sábado, março 12, 2011

Porque será que ninguém fala disto?

Quand l’Islande réinvente la démocratie


4 comentários:

Henrique Santos disse...

Olá Isabel
li a tua resposta no outroolhar. Nos últimos tempos tenho andado muito pouco por blogs em parte até ter acabado um mestrado. Quando andava, como sabes, passava sempre por aqui pois havia e há sempre qualquer novidade interessante tanto do ponto de vista da Educação como da Cultura em geral. Como verifico continua assim e é um prazer "rever-te".
Quanto a este interessante post que fala de "alternativas" não noticiadas fez-me lembrar a decisão do presidente argentino nos anos da crise da dívida argentina, em que tomou posições idênticas e venceu. A comunicação social que temos está nas mãos do poder económico instalado e é evidente que não deixa passar, geralmente, estas notícias inconvenientes.
Referindo-me ao assunto que motivou a nossa troca de palavras no outroolhar, há um assunto em que por vezes penso. Eu próprio que ganho cerca de 1600 euros mês, líquidos, se me dissessem que passaria a ganhar menos para que, com essa medida, outros que ganham menos que eu passassem a ganhar melhor eu acho que aceitaria. Mas há dois argumentos de peso que contrariam um pouco esta tese. Um, forneceu-mo o delegado sindical dos funcionários da minha escola ao dizer-me que o facto de haver profissionais na escola a ganhar bem mais que ele não o preocupava mas até lhe dá argumentos para exigir mais para cima. É o contrário dos sentimentos explorados pelos nossos governantes. Outro argumento de natureza mais global aponta que aqueles que realmente são de visar são os lucros astronómicos das grandes empresas nacionais e transnacionais que ainda por cima têm fugido aos impostos em larga escala e criam uma imensa crise fiscal de que estamos a sofrer as consequências. Há estudos, e os do Eugénio Rosa são bastante esclarecedores, que apontam que se os ditos lucros fossem devidamente taxados os orçamentos seriam bem equilibrados. Isto já para não falar de uma sociedade como aquela que eu preconizo, onde a economia é a actividade que está ao serviço da satisfação das necessidades de todos e não só de alguns.
Até à vista.

IC disse...

Henrique, obrigada por teres vindo ao meu cantinho (ontem estive sem computador, por isso só hoje volto).
É verdade que é extremamente agressivo e injusto que esses lucros que referes não sejam devidamente taxados. Mas hoje quase que não faz sentido falar de poder político, cá e nos outros países, pois este está subjugado pelo poder económico. A sociedade que preconizas é a que eu também preconizo, não duvides de que sempre estivemos e estamos do mesmo lado da barricada. O que tem sido uma aparente divergência no Outroolhar é que eu não entendo que a esquerda (a esquerda mesmo) pareça não estar acima de tudo a acautelar uma maioria absoluta com esse senhor que se sentirá muito confortável no seio do máximo neoliberalismo e que até, se puder, matará a nossa Constituição. Parece certo quem ganhará as próximas eleições, mas o ódio propagado ao partido socialista parece-me excessivo no sentido a que levará a essa maioria absoluta e não apenas a uma maioria relativa. Sócrates foi um desastre, tem que ir embora, e não adianta pensarmos que há outras alternativas de voto contribuintes para evitar tal maioria absoluta porque, realisticamente, sabemos que isso é utópico.
Eu também tenho frequentado muito pouco a blogosfera, este meu cantinho passa tempos abandonado, mas mantenho as visitas diárias a três blogues (dois não "políticos" mas militantes pela Escola e a Educação, o outro do nosso amigo comum :) - também militante pela Escola Pública, claro).
Um abraço.

Henrique Santos disse...

Isabel, aqui:
http://resistir.info/islandia/chantagem_odiosa_09mar11.html
encontra-se uma continuação da notícia sobre a situação islandesa.

IC disse...

Obrigada, Henrique. O artigo que coloquei foi-me enviado por uma amiga.