segunda-feira, novembro 12, 2012

Como se impede uma manifestação sem a proibir

Ou como, mais do que o medo que tem da Democracia, o governo demonstra esconder de A. Merkel o sentir largamente maioritário do Povo que deveria representar

Não está em questão a máxima segurança a garantir à chanceler alemã em todos os seus percursos. Mas foram também todos os acessos que nada tinham a ver com essa segurança, a algum local numa área de quilómetros à volta de Belém, que foram interditos não só a transportes privados, mas também a públicos, incluindo taxis. E indo ao pormenor de proibir as habituais paragens dos comboios na estação de Belém. 
Num horário de trabalho, a grande maioria dos que poderiam ir manifestar-se, como queriam, só poderia ser de reformados e de desempregados. E a idade dos reformados já não permite (senão aos de invulgar saúde e resistência física) tão grandes percursos a pé.
Mas, aos referidos expedientes providenciados pela prepotência deste governo, acresceu outra medida que raiou o ridículo. O alto gradeamento que rodeou o CCB foi colocado a tal distância que, mesmo que fossem muitos milhares a gritarem à máxima potência das suas vozes, não seria mais do que um murmúrio o som que chegaria ao CCB.
Exagero? Não observei pessoalmente?
Não, não exagero pois observei directamente com os meus olhos, após uma aventura a que nem deveria ter-me arriscado dado que todos temos o dever de preservar o bem mais precioso, que é a saúde. (No caso, a física e também a mental) 
Não me meti nesta aventura de hoje por nenhum "heroísmo", mas simplesmente porque não previa que até os comboios estivessem impedidos de parar. Não previa tanto "requinte". No tempo da ditadura não eram permitidas manifestações e os que a elas se atrevessem apanhavam logo com a polícia de choque a toda a força. PC foi mais requintado, decerto para que não lhe chamassem ditador - e de 'meia-tigela', diga-se.

sábado, novembro 03, 2012

A minha indignação ainda consegue subir!

Agora também o "modelo alemão" para a Educação. Nem consigo escrever muitas linhas. Haverá muita diferença (se é que há alguma) entre decidir os destinos das crianças aos 9-10 anos e decidi-los à nascença?
Mas estas notícias-medidas merecem pouca atenção à comunicação social, não suscitam múltiplas entrevistas e debates, pelo que as famílias dos que serão maiores vítimas pouco se aperceberão atempadamente. Restaria aqueles de cuja profissão-missão se esperaria uma preocupação primordial pela Educação e pelo Futuro das crianças que frequentam ou frequentarão a Escola Pública.
Infelizmente para todas essas crianças, não espero que os professores saiam em massa à rua (oxalá me engane). Não se trata de subida de impostos, e mais desempregos não é coisa para já, já. Não é que eu não ache legítimo que se saia à rua por razões da austeridade imposta cegamente - mais do que legítimo, acho imperioso. Mas a verdade é que a actual equipa governamental  vai prepotente e criminosamente ainda mais longe, pronta a destruir valores civilizacionais e de justiça, bem mais irremediáveis a longo prazo - essa prepotência própria dos medíocres, e esses crimes mais próprios de psicopatas.
Professores, vão consentir?