Há poucas semanas encontrei-me com duas amigas, mãe e filha, encontro onde conheci o recente marido da última. Nessas coisas que se dizem em apresentações, a mãe mencionou-me como tendo sido "professora" de Matemática da I.
Entre aspas, pois não fui professora da I. Apenas a acompanhei quando, com 11 anitos, começou a vir a minha casa porque a mãe estava preocupada não só com o muito pouco gosto da I. pela Matemática, como também com a professora, com formação para a lecionação de Ciências e pouco dada ao ensino da referida disciplina.
E a I. (agora já na casa dos 30) aqui continuou a vir até meados do seu 10º ano, em que já ia longe o tempo da nota positiva "pequenina". E ainda bem que esse tempo ia longe, pois precisou de alta média em Matemática para o curso que seguiu.
Até aqui, nada de especial nesta estória. Mas, o que foi especial, o que foi não digo revelação, mas alguma surpresa, foi a I. ter-me dito: "Sem dúvida que mudaste a minha vida, e sei isso bem; eu detestava a Matemática e hoje é com ela que lido todos os dias".
Não, não fui eu, foi ela, pois o mérito do trabalho e da responsabilidade foi dela desde pequenita. Contudo, ainda agora estou a vê-la ali na mesa comigo, e a ouvi-la logo num dos primeiros dias em que cá veio, 11-12 anitos: "Ah! Que engraçado! Nunca me tinham explicado isso assim!" Como também ainda me lembro que foi essa expressão "que engraçado" que me fez logo pensar que não ia ser difícil mudar a sua aversão à matemática em gosto.
Por favor, não deixem avançar a ideia dos professores generalistas para o 2º Ciclo! Sendo muito importante um bom 1º Ciclo, não deixa de ser verdade que é no 2º que verdadeiramente se inicia a Matemática, e que este ciclo pode ser decisivo para o bem ou para o mal do futuro de muitos alunos.
2 comentários:
Olá IC, de facto o professor faz a diferença. Olha, depois de ver um desafio teu nos comentários do Outròólhar, recomecei a escrever no blog. Vou tentar escrever alguma coisa, com alguma regularidade, enquanto achar que tenho algo para dizer.
Pois olha que eu tenho uma estória também engraçada e algo semelhante. Até ao meu 9º ano sempre fiz a matemática um pouco coxa oscilando entre o 2 e o 3... dava para passar. Logo que entrei no 10º ano pimba, chumbo... o que criou ainda uma aversão maior à dita. No meu 2º ano a repetir a matemática (à noite), porque não tinha horário compatível para a fazer de dia, apanhei uma professora de matemática brilhante... e mesmo coxa ainda consegi apaixonar-me pelos números e finalizei o secundário penso com média de 16 ou 17 a Matemática... o grande trabalho foi meu, mas o mérito foi sobretudo da professora que tive por ter conseguido motivar-me.
Olha, o discurso do Steve Jobs fez-me lembrar deste e de outros episódios da minha vida. Sempre estamos a tempo! Temos que ser perseverantes, mesmo na adversidade.
Beijinhos. E obrigada por estas partilhas generosas.
*Roubei-te o discurso do Steve Jobs para levar para a minha sala.
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