"Stora, não vale a pena, eu para Matemática não dou nada".
Ouvi isto algumas vezes (e também os vi algumas vezes começarem a "dar").
Enquanto este blog está ainda em "projecto" (e para o acaso de ter visitas), deixo a pergunta: porquê "para Matemática não dou nada"?
Entre a listinha que se segue de possíveis respostas, escolham duas e deixem em comentário (mais tarde, deixarei eu a minha opinião, de alguma experiência feita) ;)
Ouvi isto algumas vezes (e também os vi algumas vezes começarem a "dar").
Enquanto este blog está ainda em "projecto" (e para o acaso de ter visitas), deixo a pergunta: porquê "para Matemática não dou nada"?
Entre a listinha que se segue de possíveis respostas, escolham duas e deixem em comentário (mais tarde, deixarei eu a minha opinião, de alguma experiência feita) ;)
1 - Porque algumas crianças são pouco dotadas de inteligência.
2 - Porque a Matemática é muito difícil.
3 - Porque, nos primeiros insucessos, os deixaram perder a autoconfiança.
4 - Porque os miúdos não gostam de ter que pensar.
5 - Porque todos têm capacidade para o raciocínio, mas alguns simplesmente não descobriram como é pô-lo em marcha e dirigi-lo.
6 - Outros motivos...
2 - Porque a Matemática é muito difícil.
3 - Porque, nos primeiros insucessos, os deixaram perder a autoconfiança.
4 - Porque os miúdos não gostam de ter que pensar.
5 - Porque todos têm capacidade para o raciocínio, mas alguns simplesmente não descobriram como é pô-lo em marcha e dirigi-lo.
6 - Outros motivos...
13 comentários:
Olá stora IC,
foi uma agradável surpresa estas memórias soltas...
Sobre a possível resposta:
(3-1) + (4-2) + (6-5) = 5, i.e., ver o teu tópico 5... será?
Eu acredito na opção 5.
MAs acrescento outra:
6- Existe um momento do crescimento de um humano propicio para o desenvolvimento de cada uma das etapas de abstração.
Algumas pessoas não conseguem oportunamente desenvolver as capacidades essenciais para uma certa etapa de abstração.
Será?
caro Alcinosimoes
penso que sim! Mas abstracção, com emoção... A raínha das Ciências tem que ser viva e ligada à(s) realidade(s)... para assim se entrecruzar com as outras formas (científicas) de conceptualizar e vivenciar cada fase humana...
será? ;)
Caros Alcino Simões e k2
Só não acrescento a opção 6 do Alcino porque nas idades dos meus alunos a capacidade para operações formais / abstração é uma etapa ainda a decorrer - o que os profs decerto não esquecem.
Mas sobre a opção 5 que apontaram... espero vir a pôr no blog alguns pequenos relatos :)
(Mas este blog é um projecto, a disponibilidade para o concretizar ainda é muito reduzida, embora visitas e seus comentários sejam um estímulo)
isabel
ora qui temos um bom local para conversar
eu escolho a hipótese 5 e muita insegurança que bloqueia a capacidade de raciocinio;
para além disso, a maneira como a matemática é ensinada e eu falo por mim...agora uma sugestão: porque não "Memórias soltas da
PROFissão ou PROF(issão)?
posso tentar fazer um logotipo com isto...
um abraço
cecilia
Nós temos cinco sentidos
são dois pares e meio d'asas.
Como quereis o equilibrio?
Haiku de David Mourão-Ferreira
;)
Cecília, tocaste noutra questão - o método para o ensino da Mat. Dos profs da minha geração, até fomos bastantes os que lutámos pela sua discussão... Luta perdida? Eu acredito que apenas adiada (e, entretanto, se este espaço for para a frente, sabes que a colocarei)
"Stora, não vale a pena, eu para Matemática não dou nada".
