sexta-feira, fevereiro 26, 2010

O comportamento de cada um

Quem decide por mim?

Um colunista conta uma estória em que acompanhava um amigo a uma banca de jornais.
O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas como retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro.
Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo do colunista sorriu polidamente e desejou um bom fim de semana ao jornaleiro.
Quando os dois amigos desciam pela rua, o colunista perguntou:
- Ele sempre te trata com tanta grosseria?
- Sim, infelizmente foi sempre assim...
- E você é sempre tão polido e amigável com ele?
- Sim, procuro ser.
- Por que você é tão educado, já que ele é tão inamistoso com você?
- Por que não quero que ele decida como eu devo agir.

Autor desconhecido

Matemática com o Scratch

Scratch Project

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segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Um poema... momentos... pensamentos...

VOZES DE CRIANÇAS

O amanhã nos meus olhos é de um cinzento triste,
é uma teia de luz cansada
onde recordo quando iam dormir.
Ainda lhes leio naquele quarto,
debaixo da lâmpada ao lado da cama,
os contos com capas duras de cores brilhantes.
De súbito, em alguma madrugada,
ouço uma criança que me chama e incorporo-me,
mas não há ninguém, só um velho
que ouviu o rumor da memória,
um leve fragor de ar na escuridão
como se uma bala atravessasse a casa.
Ao apagar a luz guardava um tesouro.

Joan Margarit

(Via Amélia Pais)

domingo, fevereiro 14, 2010

Leitura a não perder...

... e a reflectir.
Un tsunami de regalos (Miguel Santos Guerra)

O JMA publicou
aqui uma parte (As Crianças e os Tsunami de Presentes), eu sugiro a leitura de todo o artigo.

sábado, fevereiro 13, 2010

Como ficar rico

Como ficar rico




Com um euro posso comprar
uma tablete de chocolate.
Ou uma bola de Berlim.
Ou três maçãs verdes.

Com um euro posso comprar
uma borracha para a escola.
Ou dois lápis.
Ou um caderno quadriculado.

Com um euro posso comprar
uma rosa.
Ou um balão pequenino.
Ou uma rãzinha de lata.

Com um euro posso comprar
um porta-chaves.
Ou três folhas douradas.
Ou um pincel.


Enquanto não gasto o meu euro
Sou uma criança bastante rica.

Christine Nöstlinger
Via Clube de Contadores de Histórias

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Para vossos filhos (ou netos) ainda pequenotes...

O tão antigo Tangram continua actual como óptimo jogo para desenvolver a capacidade criativa dos pequenotes. Para eles, fiz dois exemplos (claro que o jogo traz um papel com sugestões, mas o papel costuma perder-se logo).

Scratch Project

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quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Barcarolle num vídeo fascinante

Aurora Boreal

O poema de António Gedeão, ao som de Carmina Burana e com belas imagens.
(Pena a má qualidade dos slides do poema)
Conversão para vídeo de pps da autoria de Ney Luiz, contextura: J. A. de Oliveira

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Democracia...



Não existe ideal político mais bonito que a democracia! Porque ele se baseia na ideia de que o povo tem o direito de decidir sobre os rumos desse barco em que navegamos, e que se chama país! É preciso cuidar dele porque há suspeitas de que o seu casco esteja furado ... Os partidos políticos são as várias tripulações que disputam o controlo do barco. O problema é que todas as tripulações dizem a mesma coisa. Todas prometem consertar os furos do barco, todas prometem navegar na direcção do mesmo porto! E é o povo que deverá escolher a tripulação que vai cuidar do barco e fazê-lo navegar na direcção do porto prometido ... Se o povo escolher a tripulação errada, ai de nós: barco furado, naufragando, o povão afogando-se ... O que os partidos dizem não faz diferença, porque todos prometem a mesma coisa. A coisa complica-se quando a gente examina a composição das tribulações. Meu Deus! Que lapso freudiano acabo de fazer! A minha cabeça queria escrever "tripulação", mas_ meus dedos escreveram "tribulação" ... Com quem estará a verdade? Com a cabeça ou com os dedos? O futuro dirá ... O facto é que se consumam alianças que se acreditavam impossíveis: lobos pastando erva com cordeiros, gaviões chocando ovos de relinchas, antigos piratas abraçados e pacíficos navegantes ... Coisa complicada é a democracia, fácil de ser louvada, difícil de ser executada. No final de contas, o ideal da democracia entra pelo esgoto. O facto é que os eleitores nem sabem o que está a acontecer e nem sabem quem é quem. O que eles sabem são as montagens que aparecem na televisão, produzidas segundo a psicologia das massas, a mesma que se usa para vender cerveja, sabão em pó e absorventes higiénicos. Aquilo que o povo sabe é o que as imagens produzidas mostram. O resultado das eleições vai ser, na realidade, a entrega do "Óscar" ao melhor filme: ganha o melhor actor, o melhor roteiro, o melhor director ... Cumpre-se o dito por Maquiavel: o que importa na política não é que o governante seja justo, mas que ele parece justo.

