A minha turma de 9º deste ano não era uma turma típica da minha escola, mas também não era, de modo algum, um caso isolado. E, por uma qualquer coincidência, verificava-se homogeneidade nalguns aspectos (e não só em Matemática) :
Iam realizando as tarefas das aulas, estavam razoavelmente atentos, mas (ao contrário do que me acontece habitualmente devido à dinâmica própria do trabalho em grupo), abanavam a cabeça diante de qualquer problema de resolução menos imediata, não se empenhavam nele - pedindo logo que eu o explicasse - e, das tarefas de casa, vinham quase sempre vários "stora, não soube fazer" (tentaste? - tentei; quanto tempo? quantos minutos? - aquela expressão comprometida, que eles até costumam ser sinceros) e com frequência "stora, desculpe, não fiz o TPC... esqueci-me".
Numa reunião do conselho de turma, propus (e fui de imediato apoiada por todos os colegas) que o director de turma convocasse os encarregados de educação para uma reunião extraordinária e urgente, a fim de os avisar de que, sem hábitos de trabalho e sem esforço mental, a turma não estaria à altura do 9º ano (o director de turma usaria expressões mais convenientes, mas o que queríamos significar era mesmo isso: a turma não estava à altura... - com apenas três excepções. Vários desses alunos acabaram por aderir à "campanha" em que me envolvi com eles, entendendo as razões porque estavam a ter insucesso e passando nitidamente a um maior esforço. Mas, se acredito que a mudança não foi inútil para o seu futuro (inclusive escolar, para os que prosseguirem), era tardia por agora. Os níveis 3 atribuídos no final foram daqueles a que chamamos mínimos, ou "à continha". Porque eles adquiriam noções e aprendiam aqueles procedimentos que são condição necessária para a resolução de problemas, mas não são condição suficiente para resolverem os mesmos. E as competências de interpretação, relacionação, dedução, etc. têm que ser desenvolvidas ao longo da escolaridade, também com esforço e perssistência dos próprios - e a isso chama-se hábitos de trabalho/estudo.
Tive descidas desses níveis? Tive, sim. Mas previa-o, pois era fácil de prever que a prova se dirigiria às referidas competências - nem faria sentido que não se dirigisse.
Contudo, se até dissera previamente a colegas que tivera azar, face a turmas que tenho tido, nem o disse preocupada com a minha imagem (essa não foi construída agora, quase em final de percurso profissional), nem deixaria de voltar a ter a turma e de atribuir aqueles níveis 3 mínimos e inseguros quanto ao exame nacional.
Iam realizando as tarefas das aulas, estavam razoavelmente atentos, mas (ao contrário do que me acontece habitualmente devido à dinâmica própria do trabalho em grupo), abanavam a cabeça diante de qualquer problema de resolução menos imediata, não se empenhavam nele - pedindo logo que eu o explicasse - e, das tarefas de casa, vinham quase sempre vários "stora, não soube fazer" (tentaste? - tentei; quanto tempo? quantos minutos? - aquela expressão comprometida, que eles até costumam ser sinceros) e com frequência "stora, desculpe, não fiz o TPC... esqueci-me".
Numa reunião do conselho de turma, propus (e fui de imediato apoiada por todos os colegas) que o director de turma convocasse os encarregados de educação para uma reunião extraordinária e urgente, a fim de os avisar de que, sem hábitos de trabalho e sem esforço mental, a turma não estaria à altura do 9º ano (o director de turma usaria expressões mais convenientes, mas o que queríamos significar era mesmo isso: a turma não estava à altura... - com apenas três excepções. Vários desses alunos acabaram por aderir à "campanha" em que me envolvi com eles, entendendo as razões porque estavam a ter insucesso e passando nitidamente a um maior esforço. Mas, se acredito que a mudança não foi inútil para o seu futuro (inclusive escolar, para os que prosseguirem), era tardia por agora. Os níveis 3 atribuídos no final foram daqueles a que chamamos mínimos, ou "à continha". Porque eles adquiriam noções e aprendiam aqueles procedimentos que são condição necessária para a resolução de problemas, mas não são condição suficiente para resolverem os mesmos. E as competências de interpretação, relacionação, dedução, etc. têm que ser desenvolvidas ao longo da escolaridade, também com esforço e perssistência dos próprios - e a isso chama-se hábitos de trabalho/estudo.
Tive descidas desses níveis? Tive, sim. Mas previa-o, pois era fácil de prever que a prova se dirigiria às referidas competências - nem faria sentido que não se dirigisse.
Contudo, se até dissera previamente a colegas que tivera azar, face a turmas que tenho tido, nem o disse preocupada com a minha imagem (essa não foi construída agora, quase em final de percurso profissional), nem deixaria de voltar a ter a turma e de atribuir aqueles níveis 3 mínimos e inseguros quanto ao exame nacional.
Uma referência ainda aos alunos que faltaram (creio que com o conhecimento dos respectivos pais) às aulas que mantivemos no período pós fim oficial das aulas do 9º ano (determinado para poderem ficar em casa a "estudar"). Essas faltas não foram dos que tiveram os tais mínimos obtidos finalmente mediante efectivo esforço, ainda que tardio. Não sei é se estas atitudes que revelam o "ora, já estou aprovado!" são das mais prometedoras para o seu futuro escolar, nem se o consentimento delas por parte de alguns pais significa apenas uma atitude pontual.
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