Às tantas os miúdos ouvem isso dos próprios pais – se calhar é cómodo não dar, não só para a matemática como outra qualquer coisa… Mas, de certeza, que dão para os “playstations”, “gameboys” e mais uma parafernália de jogos electrónicos que andam por aí, certamente, a tirar o lugar do conhecimento. É a evolução. Há poucos anos atrás, fazíamos contas no tal papel e lápis. Hoje temos a calculadora. Sou contra? De maneira alguma! A tecnologia existe e é para ser utilizada. Apenas acho que o ensino deveria acompanhar essa evolução. Realmente, não acredito que um miúdo de 14 anos, salvo raríssimas excepções, que está a cursar o 9º ano, tenha interesse por funções circulares, equações, geometria espacial e outros tópicos da matemática. Obrigá-lo a aprender? Por que? Lembro dos meus tempos de estudante. Acho que fui obrigado a decorar muitas coisas desnecessárias e das quais não tenho a menor lembrança – e nunca fizeram falta – se fizessem, não seria difícil encontrar um compêndio qualquer e memorizá-las num piscar de olhos, tal como um miúdo memoriza todos os passos de um jogo de computador. Ainda outro dia tive ocasião de participar de uma experiência interessante – fiz uma pergunta a um aluno do 3º ano de engenharia de minas – Olha lá, diz-me quantos são 25% de 24? Prontamente, respondeu – São 6 professor! Mudei os números da pergunta – Diz-me agora quantos são 24% de 25? O aluno parou, pensou, coçou o queixo e acabou por dizer que tinha problemas em fazer contas “de cabeça”. Talvez, se lhe tivesse perguntado qual é o resultado da integração de um seno hiperbólico, ele teria, pronta e seguramente, respondido.
Talvez o ensino esteja no caminho errado. Dá-se pouco valor ao básico, ou seja, às chamadas “contas de merceeiro”, como se diz num país da América do Sul e que são estritamente necessárias ao nosso dia-a-dia, e valoriza-se o ensino avançado que, na maioria dos casos, usamos uma ou outra vez na vida.
Pergunto – daqui a 500 anos, se este mundinho ainda existir, vamos ser obrigados a memorizar nomes, frases e datas da história? Estaremos perdidos!
Acho que o ensino tem que, urgentemente, ser adaptado ao estágio actual da nossa evolução. Se, mais tarde, um aluno quiser desenvolver-se num ou noutro campo, sem sombra de dúvida que ele saberá o que fazer. De qualquer forma, fica aqui a máxima de um dos meus professores de cálculo na universidade:
- Aprender não é para quem quer e nem para quem pode – É para quem sabe…
Este blog tem visitas e há-de ter muitas mais. Não fosse a matemática um factor crítico do sucesso dos países modernos.
Se queremos fazer alguma coida do nosso temos de apoistar com mais força nesta tecla.
António Ferreira, obrigada pelas suas palavras. O blog tem que esperar um pouco, pois o final do ano lectivo está a ser muito trabalhoso. (É a minha rejeição das rotinas, em cada ano e em cada turma sinto necessidade - e gosto - de "reinventar") :)
A função do insucesso:
Resp = Sum[1,6]{ a^n }; com a>>1
Na expressão verifico que 6 tem maior peso. ;)
Porque são imensos os outros factores:
Fraco acompanhamento por parte das famílias,
Algum facilitismo por parte da sociedade,
Maus exemplos - vencedores que não o mereciam ser - Ídolos com fraca qualidade intelectual, alguns deles transmitindo péssimos valores.
Excesso de canais de cabo.
Excesso de Nitendos, playstations, etc., que dificilmente estão ao serviço do desenvolvimento intelectual. Pais que tudo fazem para não ouvir os filhos.
MSNs.
Governantes que, publicamente, exigem aos outros aquilo que não exigem a si próprios ou aos seus.
No actual sistema de ensino, o stress, aliás necessário, aparece e desaparece. Em alunos universitários o estudo é feito apenas no periodo de exames.
Excelente praia e excelente clima. Será que não existe interligação entre o bom desempenho dos alunos dos países gelados e os 3 meses disponíveis para saírem de casa?
Infelizmente os factores são muitos e não é fácil contrariá-los.
IC, uma boa semana de trabalho.
Cid.
Caro Cid, pois são imensos os outros factores, e incluem-se todos os que apontou. Mas eu, neste post, pensei em particular nos alunos que vão "conseguindo" nas outras disciplinas pondo muito cedo de lado a Matemática - "stora, eu para Matemática não dou nada". Por isso, para alguns desses, eu destacaria a resposta 5, mas também, claro, (e para muitos mais do que esses)alguns dos factores que aponta, influentes na falta de esforço e hábito de pensar cada vez nais generalizada nos jovens estudantes, bem como aliciantes alternativos com que a sociedade actual os seduz.
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