Rubem Alves

sábado, fevereiro 06, 2010

Uma sugestão para alunos iniciados no Scratch

Melhor dizendo... uma sugestão para professores que tenham os seus alunos já iniciados no Scratch... É um trabalho em parceria com Fernando Frederico (Fred).
O projecto intitula-se "Poetas Portugueses", mas os alunos podem fazer o download, observar a programação e aproveitarem esta para um projecto semelhante sobre algum tema que se preste, de outras disciplinas. Podem mesmo, em vez de fotos ou imagens no menu inicial, escrever subtítulos do tema, aproveitando os outros "trajes" para breve texto e ilustração. O Scratch é muito motivador para os alunos, pelo que um projecto também os motiva para a aprendizagem de pesquisa criteriosa na Internet, orientada ou corrigida pelo professor. Claro, seria um trabalho de grande grupo ou mesmo de turma, por exemplo, na Área de Projecto. Aqui fica...

Scratch Project

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ATENÇÃO: O projecto só se consegue visualizar online tendo a versão java actualizada:
actualização free

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Num dia qualquer... decidi... descobri...

Se olharem Portugal com desdém...

Se um inglês ao passar me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
se tens agora o mar e a tua esquadra ingente,
fui eu que te ensinei a nadar, simplesmente.
Se nas Índias flutua essa bandeira inglesa,
fui eu que t'as cedi num dote de princesa.
e para te ensinar a ser correcto já,
coloquei-te na mão a xícara de chá...


E se for um francês que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Recorda-te que eu tenho esta vaidade imensa
de ter sido cigarra antes da Provença.
Rabelais, o teu génio, aluno eu o ensinei
Antes de Montgolfier, um século! Voei
E do teu Imperador as águias vitoriosas
fui eu que as depenei primeiro, e ás gloriosas
o Encoberto as levou, enxotando-as no ar,
por essa Espanha acima, até casa a coxear


E se um Yankee for que me olhar com desdém,
Num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Quando um dia arribei á orla da floresta,
Wilson estava nu e de penas na testa.
Olhava para mim o vermelho doutor,
— eu era então o João Fernandes Labrador...
E o rumo que seguiste a caminho da guerra
Fui eu que to marquei, descobrindo a tua terra.


Se for um Alemão que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Eras ainda a horda e eu orgulho divino,
Tinha em veias azuis gentil sangue latino.
Siguefredo esse herói, afinal é um tenor...
Siguefredos hei mil, mas de real valor.
Os meus deuses do mar, que Valhala de Glória!
Os Nibelungos meus estão vivos na História.


Se for um Japonês que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Vê no museu Guimet um painel que lá brilha!
Sou eu que num baixel levo a Europa á tua ilha!
Fui eu que te ensinei a dar tiros, ó raça
belicosa do mundo e do futuro ameaça.
Fernão Mendes Zeimoto e outros da minha guarda
foram-te pôr ao ombro a primeira espingarda.


Enfim, sob o desdém dos olhares, olho os céus;
Vejo no firmamento as estrelas de Deus,
e penso que não são oceanos, continentes,
as pérolas em monte e os diamantes ardentes,
que em meu orgulho calmo e enorme estão fulgindo:
— São estrelas no céu que o meu olhar, subindo,
extasiado fixou pela primeira vez...
Estrelas coroai meu sonho Português!


Afonso Lopes Vieira (1878-1946)