terça-feira, junho 29, 2010

Um Feliz Dia de Aniversário

No seu 97º aniversário, dedico a minha Mãe, com muito amor, esta tentativa de recordar e representar (para lhe mostrar no Note Book) os belíssimos napperons que me ofereceu feitos por si em renda de bilros e também em complicado e fantástico trabalho com cinco agulhas.

Scratch Project

(Clicar na imagem)

sexta-feira, junho 18, 2010

A sua obra ficará para sempre

Todo o dia ausente por motivos de assistência familiar, só soube às 23h. Fiquei sem palavras.

O velho homem que nunca tinha deixado de sonhar

A floresta de lata



Era uma vez um lugar amplo, varrido pelo vento, perto de nenhures e quase esquecido, que estava cheio de coisas que ninguém queria.
Mesmo no centro desse lugar, e exposta ao mau tempo, encontrava-se uma pequena casa, de janelas igualmente pequenas, com vista para o lixo que outros haviam feito.
Nessa casa vivia um velho.
Todos os dias, o homem tentava livrar-se do lixo, apartando e escolhendo, queimando e enterrando.
E, todas as noites, o homem sonhava.
Sonhava que vivia numa floresta cheia de animais selvagens, na qual havia aves coloridas, árvores tropicais, flores exóticas, tucanos, rãs-de-árvore e tigres.
Contudo, sempre que acordava, o mundo que via continuava igual.
Certo dia, algo chamou-lhe a atenção e uma ideia ganhou forma na sua cabeça.
Uma ideia que ganhou raízes e germinou.
Que ganhou folhas, alimentando-se do lixo.
Que ganhou ramos.
Cada vez maiores.
Então, uma floresta inteira emergiu das mãos daquele homem.
Uma floresta feita de lixo. Uma floresta feita de lata. Não era a floresta dos seus sonhos, mas era, ainda assim, uma floresta.
Um dia, o vento trouxe consigo um pequeno pássaro para a planície deserta. O homem deitou no chão algumas migalhas que o pássaro logo comeu, empoleirando-se depois no ramo de uma árvore de lata. No dia seguinte, a ave partiu, e o velho ficou sozinho a deambular pelo silêncio, com o coração a doer de vazio.
Nessa mesma noite, ao luar, o homem formulou um desejo…
No dia seguinte, acordou com o canto de pássaros. O seu visitante tinha voltado e trazia consigo um companheiro. Nos bicos, transportavam sementes, que largaram no solo árido. Em breve, havia rebentos por toda a terra.
O canto dos pássaros misturou-se com o zumbido dos insectos e o rumorejar da folhagem.
O tempo foi passando.
E foram surgindo pequenos animais, a rastejar por entre a floresta de árvores. Apareceram animais selvagens, que deslizavam por entre as sombras verdes.
Era uma vez uma floresta, perto de nenhures e quase esquecida, que agora estava cheia de coisas que todos queriam.
No meio dela, havia uma pequena casa, de janelas igualmente pequenas. Nessa casa, vivia um velho homem que nunca tinha deixado de sonhar…


Helen Ward; Wayne Anderson
Via Clube das Histórias

domingo, junho 13, 2010

Com a Matemática, em busca da arte

Continuo com o Scratch. Voltei um pouco atrás para recomeçar com a auto-semelhança (o todo igual a qualquer das partes, como numa couve-flor), que é condição necessária mas não suficiente para conseguir um fractal...

Scratch Project

Clicar para ver o projecto correr

domingo, junho 06, 2010

...

Desolação


Nas linhas das palmas das tuas mãos
foi escrito o destino do sol

Nasce,
ergue a tua mão -

a longa noite está a sufocar-me.


Cabul, Junho 1994
Partaw Naderi

Via Amélia Pais

sábado, junho 05, 2010

quarta-feira, junho 02, 2010

Porque sinto o crepúsculo no meu país...

... hoje deixo um poema.


Sinto o crepúsculo nas minhas mãos


Sinto o crepúsculo nas minhas mãos. Chega através do loureiro doente. Não quero pensar, nem ser amado, nem ser feliz, nem recordar.

Só quero sentir esta luz nas minhas mãos

e desconhecer todos os rostos e que as canções deixem de pesar no meu coração

e que os pássaros passem diante dos meus olhos e eu não note que se foram.


Antonio Gamoneda
Tradução: Jorge Melícias
Via Amélia Pais