Já passou o dia 8, mas a minha hora de deitar ainda me mantém nele. E, como vivo em Lisboa, a partir das 20h já pude estar em casa a ouvir noticiários. Ouvi o da TV1 das 20h e, depois, fui ouvindo os da SIC Notícias até quase à meia-noite.
Assim, começo por referir as declarações de MLR que ouvi nesse período de tempo, especialmente as primeiras porque nelas fez duas afirmações que me deixaram atónita.
(Não anotei as palavras exactas, mas memorizei bem o que disse)
Uma: Que o modelo de avaliação foi negociado em cerca de "100 reuniões" e que foi o resultado do acordo negocial. Acordo??!! (Pergunto e exclamo eu). Note-se que se trata do decreto da avaliação - Decreto Regulamentar n.º 2/2008 -, não do posterior 'Memorando de Entendimento', nem este caucionou o modelo.
Outra: Que o modelo de avaliação veio a ser validado pelo Conselho Científico, orgão independente. Validado??!! (pergunto e exclamo eu de novo). Bastaria MLR ter lido a introdução à Recomendação n.º 2/CCAP/2008 para não poder fazer aquela afirmação.
Não, não vou ofender MLR acusando-a de mentir. Pergunto apenas que confusões faz na sua cabeça.
Quanto a outras afirmações de MLR, também me fico por perguntar quem a informa e, pronto, sobre elas fico por aqui. Ah... já gora pergunto também se tem dos professores a ideia de que pelo menos mais de dois terços deles são mentecaptos manipulados por sindicatos.
Mas tudo o que disse acima até é o menos importante. Pois, neste momento, eu já nem me detenho no esforço de procurar isentamente compreender razões (maiores ou menores) de ambas as partes - governo e professores. Porque, mesmo que houvesse algumas razões 'teóricas' correctas nas intenções da Ministra e nem todo o descontentamento dos professores fosse justificado, um facto se sobrepõe a isso: a desmoralização e a desmotivação dos professores, incluindo tantos e tantos dos melhores que o país tem (ou tinha). E só isso deveria preocupar todo o país. E só isso deveria preocupar os que governam a Educação e Ensino. E só isso deveria, se a política não fosse o que tristemente é, levar esses governantes a suspender (para rever) o que está a fazer tantos professores perderem o gosto e o entusiasmo pela sua profissão, pois nenhuma reforma ou medida educativa compensará essa perda, nenhuma reforma ou medida na Educação poderá substituir o imprescindível: estabilidade e bom 'clima' nas escolas, gosto pelo ensino e condições para dedicação aos alunos. Encontrem-se as medidas para elevar a qualidade de ensino dos professores que precisem de a melhorar e encontre-se um modelo de avaliação justo e credível, mas sem deixar de, simultaneamente, zelar para que não se perca o (muito) que se tem de bom.
Assim, começo por referir as declarações de MLR que ouvi nesse período de tempo, especialmente as primeiras porque nelas fez duas afirmações que me deixaram atónita.
(Não anotei as palavras exactas, mas memorizei bem o que disse)
Uma: Que o modelo de avaliação foi negociado em cerca de "100 reuniões" e que foi o resultado do acordo negocial. Acordo??!! (Pergunto e exclamo eu). Note-se que se trata do decreto da avaliação - Decreto Regulamentar n.º 2/2008 -, não do posterior 'Memorando de Entendimento', nem este caucionou o modelo.
Outra: Que o modelo de avaliação veio a ser validado pelo Conselho Científico, orgão independente. Validado??!! (pergunto e exclamo eu de novo). Bastaria MLR ter lido a introdução à Recomendação n.º 2/CCAP/2008 para não poder fazer aquela afirmação.
Não, não vou ofender MLR acusando-a de mentir. Pergunto apenas que confusões faz na sua cabeça.
Quanto a outras afirmações de MLR, também me fico por perguntar quem a informa e, pronto, sobre elas fico por aqui. Ah... já gora pergunto também se tem dos professores a ideia de que pelo menos mais de dois terços deles são mentecaptos manipulados por sindicatos.
Mas tudo o que disse acima até é o menos importante. Pois, neste momento, eu já nem me detenho no esforço de procurar isentamente compreender razões (maiores ou menores) de ambas as partes - governo e professores. Porque, mesmo que houvesse algumas razões 'teóricas' correctas nas intenções da Ministra e nem todo o descontentamento dos professores fosse justificado, um facto se sobrepõe a isso: a desmoralização e a desmotivação dos professores, incluindo tantos e tantos dos melhores que o país tem (ou tinha). E só isso deveria preocupar todo o país. E só isso deveria preocupar os que governam a Educação e Ensino. E só isso deveria, se a política não fosse o que tristemente é, levar esses governantes a suspender (para rever) o que está a fazer tantos professores perderem o gosto e o entusiasmo pela sua profissão, pois nenhuma reforma ou medida educativa compensará essa perda, nenhuma reforma ou medida na Educação poderá substituir o imprescindível: estabilidade e bom 'clima' nas escolas, gosto pelo ensino e condições para dedicação aos alunos. Encontrem-se as medidas para elevar a qualidade de ensino dos professores que precisem de a melhorar e encontre-se um modelo de avaliação justo e credível, mas sem deixar de, simultaneamente, zelar para que não se perca o (muito) que se tem de bom.
O país precisa que os bons professores sejam acarinhados e respeitados, e que os menos bons sejam formados e estimulados, mas isto não se faz à força e sem respeito, muito menos por processos de competência e credibilidade duvidosas.
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Adenda
Para os meus (nossos) arquivos de memórias... (De M.N. Bravo. O YouTube é de facto precioso!)
4 comentários:
Que sorte às 20.00h já estar em casa (brincar)para ouvir as palavras da ministra, eu não ouvi porque só cheguei a casa da manifestação às 2.30h da madrugada. Mas hoje, já ouvi alguns excertos nas TVs e é ridiculo a afronta que ela continua a querer demonstrar.Só vê o que quer, não ouve os apelos de bom senso e revela atitudes autoritárias nada condizentes com os valores da democracia que estamos inseridos.Parece-me daquelas pessoas "casmurras" que tem as suas birras, não dão o braço a torcer mesmo sabendo que estão erradas.Mas também politicos assim, que não escutam os outros, não revelam atitudes de bom senso, não servem aos professores nem ao Portugal que queremos.Agostinho
Pior é a mentira pública... Que vergonha. Será ela, o assessor ou o «staff» de imprensa.
Seja quem for, a mentira revolta-me
Ainda fica atónita Isabel? Eu não!
Falta tanto e tanta coisa a determinadas pessoas, que nem abrindo comportas de inteligência, de sensibilidade, de ternura, se conseguirá o preenchimento de um vazio existencial, relacional e sobretudo criar pequeno oásis que seja naquele (s) desertos d'alma.
Há pessoas assim... minguadas, mirradas, secas, que onde tocam asfixiam, desertificam, embora achem que não,que fazem bem, que cumprem na sua demente inconsciência o seu dever de tentar destruir a consciência, a liberdade, a felicidade dos outros.
Começaram e começam assim ditaduras e ditadores : de consciência limpa, de consciência de dever cumprido. Espelhos têm, mas onde não de vêm reflectidos, por neles de afinada megalomania entraram.
Tenho pena, muita pena mesmo. Eu que sistematicamente vou limpando os meus espelhos.
E lá me arrepiei TODO eu.
Há tempos usei esta canção...num momento muito difícil.
;)***
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