Hoje a "memória" não é profissional, é familiar. Mas, não tenho só alunos, também tenho netos que são alunos.
O Nuno terminou agora o 6º ano do básico. Iniciou o 2º Ciclo com uma excelente preparação - que não comecem agora todos os dedos a apontar os professores do 1º Ciclo e que o reconhecimento das condições em que muitos trabalham passe à actuação sobre as mesmas. Mas, começou um percurso de 5º ano com um desempenho demasiado "mediano" para a preparação que lhe fora dada e para a capacidade que tem - os alunos têm o potencial necessário de capacidade, podem é não ter o trabalho/esforço para o desenvolver. Iniciou-se então, em casa, um processo de responsabilização. Os pais, como o geral, trabalham todo o dia e chegam a casa cansados, mas não evocam a necessidade de descanso diário televisivo ou congénere - decidiram ter filhos, não é? Primeiro, foi estabelecido um horário de trabalho/estudo, mediante um consenso tão democrático quanto possível, incluindo as consequências de incumprimento, as quais eram: não haverá playstation, pc ou tv. Depois, foi a 2ª fase do processo: Agora, acabam as preparações de testes com os pais (e avó), por vezes à última hora pois o Nuno também, por vezes, "esquecia" a marcação atempada feita pelo professor; Agora, a responsabilidade passava a ser inequivocamente dele, os testes seriam preparados por ele, até tinha a sorte de poder contar com os conhecimentos dos pais e avó para dificuldades/dúvidas de última hora que soubesse colocar, mas só com isso, quer porque quando estudam sabem colocar dúvidas e quando não estudam têm os outros que as adivinhar, quer porque não se tinha nenhuma razão para duvidar de que, para outras não de última hora, os seus professores estavam sempre disponíveis. E, se não assumisse esta responsabilidade (ninguém defenderá, decerto, que não têm idade para a assumir) imediatamente acabaria a playstation, etc., no fim de semana e (numa hipótese remota de tal se justificar, também nas férias).
Fim da história: O Nuno terminou o 6º ano com um desempenho positivamente bem distante do início de 2º Ciclo, em que até um ou outro teste negativo tinha havido.
Será assim tão difícil, apesar do trabalho diário dos pais e consequente cansaço no fim do dia?
(Um post "Hábitos de trabalho - II" também virá a este blog - uma memória da minha turma de 9º ano deste ano lectivo que terminou).
1 comentário:
Ainda estou em condições de fazer um pequeno comentário apesar de mal conseguir abrir os olhos ;). O esteio familiar não é, infelizmente, a regra. É uma verdade insofismável: A escola pode muito mas não pode tudo!
Enviar um comentário