (ou não chegou a interessar esclarecer? - Visões mais alargadas correm o risco de porem as pessoas a pensar demais...). Refiro-me a vários acontecimentos incluindo, entre eles, alguns sobre os quais entrou pela nossa casa dentro uma aparentemente completa informação, até foram mostradas muitas imagens, umas mesmo em directo, embora, curiosamente, todas mais ou menos as mesmas nos canais portugueses (e não só, claro...).
O facto é que, para acedermos a algumas outras imagens, ou para conhecermos comentários e análises menos conformes, ou para vislumbrarmos meandros que rodearam um acontecimento, ou ainda para nos mantermos informados sobre o pós-acontecimento (o dito acontecimento tem consequências e seguimentos), para isso temos que ir à procura por meios próprios que o público em geral não tem à mão - aliás, nem lhe ocorre procurar, horas de notícia encheram as casas de modo a não deixar dúvidas de que não ficou informação omitida, e se os noticiários se calaram com um caso, a que propósito iriam as pessoas querer saber mais do que já passou??

(Os subterrâneos da política permanecem, e bem activos, mas subterrâneos são para ficar no segredo dos 'deuses' do mundo - e também outros, mais limitados, no segredo dos minúsculos deuses deste país) -, ia agora a comunicação social 'bem comportada' badalar sobre eles!)

segunda-feira, agosto 21, 2006

Regressando com a cisma em templates

O escape de Lisboa foi de poucos dias, mas foi suficiente para me reconciliar com Agosto. A verdade é que quase sempre que saio sinto depressa falta da minha casa.
Uma das primeiras coisas que fiz ao regressar foi, claro, ligar o computador - este objecto faz-me frequentemente ter discussões comigo mesma pois, se não tenho trabalho, meto-me em trabalhos nele nem sempre proveitosos ou bem sucedidos e, se acabo por pôr de lado pesquisas ou experiências, lá fico a ralhar-me pelas horinhas em que podia ter feito coisa mais salutar. Desta vez, vim cismando em mudar o visual a este cantinho porque o template que o Miguel Pinto me deu já prontinho é bonito e alegre, mas comecei a achá-lo demasiado primaveril para mim (eu sei que a minha mente é que anda voltada para o Outono) e então procurei uma imagem que de algum modo aludisse a memórias, o pior é que o que se imagina não se encontra, e pior ainda é que as imagens requerem arranjos, às ferramentas é preciso juntar arte e eu para artes visuais sou mais que tosca, sou o que se costuma chamar um zero à esquerda.

(Ora aí está uma memória para escrever qualquer dia, a memória das minhas vicissitudes e até lágrimas em criança com a então chamada disciplina de Desenho, e também das minhas frustrações, ainda hoje quando uma das netas me pede para desenhar algo - bem, não estou a ser exacta pois já não pede, já desistiu...)
Mas, o template, esse cismei que mudava mesmo que amanhã ou depois retome o visual com o passarinho e a flor, nada como fazer experiências para tirar conclusões...

Entretanto, ainda só dei uma voltinha muito rápida e curta pela blogosfera (deu para ver que dois amigos também chegaram de férias e mudaram visuais), ainda não cumprimentei ninguém e muito menos desenferrujei os dedos a teclar comentários, pelo que aqui fica um obrigada pelos votos de boas férias que me foram deixando durante as minhas últimas intermitências bloguistas.
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Adenda:
Já que andei às voltas com templates, se alguém me desse uma dica sobre como se põe o título sobreposto à imagem de topo... ;)
(Não me atrevo a enviar a pergunta ao Miguel, ainda me chama ingrata por me pôr com experiências toscas depois dos visuais que operou na nossa 'confraria'!)

segunda-feira, agosto 14, 2006

Uns dias de escape


Depois de meio Agosto na cidade sufocando com calor, que bom amanhã fechar as persianas, pegar no saco e dirigir o carrito para a saída de Lisboa! Será um escape de poucos dias, mas já dá para deixar de sentir o Agosto às avessas!

quarta-feira, agosto 09, 2006

Iludindo o calor



Não tenho vindo a este cantinho - com o tormento deste calor não apetece ligar sequer o pc. Hoje vim abrir uma janela para ter a ilusão de ar fresco, de brisa do mar. Matisse não ligará muito com as canções que deixei na entrada anterior, mas aproveitei para as ouvir - são as canções que escolhi para deixar na minha ausência neste Agosto, elas continuam aqui, só um nadinha mais abaixo.


Henri Matisse (1921)

quinta-feira, agosto 03, 2006

P.S.: Deixo canções...

Uma das 'minhas' canções de sempre, depois do vinil nunca a encontrei em cd - Geraldo Vandré...

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
(...)
Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo canhão
(...)
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

E a voz de Maria Bethânia...

Há canções e há momentos
que eu não sei como explicar
em que a voz é um instrumento
que eu não posso controlar
Ela vai ao infinito
ela amarra a todos nós
e é um só sentimento
na plateia e na voz

...


Agosto na cidade :-(

Isto de não planear férias deixando as saídas da cidade para decisões de momento não me está a parecer o melhor método! É verdade que escapei àquela vaga de calor em Julho, mas regressei quando amigos e conhecidos se estavam preparando para sair. Agosto aqui na cidade dá-me a sensação de abafo, mas, pelos vistos, este ano tenho o Agosto às avessas.
Enfim... estou sem mar ou montanha, fica-me o refúgio dos livros. E este cantinho... bem, não sei se cá virei escrever por agora, nem sei se ainda sairei da cidade por uns dias, portanto vou deixar o cantinho intermitente.