segunda-feira, junho 06, 2011

Imensa tristeza. Mas luto, não!

É fácil iludir um povo assustado quando se faz uma campanha em que são omitidas-escondidas as medidas concretas que vão ter que ser tomadas e, ainda mais, as outras para além das impostas externamente. E são feitas promessas de intenções em abstrato para bem do povo, salientando o povo mais desfavorecido, quando, na realidade, se é por profunda convicção a favor do neoliberalismo extremado, ainda que não convenha dizê-lo.
Como se pudessem renunciar à proteção dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros, cujo apoio é o seu sustentáculo na posse do poder da governação.
Como se fossem capazes ou estivessem dispostos a, por exemplo, compensar o  abaixamento da Taxa  Social Única, imposto no acordo que assinaram, mediante taxação dos escandalosos lucros não taxados, contra o sustentáculo referido acima, evitando assim que seja o povo a compensar, evitando assim mais fome e miséria.

Imensa tristeza por ver o cravo de Abril em perigo de murchar. Mas luto, não, porque o povo pode ter sido iludido, mas o povo português não quer que esse cravo de Abril murche para sempre, e saberá regá-lo pela tomada de consciência que conduz ao NÃO, que conduz à luta que for necessária.

Há sempre os homens e mulheres que lutam... Aqui... na Europa... no Mundo...

Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis
.
B. Brecht
 
É preciso saber esperar, sim. Mesmo que a mudança qualitativa aconteça sem que os que lutam toda a vida cheguem a vê-la - mas vêem e vivem os filhos ou netos. E agora a História até "anda" mais depressa.

Para os que não se acomodem: Jamais percam a ESPERANÇA!

2 comentários:

Madalena disse...

Resistir é próprio dos fortes. A esperança é alimento dos fortes. Eu não sinto nada. Um vazio. Não acredito em nenhum deles. Beijinho, Isabel.

SoftFred disse...

Neste prédio em chamas, qualquer um se lança no vazio desconhecido, mesmo que o resultado final não seja muito diferente. Chegámos a um tal ponto de desconstrução social que já nada nos sobressalta; e muitos de nós já nem se importam com que margem ganham os de sempre. Fred