(Não é preciso esperar pelo dia 25. Há que trazer a data no nosso espírito nestes dias de Abril - e não só, mas sempre, sobretudo neste tempo em que tantos ferem os valores morais, as liberdades, a democracia e a esperança)
(...)
Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.
Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era liberdede.
Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração.
(...)
Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na mdrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.
(...)
Mesmo que tenha passado
às vezes por mãos estranhas
o poder que ali foi dado
saiu das nossas entranhas.
(...)
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.
(...)
Ary dos Santos. Excertos de As portas que Abri abriu.
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Nem toda
a força do pano
todo o ano
Quebra a proa
do mais forte
nem a morte
2 comentários:
A Data Das Nossas Vidas! Beijinhos, Isabel!
Isabel
haverá sempre quem não deixará encerrar as Portas que Abril Abriu. Estou certo. E se alguns, momentaneamente, conseguirem fechar algumas portas com umas trancas feias como eles, haverá sempre quem faça furos, de qualquer maneira.
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