sábado, novembro 03, 2007

... (Poema *)

A hora do cansaço

As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

Carlos Drummond de Andrade


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* Foi-me facultado pela Amélia Pais

quinta-feira, novembro 01, 2007

Do Inimaginável... Um conselho de turma disciplinar

É o título de um post do JMA, ao qual acrescentou um comentário testemunho que lhe deixei. Como a esse post já se seguiram outros, destaco-o (ler aqui) porque a situação descrita pelo JMA não é tão pouco frequente como se possa pensar, e talvez o testemunho que dei possa ser sugestivo de actuações firmes e eficazes sobre comportamentos inadmissíveis de alguns alunos, embora saiba que ficam outros casos por resolver - casos que a escola nunca poderá resolver sozinha, nunca poderá resolver ou atenuar sem apoios especializados e vontade política dos governos de implementar medidas que conduzam de facto à integração social.